Daytona Beach ✧ H.S

4. Tratado de Daytona

.° ｡ *✧𝑪𝑨𝑹𝑻𝑬𝑹✧* ｡°.

Jamais diga que dessa água não bebereis, porque você não vai só beber, como tomar um belo banho com ela.

Ainda assim, não serviu para amenizar o calor, mas sim para aumentá-lo.

Caras musculosos nunca foram meu tipo, mas Zaki, com trinta segundos, conseguiu mudar toda minha percepção no que se diz a respeito de beleza. Mas como se isso não bastasse, ele ainda era muito gentil e tinha uma bela bunda. E que bunda.

Não sei vocês, mas eu reparo muito na bunda dos caras. Só de me imaginar batendo nela e gritando "vai safado", a temperatura parece subir num mínimo uns vinte graus.

Às vezes me pergunto como seria ter um pau. Seria meu sonho de princesa não ter que me preocupar com minha bunda sentando em privadas desconhecidas para fazer só um xixizinho? Se você respondeu sim, acertou.

Mas, voltando ao ponto inicial...

Eu simplesmente entrei em surto psicótico quando ele veio em nossa direção e casualmente parou com as mãos no bolso da jaqueta, basicamente tampando o sol com toda a sua imensidão. Hazel fez as honras de nos apresentar e eu tentei soar o mais tranquila e despreocupada possível.

Enquanto ele dizia algo, minha mente estava em outro lugar, imaginando como seria passar a língua por aqueles lábios carnudos e descê-la até seus mamilos. Mas que porra está acontecendo com você Isabella?

Claro que aqueles tipos de pensamentos não eram novos para mim, mas costumavam envolver o Jake Bugg, não caras que eu acabei de conhecer e já tenho um abismo pelo tal.

Quando ele estendeu a mão para me cumprimentar, agradeci por estar sentada porque se não fosse o caso, teria caído de cara no chão com aquele sorriso maravilhoso.

"Isabella blá blá blá meu primo blá blá blá. " Foi a única coisa que eu consegui captar do que Levesque dizia.

Quase soltei um "então vamos ser da mesma família", mas consegui manter minha boca calada enquanto pensava qual seria o nome dos nossos filhos.

— Então, Bryant... – Lottie frisou o que me pareceu ser o sobrenome de Zaki, cutucando as unhas enquanto continuava: – Você não deveria estar por aí empinando sua moto enquanto acha que alguma garota vai gostar de você por isso – ela deu um sorriso provocativo, ainda sem olhar para o garoto.

— Essas coisas só funcionam com você Chalotte – ele a cortou, recebendo um dedo do meio como resposta. – Além disso, não dá pra empinar uma moto custom – seu tom de voz soou ofendido.

Só aí eu fui entender o porquê daquele estilo bad boy dos anos 60: ele provavelmente era um motoqueiro. Isso parece tão engraçado para vocês como parece para mim?

Tem duas coisas em Daytona presas no passado, o lance entre os surfistas e os motoqueiros. Eu não sei muito sobre essa história, a única coisa de que tenho informação é que ambos os grupos possuem uma rixa desde... sei lá, sempre?! Harry entrou para o grupo dos surfistas assim que completou 14, isso eu definitivamente não poderia me esquecer.

Juro que achava que aquele lance de rixa não ia durar muito tempo, porque, não sei se eles perceberam, mas já estamos no século vinte e um – a não ser que você esteja lendo isso no futuro ou no passado, vai saber né. Se for o caso de ser no futuro, me diga se já descobriram uma maneira de se comunicar com formigas ou se a Katy Perry conseguiu um Grammy.

— Por favor, me falem que essa coisa surfistas e motoqueiros não existe mais – segundo o filósofo eu, é melhor perguntar e desejar que tudo seja apenas uma ilusão do que tirar suas conclusões precipitadas.