Ir e ficar.

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Opa, querida. Turu bom contigo?
Comigo tá tudo bem também! A viagem a Portugal e a França foi incrível! Me arrepio todinha só de lembrar. Prometo que um dia eu conto aqui o que aconteceu por lá...
Chegamos hoje no Brasil, mas o que me faz sentir dor nesse meu coraçãozinho é a saudade de mainha, Tatinha e Aninha. Jazin a hora de ir pra lá chega 💙.

Sinto muita falta de lá, mas a pior saudade é aquela daquilo que a gente não tem controle. A saudade do que foi pra sempre. Saudade do que não se mostra pra gente. Saudade do que se está fazendo inexistente.

Assim era minha relação com Ana até a nossa viagem de Ouro Preto. E depois dela também não foi muito diferente.

[...]

6 de Abril de 2017

Depois que Ana me pediu desculpas, as coisas entre nós melhoraram e até chegamos a ficar juntas algumas vezes, mas nada que se comparasse aquela nossa primeira vez. Eu sentia que Ana não tava sendo minha, que não tava comigo de corpo e alma, e isso pra mim é a pior das mortes, principalmente quando se trata de Ana Clara.

Quando chegamos em Ouro Preto ela ficou nostálgica. Talvez tenha sido aquele ar que era uma natureza só. Aqueles casarões. Aquele outro mundo. E foi aí que Ana teve uma ideia: resgatar uma música que tinha feito e pedido pro Matheus terminar, mas que acabou nem gostando e deixou pra lá.

[...]

– VIII, lembra de Fica? Ouve ela aqui de novo! – Ana só podia tá doida. Quase morri do coração com o pulo que ela deu pra me mostrar de novo a música e dizer que, do nada, tinha gostado. Apesar de ter sentido uma abertura na ferida que foi ver Ana e Letícia juntas naquele dia, também gostei da música e concordei de tentarmos fazer ela nascer.

Ana falou com Matheus de novo e apesar da gente achar que ele não ia querer mais, já que a bendita de Ana tinha dito que não tinha gostado de como ele finalizou a música, ele topou na hora e a gente fechou de gravar na próxima semana.

[...]

O show de Ouro Preto foi lindo. Quando chegamos no hotel Ana pediu pra ir no meu quarto e quando eu abri a porta, ela entrou com o violão pra fazer Deus sabe lá o que.

– Vi, senta. Preciso te mostrar uma coisa e te dizer umas mil... – Não entendi, mas fiz o que ela pediu. – Sei que errei contigo, e que tu sabe que fiz essa música pra Letícia... – Baixou a cabeça parecendo receosa. – Mas eu revi umas coisas e queria te pedir desculpa e dizer que essa música tem muito mais tu do que qualquer outro eu ou qualquer alguém que possa existir.

Não entendi onde ela queria chegar, mas ouvia tudo com atenção. A única coisa que atrapalhava ela era o som do meu coração que ia contra o violão de Ana. Ela tocou Fica e, quando terminou, começou a falar coisas que me destruíram de tentação e vontade, mas eu já tinha me decidido: Ana não ia mais me quebrar!

– Vi, vamo resgatar nosso nós de novo? Vamo voltar a ser o que só a gente é. Vamo tentar de novo. Juntas. Voar juntas como duo e como casalsin...

– Ah, Ninha, a gente tá tão feliz com o duo. Vamos continuar livre assim. Eu já te quis pra mim e pensei que isso ia ser suficiente pra gente, mas vi que felicidade tá em ser e não no que a gente quer ser. Se faça leve, plinxesa linda... Eu te amo, Ana. Vou tá sempre aqui! E tu, se for, é porque quer ir.
Eu fico, mas não me prendo somente aqui...

[...]

Eu quis tanto ter você
Quando você não me quis
E agora a gente é feliz
E ponto 🎵

Incerteza.Onde histórias criam vida. Descubra agora