12. Bicicleta 1/2

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.° 。 *✧𝑪𝑨𝑹𝑻𝑬𝑹✧* 。°.

Encarava as peças de roupas sobre minha cama, me perguntando como eu iria enfia-las naquele armário lotado de camisetas e calças jeans.

Parte de mim adorava comprar roupas novas, mas a outra odiava com todas as forças. O fato é que, como já disse, não tenho senso nenhum para moda, o que torna as coisas no mínimo frustrantes. Isso basicamente explica o porquê de Isabella Carter viver de calça jeans e camisetas – a maioria delas escuras –, já que, dessa forma, a margem de erro diminui uns 60%.

O problema começa quando você mora em uma cidade litorânea que luta de frente com o calor do inferno. Na verdade, a minha teoria é que Daytona é o inferno, e eu estou aqui pagando por cada um dos meus pecados, tipo ler livros com homens sem camisa na capa ou colocar catchup na pizza.

Mas se estou mesmo lado a lado com Hitler, pelo menos preciso de roupas especiais para a ocasião. É por isso que minha mãe estourou o cartão de crédito e me comprou o melhor que uma loja de departamentos pode oferecer. Provavelmente, quando eu sair na rua, vão ter no mínimo umas trinta pessoas com as mesmas roupas que as minhas.

Abri meu guarda-roupa e peguei alguns cabides, começando a pendurar os vestidos que não pareciam se encaixar com a escuridão do meu armário. Dobrei as blusinhas – amo blusinhas novas – e as coloquei de forma organizada em uma das prateleiras, mesmo sabendo que não demoraria um dia para que elas estivessem jogadas pelos cantos. Por fim, ajeitei as saias e os shorts, finalmente terminando meu trabalho.

Não eram muitas roupas, mas para Isabella Carter, que compra uma peça por ano, era como a queima de estoque da Zara.

Peguei meu celular, retirando-o do carregador e desbloqueando a tela. A mensagem do número desconhecido ainda estava sem resposta, por motivos de que eu já imagino quem seja a pessoa e não estou nem um pouco afim de conversar com ela.

Talvez eu tenha digitado várias respostas, essas que foram apagados segundos antes de serem enviadas. Claro que eu queria ter a confirmação da minha teoria – já que ninguém além de Styles me chama de Carter –, além de querer saber como diabos ele conseguiu meu número, mas meu orgulho falava muito mais alto que minha curiosidade, e por esse motivo que joguei meu celular na cama e bufei.

O importante naquele momento era comer e depois passar o restante do dia jogada no sofá assistindo programas do Discovery H&H. Nada de mensagens, nada de pessoas. Somente eu e os irmãos a obra.

Saí do meu quarto e desci as escadas correndo, deparando-me com Emily Carter assistindo uma das suas amadas novelas mexicanas. Revirei os olhos e segui para a cozinha, fazendo um belo sanduíche e me sentando ao lado da minha amada mãe.

— Nada de comer no sofá! – Ela me repreendeu e eu revirei os olhos, não me movendo do lugar. – Eu vou ter que dizer de novo Isabella? – Suas sobrancelhas se ergueram e eu bufei, reclamando enquanto me levantava.

Não queria ver Maria do Bairro pela centésima vez mesmo.

Acabei de comer na cozinha enquanto divagava sobre minha vida. Era bem louco como em pouco mais de duas semanas em Daytona, minha vida foi mais emocionante do que se somar todos os meus dezessete anos de existência.

Eu já havia conseguido fazer amigos, já tinha um peguete, uma bicicleta, roupas novas e um Styles irritado. O que mais eu poderia desejar?

Durante os minutos que fiquei divagando enquanto devorava meu sanduíche, resolvi que ficar em casa não estava sendo uma das melhores opções. Ouvir minha mãe falando na minha cabeça o restante do dia não era um dos meus programas favoritos.

Daytona Beach ✧ H.S Onde histórias criam vida. Descubra agora