Capítulo 11

2.8K 330 34
                                    

Bruno se abaixa segurando a cabeça de Lia, ele sorri ao ver os cachos dela caírem sobre seu rosto, Vallentina acaba rindo ao ver que a garota desmaiou depois daquela cena grotesca a alguns segundos atrás.

-Deve ter algo no carro... - Bruno assente segurando firme o corpo da garota que parecia estar dormindo calmamente.

-Você deu uma estrela sem as mãos! - Vallentina acaba rindo ao ouvir o desabafo de Carlos. -Onde aprendeu isso? - ela continua a rir. -Para de dar risada e me responda! - ela respira fundo se recupernado e o encara vendo que ele falava sério.

-É serio? - ela pergunta sem acreditar e ele confima cruzando os braços. -Fiz capoeira... - reponde se colocando a frente da porta.

-Capoeira? - ela assente.

-Meu pai serviu no Brasil, teve que se disfarçar de mestre de capoeira, teve uma escola e tudo... - sua mão retira um revolver do cós da calça destravando repidamente. -Ele me ensinou... - balança os ombros, fita Lia deitada ao chão por cima dos ombros e levanta a arma junto a Carlos quando a porta se abre no estacionamento. -Acho que vieram de helicóptero como nós! - ele confirma.

Os dois saem com as armas elevadas, vasculham pelo local com os olhos se havia algum movimento, então Vallentina volta fazendo Bruno se levantar e pegar a garota nos braços, a chefe retira uma chave de carro de seu bolso da jaqueta e aperta o botão detravando uma BMW preta.

-Você tem que deixar eu dirigir essa beleza um dia! - Carlos fala passando a mão no veículo.

-Se tocar nele sem minha permissão, ficará sem a cabeça de baixo... - ele engole em seco. -Tente...

-Estou cada vez mais te amando! - ela sorri arqueando uma sobrancelha. -Vai ser um casamento e tanto! - ela da uma risada contida abrindo a porta de trás para Bruno entrar com Lia.

Rapidamente ela acelera na rua entre os carros que começavam a encher as ruas, já estava começando a amanhecer. Passam pelo hospital e veem algumas viaturas paradas na entrada, Carlos fica intrigado, mas Vallentina passa reto, não estava afim de olhar para a cara de seu pai.

-Ele mudou a segurança... - ela fala quando para a uma quadra de distância do portão da mansão.

-Use a entrada dos Puertas! - o resmungo de Lia faz todos a fitarem se levantando e se apoiando na perna de Bruno.

-Você está bem? - Vallentina se atenta a garota.

-Não se preocupe senhora, nem sei o que aconteceu comigo! - ela passa a mão no rosto e fita rapidamente Bruno que transparecia sua preocupação com ela. -Estou bem, Bruno! - sua voz o faz sorrir.

-Já ouvi falar da entrada dos Puertas, mas nunca o vi de verdade, eu pensava que era lenda... - Vallentina nega.

-Me de a chave, Bruno! - o rapaz rapidamente retira o colar de seu próprio pescoço e entrega a chefe. -Vamos ter que escalar o muro! - ela aponta para a parede de tijolos alta ao lado do carro. -Vamos entrar por trás!

Todos assentem enquanto ela da ré entrando em uma rua logo trás do terreno da mansão. Vallentina coloca o veículo atrás de algumas árvores em um lugar abandonado e todos já estão esperando-a.

Lia estava agarrada ao braço de Bruno, todos ali estavam tendo noção do que haveria dali em diante, mas conheciam muito bem Jorge, não conseguiriam faze-lo de bobo, sua filha sabia que no fundo era provável ele já estar na sala, porem tinha esperança que aquilo fosse somente coisa de sua cabeça.

Carlos da impulso para Bruno que senta no topo do muro, Lia foi a próxima que teve ajuda do rapaz e logo estavam do outro lado. Vallentina e ele se afastam da parede se olham e correm dando impulso com um pé no muro e rapidamente com destreza pulam por cima caindo perfeitos ao chão.

A Volta - Coleção HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora