23. Twerk

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.° 。 *✧𝑪𝑨𝑹𝑻𝑬𝑹✧* 。°.

Felizmente dessa vez Ringo Starr não se atrasou e eu não tive que encarar um Harry Styles metido a motorista por dois dias seguidos.

— E então, como foi a aula ontem? – Charlie Carter questionou quando cheguei coloquei meu cinto de segurança, já que sou uma garota que tem muito zelo com sua vida.

— Normal – resolvi ocultar algumas coisas tipo o fato de que eu não entrei em nenhuma das aulas ou que me meti na natação. Acho que não são coisas muito importantes.

Para a minha sorte, ele não me fez mais perguntas, já que, aparentemente, sua cota de pai presente havia sido cumprida por aquele dia. Tanto ele quanto a minha mãe depositavam uma confiança tão grande em mim que mal me perguntavam sobre a escola. Na visão deles, eu era a aluna exemplar que nunca havia dado trabalho nenhum. Talvez fosse verdade.

— Até mais tarde. Te amo – meu pai se despediu quando já estávamos na porta do colégio.

— Até. Também te amo – depositei um beijo em sua bochecha e saí do carro, jogando a mochila sobre um dos meus ombros e aumentando o volume do meu fone de ouvido. Se tivesse sorte, The Neighbourhood seria o suficiente para ocultar o som dessa espécie incontrolável chamada adolescentes.

Empurrei a porta de entrada, me sentido em um clássico filme colegial graças a música e a multidão de pessoas que não pareciam notar minha existência. Era naquele tipo de momento que eu parava para pensar que realmente a teoria do grão de areia se aplica a humanidade. A vida era como um jogo de pega varetas. Existem as pessoas que balançam tudo, e as que saem ligeiramente, não causando nada, não fazendo a diferença no jogo. Mas, parando para pensar mais profundamente, as que balançam fazem com que você perca tudo, enquanto as discretas ainda deixam você no jogo. Tudo se resume na perspectivas que você tem das coisas.

Isabella Carter era com certeza uma filósofa moderna.

Depois de alguns minutos desviando de pessoas e refletindo minha metáfora sobre o pega varetas, cheguei ao meu armário. Felizmente consegui colocar minha senha sem muito esforço e conferi meu horário para ver qual o livro deveria pegar.

Fiz uma careta ao ver que o primeiro horário já seria inglês, a primeira prova que meu dia seria uma bela de uma bosta. Peguei o livro e anotei mentalmente que precisava deixar meu armário um pouco mais com minha cara antes de fechar a porta em um baque que se misturou com os sons do corredor, como uma orquestra colegial.

Ajeitei meus fones de ouvido e comecei a seguir para o banheiro ou a procura de Hazel e Niall, o que encontrasse primeiro. Estava tão envolvida na melodia de American Idiot – pulando e batendo o cabelo mentalmente –, que quase pari uma criança quando uma mão segurou meu ombro e retirou um dos meus fones.

Totalmente preparada para xingar o filho da mãe que havia feito isso, me virei, dando de cara com Zaki Bryant e sua jaqueta de couro que fez minhas pernas bambearem. Já fazia tantos dias que eu não via que perecia apenas uma ilusão da minha cabeça.

— Olá – foi o que ele disse.

— Olá – foi o que eu respondi.

— Me desculpa pelos fones – ele continuou.

— Sem problemas – eu menti.

— Podemos conversa? – Ele questionou.

— Agora? – Eu também questionei.

— Pode ser no almoço? – Ele continuou questionando.

— Claro – eu respondi.

— Legal – ele sorriu.

Daytona Beach ✧ H.S Onde histórias criam vida. Descubra agora