dear diary;; kimjongdae

good night jagyia.

January 23, 1993. [19:44 PM.] ✧

"Você é louco? Não tem medo de que nos vejam."

Eu dizia no telefone.

"Não vão nos ver. Vamos lá Bae, não seja chata."

Ele respondeu.

"Não vão nos ver? É a praia Chen, um lugar público."

Rebati.

"Eu sei, mas é longe. Por favor, não se esqueça que me deve uma."

Ele disse, e foi golpe baixo.

"Eu sei, você acabou de me lembrar, como se eu pudesse esquecer."

Eu respondo, e então desligo o telefone. Esquecer, eu só queria esquecer. Mas eu não consigo, e isso não é culpa de ninguém. O telefone tocou de novo. Eu não queria atender, sabia que era ele porque ele é a única pessoa que me liga. Eu não deveria. Mas atendi no quinto toque.

"Me desculpe, posso me redimir levando você à praia? Vamos nos divertir tanto que prometo que ao fim do dia você já terá esquecido até seu nome."

"Amanhã é domingo Chen, os alunos querem se divertir, é uma proposta tentadora, mas você já pensou na possibilidade de encontrarmos alguém conhecido por lá?"

Eu disse, porque apesar de amá-lo, eu odeio praias.

"Aish, você não pode parar de pensar tanto em tudo por nem um segundo?"

Ele disse, claramente irritado.

"Não, e você deveria pensar mais nas consequências dos seu atos também."

Eu rebati, porque é a pura verdade. Ele é um tanto inconsequente para um homem de 26 anos. É o meu verdadeiro oposto.

"Primeiramente, é inverno, ninguém quer ir à praia. Segundo, se você está insinuando que eu sou inconsequente, vou ter que lembrá-la que sou seu professor e que posso tirar pontos da sua média por causa disso."

Ele disse com sua voz de professor, que eu simplesmente não consigo levar a sério.

"Primeiramente: se ninguém quer ir à praia por que você quer tanto? Segundo: isso não é anti ético?

Perguntei no mesmo tom.

"Este telefonema é anti ético. Eu convidar você para ir para a praia é anti ético."

Ele respondeu em tom de sarcasmo. E tenho certeza de que revirou os olhos enquanto dizia isto.

"Então aceitar também seria anti ético da minha parte. E você não se importa com isso? Pois deveria."

Respondi na defensiva, começando a ficar irritada. Eu não queria ir à praia, só queria ficar em casa.

"Sinceramente, não. E você é mais nova do que eu. Deveria se importar menos ainda. Nós só vamos nos divertir um pouco, que eu saiba isso não é crime."

Ele disse com tranquilidade, como se realmente não se importasse com as regras, eu posso não gostar delas, mas regras são regras, e eu procuro segui-las.

"Sou mais nova e pareço mais responsável, acho que tenho que me orgulhar disto, não?"

Respondi, novamente na defensiva.

"Você é mais nova e não consegue se divertir, é lamentável, não?"

Ele rebateu, nós estávamos em uma pequena discussão. Mas eu não queria perder.

"Não podemos nos divertir sem correr riscos? Não sabia que você era um desses malucos por adrenalina."

Respondi, começando a ficar irritada de verdade.

"Se não houverem riscos, não é diversão. Por que você acha que a montanha russa é a favorita das crianças?"

Eu bufo, ele não vai desistir.

"Nós não somos crianças."

Eu digo, mas já não estou mais tão disposta a ganhar a discussão.

"O que é uma pena. As crianças não precisam se preocupar com ética e responsabilidades o tempo todo."

Ele responde.

"Sempre soube que você tinha um espírito jovem."

Eu digo, e rio um pouco da minha própria piada sem graça.

"Eu sou jovem, e você é mais rabugenta que a minha bisavó, e ela tem oitenta anos!"

"Você parece uma criança mimada quando quer algo."

Eu rebato, porque não gostei de ser chamada de velha rabugenta.

"Você aceita ou não? Por favor noona."

Ele disse com uma voz infantil. E eu me derreti. Como o ageyo dele pode ser tão melhor que o meu?

"Ok."

Eu disse. Derrotada.

"Ya! Eu chegarei bem cedo. Antes das dez da manhã. É melhor começar a arrumar suas coisas. Durma bem jagyia."

Ele disse. E então desligou. Mas eu não consegui dormir bem a noite inteira depois do "jagyia".
Ficou ecoando na minha cabeça a noite toda. "Jagyia, jagyia, jagyia..."