January 02, 1993. [05:32 AM.] ✧
Chegou, primeiro dia de aula. Na verdade, não é o primeiro dia de aula, mas vou fingir que é. Já tomei banho e me vesti. Só não sei se estou preparada para o que vai acontecer quando eu chegar lá. Me deseje sorte diário, eu vou precisar.
12:55 PM.
Acho que ainda não acredito no que aconteceu e vou escrever para ter certeza de que ainda me lembro de tudo, e que não foi uma ilusão. Como esperado, muitos "sinto muito" e vários tapinhas nas costas também.
Mas ao que parece, muitas pessoas me evitam, constrangidas.Mas não foi esse o acontecimento extraordinário. Quando entrei na minha sala, no curso de Letras da Faculdade Nacional de Seul, encontrei uma pessoa que eu realmente não esperava ( e não queria ) encontrar. Kim Jongdae estava sentado na cadeira que costumava ser da minha vó, com a maior naturalidade do mundo. Eu fiquei parada na porta, de boca aberta como uma tola, confusa demais para me mexer.
Quando recobrei os movimentos das pernas, andei mecanicamente até sua mesa e fiquei bem em sua frente. Desta vez, eu iria falar primeiro.
" O que você faz aqui? "
Ele levantou o olhar do celular, quando ne viu, também pareceu incrédulo, mas sorriu, parecendo um pouco constrangido. Não consegui sorrir, eu precisava saber o que ele fazia no lugar que era dela.
Eu estava com raiva, o que foi ridículo, não é como se eu fosse entrar na sala e encontra-la no lugar de sempre. É claro que teriam de substituí-la. Mesmo assim, na hora só consegui pensar em como era injusto colocarem outra pessoa em seu lugar.
" Ao que parece, sou seu professor."
À esta altura, eu já tinha voltado à sanidade.
" Mas, você não é..."
" Muito novo?"
Ele me interrompeu, e era óbvio que já tinha ouvido esta frase inúmeras vezes, eu só consegui balançar a cabeça, constrangida por ele estar sendo gentil depois do acontecido no Bloom, depois de eu ter sido rude.
" Não sou tão novo, e você não estaria tão surpresa se tivesse me deixado terminar de falar. Eu fiquei chateado. "
Eu demorei um pouco para reagir, sem saber como explicar ou pedir desculpas. Ele deve ter percebido. Então disse rindo:
" Estou brincando."
Eu ri, para disfarçar o nervosismo. E juntei forças para pedir desculpas, que não é uma coisa que eu costumo fazer.
" Desculpe por ter sido rude. Como você conheceu minha vó?"
Eu perguntei, tentando dispersar o assunto do café o mais rápido possível. E o fervor das minhas bochechas também.
" Há algum tempo atrás, quando ainda estava na faculdade, assisti a uma palestra dela. Foi amor à primeira vista, virei um fã. "
Ele riu de novo, fazendo os olhos rirem junto e virarem duas linhas no rosto. Eu ri também quando notei isso, seus olhos duas linhas finas, é muito fofo.
" Você não é um sasaeng, ou é? "
Eu perguntei, tentando minha melhor expressão séria e desconfiada. Desta vez foi ele quem ficou sem reação, e eu fiquei feliz por ter conseguido ser convincente.
" Estou brincando. "
Foi a minha vez de bancar a engraçadinha. Ele riu de novo, mas estava visivelmente constrangido, eu me arrependi na hora do que falei. Parece sempre acabamos constrangidos em nossos encontros. E a culpa é sempre minha. Depois disto, os alunos começaram a entrar. Eu me despedi quase em um sussurro, e me sentei na última cadeira, perto da janela.
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dear diary;; kimjongdae
Fanfictiono diário de baehim no inverno em que ela perdeu a avó, e descobriu o amor.