January 28, 1993. [18:44 PM.] ✧
27/01/1993.
Me levantei da cama o mais vagarosamente que consegui, torcendo para que o tempo me acompanhassse e passasse devagar, ou o contrário, que passasse rápido e o dia acabasse logo.
Tomei meu suco devagar, sugando o suco de laranja pelo canudo até a última gota, adiando tudo o máximo que pude, mas o tempo não para, e a hora do reencontro chegou rápido demais.
Minha cabeça e meu coração, quase deram pane quando eu o vi, o medo de não ser recíproco e a saudade se misturavam e se confundiam dentro de mim. E mesmo com todos os meus esforços, ainda era muito cedo quando eu cheguei na sala, e nós ficamos a sós.
"Oh, você finalmente cansou de me evitar."
Ele falou, tirando os olhos dos papéis que estava lendo quando eu puxei uma das cadeiras da sala e sentei à sua frente.
"Eu não estava te evitando."
Eu digo, mas não consigo olhar para ele, então começo a cutucar o verniz da mesa de madeira, tirando algumas lascas. Ele ri anasalado e tira os óculos, aproximando o rosto do meu.
"Eu conheço você, sei quando está me evitando. Aliás sou perito em ser evitado por você."
Ele diz, e eu olho para ele. Pressiono os lábios, pensando muito bem antes de falar.
"Eu estava confusa, precisei de um tempo para analisar meus sentimentos."
Eu disse, e não era mentira. Não completamente.
"E conseguiu? Porque eu sinceramente também não consigo entender os seus sentimentos. E isso também me deixa confuso."
Eu te amo, era isso que eu queria dizer, quase disse. Ficou entalado na minha garganta. Mas eu não disse.
"Consegui. Você quer saber?"
Perguntei, nervosa, minhas mãos estavam suando. Ele se endireitou na cadeira, e seu rosto iluminou-se de curiosidade.
"Quero, mas tenho medo do que possa ser. E se for o que eu acho que é, por favor não diga."
Ele disse, acho que a confusão ficou nítida em minha face, eu não sabia do que ele tinha medo. De ser rejeitado? Ou de ter que me rejeitar? Mesmo assim, eu disse o que tinha que dizer.
"Eu gosto de você, gosto muito. E se a sua resposta for um não, apenas não diga nada. Eu vou ficar bem."
Eu disse, outra meia verdade. Ele ficou em silêncio, o temido "não" caiu sobre mim como uma bomba atômica. Eu me levantei, quase derrubando a cadeira em que estava sentada, apressando-me em sair dali antes que as lágrimas começassem a cair.
Mas quando eu já estava com a mão na maçaneta da porta, prestes a sair, ele me segurou pelo braço, me fazendo virar e encará-lo, não consegui mais segurar, as lágrimas começaram a cair livremente no instante em que nossos olhos se encontraram.
Ele passou os polegares sobre meu rosto, limpando minhas lágrimas. E me abraçou. Me abraçou forte, e eu passei os braços ao redor da cintura dele, abraçando-o também, deixando as lágrimas saírem.
"É claro que eu também gosto de você, muito mais do que você imagina."
Ele disse perto do meu ouvido, me fazendo fechar os olhos e suspirar aliviada. Eu sorri entre as lágrimas e pressionei meu rosto contra sua camisa, inalando o perfume leve e amadeirado que ele exala.
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dear diary;; kimjongdae
Fanfictiono diário de baehim no inverno em que ela perdeu a avó, e descobriu o amor.