Incerteza.

Aquecendo o peito.

Eita, que com essa correria todinha eu nem tive tempo de vir conversas com meus passarin. Mas já voltei e confesso, não quero ficar sem vocês de novo! Um xero. Muito, muito, muito obrigada pelo carinho todinho!

[...]

Depois que passou o dia em que eu vim pra esse mundinho, tudo continuou na mesma coisa: Eu, Ana, shows, carinhos, confissões, mas sem nenhuma cobrança.

05 de Maio de 2017

Guto chamou a gente pra ir num sítio com uma galera e a gente topou. Chegamos lá amanhecendo o dia e estando viradas, com um sono que chegava a dar dó. Mas como chegamos cedinho e todo mundo tava dormindo, por terem ficado até tarde bebendo e cantando, acabamos indo dormir também. Mas notei que Ana assim que chegou já ficou estranha, e eu ainda perguntei se tinha acontecido alguma coisa, mas ela só negava e dizia que a cara dela tava normal.

06 de Maio de 2017

Acordei sozinha no quarto, peguei meu celular pra olhar a hora e vi que já tava pra lá da hora de almoço, então eu nem ia insistir de tomar café. Estranhei Ana ter acordado primeiro, já que ela veio o caminho todinho dizendo que tava muito cansada. Depois de preguiçar mais na cama , levantei, olhei o dia pela janela, sorri pro sol e fui tomar banho.

Depois do banho longo e bem tomado, troquei a roupa que eu tava desde antes de vir pra cá e fui na cozinha. Achei Clarinha e Guto por lá, e vi que eles tavam fazendo umas carnes pro churrasco na hora da fogueira, cortavam frutas e saladas e vi que todos já tinham almoçado. Senti falta dos outros, mas especialmente de Ana e Mike. Eu juro que eu não queria nutrir nenhuma paranóia na minha cabecinha avoada.

Resolvi deixar eles de lado, ajeitei meu almoço que os meninos tinham tido a preocupação de comprar coisas pra esse ser vegetariano aqui, e conversei com Clara e Guto enquanto matava a danada daquela fome que já falava por mim.

Depois do almoço e de ler na sombra, Ana, Mike e os outros voltaram de uma trilha por lá. Tirando isso o resto do dia foi normal. Comemos besteiras, cantamos, conversamos sobre tudo e ainda pulamos numa cama elástica que sabe Deus o motivo dos meninos terem comprado ela.
Eu tava precisando daquele lugar, de descanso, paz, ausência de compromissos, amigos... Foi um dia só que valeu por um mês inteiro.

Esse era nosso expresso panquecaum...

[...]

09 de Maio de 2017

Aniversário de Letícia. Notei que Ana passou o dia inquieta e por isso resolvi dar tempo pra ela. Não podia deixar de parabenizar Lelê pelo seu dia, eu gostava dela e sentia por ela não ter dado certo com Ana. No fim da tarde vi que Ana postou uma foto da casa do sítio. Sorri, era a foto da janela do quarto em que ficamos! Eu amava o jeito como Ana encaixava nosso dia todo em uma só foto e de maneira tão discreta. Só estranhei ela não ter postado nada pra Letícia. Será que elas conversaram no privado? Ou pior, será que tinham conversar constantes?

10 de Maio de 2017

Por eu ter me distanciado de Ana ontem, resolvi sair hoje e retribuir o susto que ela me fez no meu dia. Passei o dia fora de casa e sem olhar o celular. Andei pelo mundo, sorri pro povo da rua, visitei uma exposição de arte e vi uma floricultura. Olhei o celular e vi que além das outras mil notificações, tinham 13 ligações de Ana e 18 mensagens no whatsapp. Sorri e quando voltei a vista pra floricultura, vi que era aquilo que eu precisava...

Entrei na loja e fui direto nos girassóis, procurei o mais bonito e comprei para dar aquela que tinha a luz da minha vida toda...

Quando cheguei no nosso andar, diminui o barulho do meu corpo todo e entrei em casa devagarinho. Ri baixinho, mas com um aperto no coração quando vi uma Ana emburrada, olhando pro nada. Assim que ela percebeu que eu cheguei, escondi o girassol atrás de mim e a olhei esperando toda a lição que eu ia receber pelo meu sumiço. Ao me ver, Ana me surpreendeu falando ainda num tom bravo:

– Isso é hora de chegar em uma casa de respeito? Aqui você não fica nem com a mulestia de cachorro-doido, vai dormir é na rua, que é pra todo mundo conhecer a qualidade de mulher traidora que você é. – Eu não acreditava que Ana tava me fazendo encenar o Alto da Compadecida não!!! Depois de dar uma risada alta continuei a brincadeira...

– Oxe, eu só fui dar uma voltinha pra me refrescar.

– Refrescar só se for esse fogo que você tem! – Ri mais, só que dessa vez tinha maldade nos meus olhos! A única pessoa que me causava fogo era Ana. E só ela sabia como acendê-lo do jeito especial dela.

– Aninha, vamo resolver esse assunto entre nós. – Passei minha unha no balcão da cozinha, como um gato arranhando o mármore e fiz olhar pidão e biquinho pra ela. – Deixe eu ficar, por favor...

– Ficar? Só se for sem sua cabeça! Eu fui muito besta em juntar meu nome com o seu. Mulher bonita só serve pra por chifre na gente!

– Se você me pedir pra ir, eu me atiro na cacimba. – Diminuímos nossa distância que já era menor, e nos encarávamos, já sentindo a excitação no ar que envolvia a gente.

– E eu tenho lá essa sorte?

– Você vai se arrepender de suas acusações falsas, e vai todo mundo pensar que você que me matou por ciúmes, você vai morrer de remorsos. Adeus, Ana Clara, meu único amor. Aaaaah... – Caímos na risada juntas e quando eu cheguei perto dela, lhe entreguei o girassol e depois que ela o cheirou, nos beijamos com saudade e com carinho.

– Único amor é Vitória Falcão?

– Eu tava encenando, sempre fui boa atriz. – Ana se fingiu de ofendida, mas me beijou de novo.

– Passei o dia longe só pra te dar o troco daquele teu sumiço. Tu sabe que eu nunca seria uma Dora quando meu Eurico tem a pela morena mais gostosa dessa São Paulo todinha. – Ela se encaixava em meu abraço que já se fazia quente pelo ambiente do apartamento. – Quando o beijo e o gosto do corpo são tão únicos, e quando invés de ter uma padaria tu tem uma fábrica de declaração de amor todinha pra oferecer mais e mais amor pro mundo...

O resto da noite foi todinha pra matar a saudade que eu tava daquele bem querer, tão pequeno, mas tão dono de mim...

Te mando um monte de beijos
Aí que saudade d'ocê 🎵