Capítulo 7 - Como um curso pode ajudar?

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Pedi que minha mãe ficasse por mais algumas horas com a Priscila, para que eu pudesse visitar o curso de Carlos e Amanda naquela segunda-feira mesmo, após o trabalho. Carlos até havia me dado a opção de ir no dia seguinte, na hora do almoço, mas eu sentia que era urgente resolver o que eu faria da minha vida dali para frente. Não aguentava mais aquele clima pesado dentro de casa e sentia falta da harmonia que já havia vivido de forma tão intensa até algum tempo atrás.

Assim que meu expediente acabou, fui caminhando até o local do curso, que ficava a 10 minutos do meu trabalho, em um prédio onde havia também cursos preparatórios para concurso público.

Entrei no prédio junto com diversos jovens vestidos com roupa social e mochila nas costas. Certamente eram algumas das milhares de pessoas que estudavam intensamente para conseguir uma vaga em algum concurso superconcorrido.

Subi até o 10º andar e, chegando ao local do curso, falei para a recepcionista que o Sr. Carlos estava me esperando.

A recepção era bonita, limpa, bem iluminada, e a funcionária foi bastante simpática comigo. Seu sorriso sincero e sua prestatividade me fizeram acreditar que ela sentia satisfação por trabalhar ali.

Na parede atrás da recepcionista havia uma logo em que predominava a cor azul clara, da mesma cor do balcão da recepção, com a inscrição "Quer ser feliz para sempre? Separe-se!"

Embora o local da minha tatuagem tenha dado um sinal de que ia começar a coçar assim que li aquele "Separe-se", me senti tranquila naquele local, enquanto aguardava.

Carlos não demorou a aparecer. Estava elegante, com uma calça social preta e uma camisa de botões azul escura, que contrastava com o azul claro da recepção do curso. Apertou minha mão e me conduziu até seu escritório, muito solícito.

A sala era bem arrumada, com paredes que pareciam recém-pintadas. Havia uma mesa branca com um notebook, alguns papéis em uma caixa de entrada, outros na caixa de saída, dois porta-retratos com fotos da Amanda e suas filhas e uma plaquinha de acrílico com a inscrição:

"Nenhum sucesso no mundo compensa o fracasso no lar." David O. McKay

Carlos falou para eu me sentar na cadeira em frente à sua mesa e depois se sentou em sua própria cadeira. Deve ter percebido que eu fiquei refletindo sobre a frase da plaquinha de acrílico.

– Concorda com essa frase? – ele perguntou.

– Não sei, ainda estou tentando compreendê-la. Atualmente meu lar está um fracasso, mas eu nem tenho algum sucesso para compensá-lo... Até no trabalho estou tendo dias ruins.

– Pode ser que o fracasso no seu lar esteja influenciando negativamente o seu trabalho... Bem, mas acho que você veio aqui conhecer o nosso curso, certo?

Não gostei da forma como Carlos cortou o assunto. Fiquei com a impressão de que ele queria falar logo sobre o curso só para ganhar mais uma cliente. Porém, como ele havia sido atencioso ao telefone e disse que às segundas-feiras costumava fechar o escritório mais cedo, mas poderia ficar mais um pouco naquele dia para me receber, tentei me livrar daquele sentimento ruim.

– Sim, eu gostaria de conhecer melhor o formato do curso, o conteúdo programático, enfim, saber mais detalhes.

– Vou te mostrar a sala de aula enquanto te explico melhor. Vamos lá?

Passamos por um corredor largo, onde havia um bebedouro e a entrada para os banheiros. Carlos abriu a porta da sala de aula e imediatamente senti um suave aroma de jasmim.

Havia poucas mesas e cadeiras, que estavam organizadas em formato de U. Na frente havia um quadro branco e, no teto, um projetor.

Carlos começou a explicar:

– Cada turma é composta por, no máximo, 12 alunos, pra podermos dar atenção a certos aspectos individuais em alguns momentos. Geralmente temos 4 ou 5 casais e algumas mulheres cujos companheiros não quiseram participar do curso junto com elas. É raro, mas também já tivemos o contrário: homens participando do curso sem suas companheiras.

– Hum, então se o Hugo não quiser entrar no curso comigo, eu posso vir sozinha?

– Sem dúvida seria melhor que ele participasse também, pra se envolver nos debates que são levantados durante as aulas e refletir junto com você sobre tudo que irão aprender, mas se ele não quiser, você pode vir sozinha e repassar as informações para ele.

– Do jeito que o diálogo tá em falta lá em casa, não sei se serei capaz de fazer isso...

– Você é capaz de tudo que quiser fazer! Basta saber a melhor forma de agir e se dedicar ao seu objetivo.

– E eu vou aprender isso no seu curso?

– Bem, a dedicação é algo muito pessoal. Tem que vir de dentro de você, mas a melhor forma de agir pra melhorar seu relacionamento, você vai aprender sim.

– Hum, tô começando a gostar. Fala mais sobre o curso, por favor.

– Eu e Amanda ministramos as aulas juntos. Às vezes separamos a turma em grupos e cada um de nós fica com uma parte. Ao todo, são 10 aulas, cada uma com um tema diferente. Ao final de cada aula, os alunos levam exercícios práticos para fazerem em casa.

Achei interessante o fato de haver exercícios para fazer em casa. Talvez assim o Guinho pudesse parar de ficar levando trabalho para casa, já que teria outros objetivos a cumprir, relacionados ao nosso casamento.

Carlos continuou:

– O nosso objetivo é estimular que os casais se conheçam melhor e consigam melhorar seu relacionamento, com muito diálogo, sinceridade e compreensão.

– E, afinal, por que o curso se chama "Quer ser feliz para sempre? Separe-se!"?

– Bem, vou pedir desculpas por deixá-la curiosa, mas garanto que você mesma será capaz de responder a essa pergunta até a última aula do curso.

Após me deixar curiosa, Carlos me contou alguns exemplos de casais que fizeram o curso e diminuíram bastante a quantidade de desavenças em seu relacionamento.

Embora eu imaginasse que muito do que ele falou poderia ser apenas papo de vendedor, simpatizei bastante com a ideia de fazer o curso. Pelo menos eu não ia me sentir uma louca indo fazer sessões de terapia só porque meu marido insistia.

Pedi um prospecto do curso para ele, agradeci a boa vontade dele em me receber e prometi que entraria em contato em breve para dizer se eu me matricularia no curso ou não.

Fui para casa empolgada, mas, ao mesmo tempo,tensa, pois de uma coisa eu tinha certeza: só adiantaria fazer aquele curso seo Hugo aceitasse participar junto comigo. De que adiantaria só eu aprender comome relacionar bem com ele se eu não tivesse a contrapartida? 

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E aí, gostaram do capítulo?

Será que o Hugo vai aceitar fazer o curso com a Cristiane?

A sua opinião é muito importante pra mim! Deixem seus comentários, por favor. 😁

Novos capítulos toda quarta e sábado!

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Quer ser feliz para sempre? Separe-se! (COMPLETO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora