Êta que parece bala esse fim de ano, né? Mil e uma coisas pra fazer, projetos pra finalizar, outros pra se fazer acontecer e eu só queria a calma do meu laguinho em Araguaína... 😔🐾🐨🐥🕊
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Tava em casa o dia todo e decidi sair pra ir no Ibira, e talvez ir tomar um sorvete, caminhar mais, quem sabe até correr. Então coloquei uma calça fina, um top, um blusão e saí. Como Ana mal vinha em casa, eu agora não precisava dizer que tava saindo a seu ninguém. E isso era bom. Era nosso novo acordo, tinha ar de liberdade, mas eu ainda me sentia um pouco presa a ela, ou talvez presa ao vazio que a ausência dela me causava.
Quando cheguei no parque, me sentei pra olhar cada partícula de vida circulando por ali, e nisso lembrei de Ana só pra variar um tico de nada. Pessoa, quando faço isso dói, geralmente só serve pra reabrir mais as feridas que todo dia eu tento fechar. Fechei meus olhos e me concentrei, talvez assim, meu pensamento me mostre um filme seu. Queria vê-la feliz, vê-la cantando de forma amadora, como quando começamos. Isso me tiraria a saudade e ia aliviar a dor. Eu queria Ana comigo, seja como amiga ou amante. Ouvir suas histórias cheias de ironia, acompanhadas do seu sorriso de dente pequeno e olho apertado. Saber como ela tá, poder aconselhar da melhor forma que uma amiga poderia fazer. Livrá-la do perigo, desejar sorte e oferecer o abrigo que meu abraço sempre há de ser, mesmo sem merecer, eu ainda depois de abraçar fosse dizer: Ainda amo você!
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Fazia tempo que eu não admirava o pôr do sol, admirar que eu digo é chegar antes da hora exata de quando toda a magia acontece. E sem pressa, ficar esperando tudo escurecer, o vento aumentar e a escuridão prevalecer. Fazia tempo que eu não andava sozinha fisicamente, mas a muito andava sozinha da companhia de quem me fizesse seu amor. Fazia tempo que eu fora o "amor", "chamego", "meu bem", xodó, "aconchego" de alguém. E talvez nem mais soubesse ser namorada de ninguém. Eu me fechei tanto que acho ter desaprendido a expôr, refletir minha essência pra transbordar outra pessoa com meu amor. Isso digo pelo motivo de que o amor é isso: fazer o outro transbordar. Amor não completa, não substitui, não faz por você. Amor é só amor, e antes de você fazer isso para e com alguém, comece por você!
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Antes do sol ir dormir eu decidi correr. Corri com pressa, desespero e agonia até que meus pulmões queimassem e minhas pernas não respondessem mais meus comandos. Quando parei já tinha o rosto totalmente vermelho. Parecia que eu tinha comido uma comida mexicana que de recheio só tivesse pimenta malagueta. Eu tinha corrido por medo de voltar e não conseguir mudar, era como se nada me viesse na cabeça como razão pra esquecer Ana Clara e tirar ela do meu coração que agora batia tão descompassado e parecendo querer pular do meu peito. Talvez com um transplante Ana fosse junto com esse meu coração tão machucado. - Balancei a cabeça em sinal de descrença. - Eu já tava beirando a obsessão, e por isso vi que meu caso era mais sério do que pensava. Eu precisava me abrir com alguém e contar meu segredo. Queria um colo pra repetir tudo o que já tinha pensado nesses meses longe de Ana. Queria falar ou chorar até pegar no sono, derramando qualquer bebida que eu tivesse de tá tomando.
Pensei em conversar com Ana, mas será que eu queria saber se Ana ainda sentia algo por mim? Se sentia tristeza por vivermos longe desse jeito? Eu esperava que ela se aventurasse e pudesse voltar, mas tava demorando demais, e a cada foto, viagem, vídeo, comentário e apelido novo minhas esperanças morriam.
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A noite tem isso de fazer com que a gente diga o que não teria coragem de dizer com o sol apontando. Decidi ir num quiosque e pedi uma cerveja. Tomei uma, duas, três, quatro... Quando vi já tinham sido 7 e eu já tinha pedido a oitava garrafa. Precisava comer, senão ia cair ali durinha e sabe Deus quem ia me socorrer! Pedi uma porção de sopa de legumes e comi grata por todo preenchimento que ela me deu.
Talvez eu tivesse muito ocupada sendo o amor de Ana Clara pra notar mais alguém. Agora que vi isso, notei que tudo me arrasta até ela. Ana tinha coração? Se tivesse, que horas fecharia? Queria que ela me esperasse e preparasse sua boca pra mim.
Olhei meu celular depois de ter passado o dia todo apenas ligando a tela pra ver a hora, trocar a música e atender alguma ligação, e vi que além de já serem 20:30, Ana tinha mando uma mensagem dizendo que chegava às 20:00, além de pedir pra que eu levasse alguma janta pra gente.
O álcool me encorajou a tentar algo mais uma vez! Levantei da mesa, paguei a conta e peguei um Uber pra casa. Do caminho usei um aplicativo pra pedir comida e fiz uma nota mental sobre beijar Ana repetidas vezes, e se ela quisesse, eu ficaria com ela depois e depois.
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Quando cheguei no prédio, graças ao trânsito a comida chegou antes de mim e o nosso porteiro pagou por nós. Depois de acertar tudo, peguei as sacolas e subi. Agora precisava de um banho!
- Ô AANACLARA! CÊ TÁ AQUI, BISCOITINHO? - Entrei toda atrapalhada, e não tive resposta. Talvez o vôo tivesse atrasado, talvez ela não tivesse vindo. Desanimei ao pensar que Mike podia ter ganho mais uma noite com ela.
Fui pro banho, caprichei lavando duas ou três vezes cada parte do meu ser. Depois de muitos devaneios e muitas espuma, decidi que já era hora de sair, então penteie meu cabelo e quando cheguei na cama sentei, me joguei pra trás na intenção de só pensar mais um pouco, só que toda a corrida, bebida e pensamento me fizeram dormir.
[...]
Depois disso a única coisa que senti foi um corpo nu igualmente ao meu se deitando ao meu lado e ficando de conchinha comigo. Quando me beijou, os mais intensos e diversos arrepios percorreram todo o meu corpo exposto e vulnerável no escuro do que talvez já fosse madrugada...
Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito 🎵NOTAS
Vocês que lêem, vocês que escrevem, vocês que comentam e também os que votam, amo vocês! É bonito de ver quando noto tantos encontros que as meninas proporcionam... Obrigada pelos 5K💙
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Incerteza.
FanfictionCapa: Catarina13ac Oiê, meu nome é Vitória Falcão, e não, esse não é um anúncio do Duo ANAVITÓRIA... Nesse lugar bem aqui, eu vou procurar dizer pra tu bem aí, o que tem sido minha vida e como algumas coisas nesse mundo cheio de bagunça são pra mim...