Capítulo 7

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Quando os primeiros raios de sol apareceram, Vallentina ainda estava sentada a sua cama com as pernas cruzadas e fitando o nada, passou a madrugada pensando no que faria com a mulher que estava em sua casa e necessitava leva-la até o homem que ama.

"Preciso fazer algo..." - se levantou e abriu a porta dando de cara com a ruiva que não saía de seus pensamentos.

-Bom dia! - ela sorri graciosamente para a jovem de camisola vermelha, e Vallentina avista em suas mãos uma bandeja com suco e lanche. -Preparei para você! - eleva a bandeja. -Espero que esteja com fome...

-Onde está Lia? - Regina sorri.

-Adormeceu no quarto daquele garoto, eles formam um lindo casal, não acha? - a mulher falando de sua filha de criação como se fosse íntima a incomodou.

-Porquê voltou? - a pergunta saiu como um comando fazendo a mulher a frente dela respirar fundo.

-Sua mãe me enviou, e seu pai acabou me segurando por mais tempo, mas eu deveria ter voltado logo que acordou no hospital com o tiro que seu pai lhe deu... - Vallentina larga a porta dando uns passos para trás e não entendendo. -Não sou sua inimiga, Vallentina! Estou aqui para te ajudar a sair desse mundo em que se meteu e voltar a fazer  que mais gosta! - ela arqueia uma sobrancelha não acreditando no que ouvia. -Dar aulas, não? - sua postura mostrava estar falando a verdade.

-Mas Carlos? - a mulher nega.

-Ele não deve saber por enquanto! - entra no quarto e deposita a bandeja na cama. -Ainda não, pelo menos até meu marido voltar de Paris para me ajudar com seu pai! - nesse momento a cabeça de Vallentina trava.

-Você é casada? - ela assente.

-Tenho um filho, Marcelo, uma graça, ele tem sete anos! - então passos se aproximam mostrando Lia e Bruno a porta.

-Está tudo bem, senhora? - o rapaz se pronuncia avistando que sua chefe está tensa e seus olhos estão fixos na mulher desconhecida para os dois.

-Bruno e Lia, essa é Regina... - o jovem casal não entende a importância daquele nome, pois eram atualizados sobre a historia da própria chefe somente quando sua mente lhe mostrava alguma parte de seu passado, dessa vez eles não sabiam sobre o sequestro que houve a treze anos.

-Não vou me aproximar de Carlos, eu sei que vocês se amam e quero que continue assim! - a mulher sorri indo para a porta. -Mais tarde eu volto, preciso falar com você sobre alguns assuntos da empresa e de sua mãe... - ela se retira do quarto deixando os três parados fitando o vazio.

-Senhora?! - Lia percebia o estado em que sua chefe estava entrando, seu olhar mudou.

O silêncio reinou no quarto, o rapaz estava preocupado, sua chefe estava silenciosa demais. A dois anos sua chefe havia entrado em estado de choque por uma lembrança de seu passado, e acabou pegando em uma arma na frente de Bruno, mas quando estava disposta a se matar, o rapaz foi capaz de convence-la e conseguiu tirar a arma de sua mão antes que tivesse feito besteira.

-O braço dela está sangrando... - Bruno sussurra para a garota que avista o curativo molhado de sangue e sua chefe está inerte fitando o nada.

Lia assente se abaixando para pegar novamente a caixa de primeiro socorros, quando toca Vallentina, sua chefe agarra o braço da menina e o torce forçando-a se abaixar e sofrer com uma dor no punho insuportável.

-Bruno! - Lia grita pelo rapaz que rapidamente pega álcool e um pano, com agilidade por saber como imobilizar Vallentina coloca no nariz da chefe que logo desmaia soltando a menina.

-O que hove com ela? - o rapaz pega a chefe no colo e a ajeita na cama.

-Ela precisa de ajuda... - Lia assente massageando o próprio punho e fitando Vallentina a cama como se estivesse dormindo. -Faça um curativo nela, vou ver se encontro uma pessoa! - ele se aproxima e da um beijo rápido na bochecha da garota fazendo-a ficar vermelha e sai rapidamente deixando-a com sua chefe desacordada.

A Volta - Coleção HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora