Piscar de olhos - Parte I.

1.8K 98 43
                                    

Mas eu num digo mermo? Tu ainda tá curiando minhas coisinha por aqui? Pois se acomoda aí que a coisa só piora daqui pra frente...

[...]

Depois que ela me beijou com a mesa entre nós, eu levantei, me afastei e coloquei as mãos no juízo como quem não sabe se guarda aquele momento ou se pensa nas consequências ele vai trazer. Escolhi guardar. Fiz bem.

Dei um passo mais perto de Ana e pude ver medo nos olhos dela, e pelo que conheço do meu duo, ela devia ter ficado com medo de eu fugir de novo. Até que eu falei e um sorriso apareceu no rosto dela.

– Eu morri todos os dias esperando você... – Ela sorriu e eu sorri junto. – Ninha, deixa esse medo pra lá. Eu esperei isso por mil anos e esperava mais mil se tivesse certeza que ia ser. Ia ter eu, tu, ia ter nós.

Depois que a última palavra saiu da minha boca, uma atmosfera parou o tempo e guardou a gente ali. É incrível como cada pedaço de Ana tem sua beleza e por isso eu não quero deixar que nada a leve de mim.

A imagem de Ana, os olhos, cada respirada funda que ela dava, cada passo que davamos até nossas almas trombarem. Tudo aquilo durou minutos na minha cabeça, quando não deve ter passado de alguns segundinhos. Cada "agora não" da vida foi responsável por a gente tá aqui, agora. E é aqui que eu fico e me derreto.

Ana encaixou as mãos no meu rosto como se pedisse por aquilo, eu respondi fechando os olhos e me deixando levar por qualquer coisa que viesse de ser a partir dali. Rapidamente nossos corpos grudaram, as borboletas da barriga dançavam e o suor frio das mãos esquentou na medida em que meu corpo derretia de vontade e desejo do toque da alma musicada de Ana Clara...

– Canga, vamo pra cama? – Ana disse isso e qualquer parte do meu ser que fosse contra a ideia de dar cada canto do meu mundo pra ela, se foi dali e não teria forças de penetrar de novo o nosso momento.

Peguei Ana pela mão até que sentei na ponta da cama e a parei quando coloquei minhas mãos em sua cintura. Sem dizer nada olhei em seus olhos. Queria saber se ela queria mesmo aquilo, e quando ela me olhou e lambeu a boca, nada mais precisa ser perguntado.

Abri sua blusa e isso fez com que ela ficava mais gostosa ainda. Suspirei. Beijei e fiz carinho na sua barriga e a puxei pra mim até que nossas testas estivessem grudadas e ela estivesse sentada em minhas pernas.

Virei seu rosto e beijei sua orelha, chupei o lóbulo, soprei levemente seu ouvido. Fui ao pescoço e o beijei, mordi e tudo isso enquanto apertava sua cintura e seios de forma alternada. Ana parecia sempre estar ansiosa pela minha próxima ação e isso a deixava completamente passiva na relação.

Beijei sua boca lentamente e carinhosamente e depois de mais alguns selinhos virei meu corpo com o dela e fiquei de pé. Ela me olhou sem entender e eu fiz sinal pra que esperasse.

Fui até o som e coloquei a rainha Bey pra tocar. A primeira música foi logo Crazy in Love, e aí eu não pude mais conter meus desejos. Tirei meu vestido, fui até Ana e tirei seu short e calcinha, mas não a toquei de imediato.

Ana parecia não aguentar mais e inverteu as posições. Me jogou na cama, sentou na minha barriga e me beijou como se minha boca fosse a fonte com a água mais limpa e pura do mundo. Desceu sua mão por meu corpo, apertou, cheirou e beijou cada pedacinho meu que pudesse conter essência e então me olhou e depois voltou os olhos para meu sexo que já se encontrava nu, frágil, molhado e pulsante.

– Tu quer que eu beije o que eu ainda não beijei de tu, Vi?

– Ô pergunta boba, Naclara! Vem logo fazer parte de mim, senão eu vou ser tu e a gente vai passar a noite sendo uma troca de nós entre entre pernas e almas.

Ela sorriu, me beijou e sumiu da minha vista. E aí foi quando eu senti sua boca dar o primeiro beijo macio na minha parte mais sensível. Apertei os olhos como resposta e deixei pra lá todo pensamento que pudesse atrapalhar aquela sensação tomar conta de mim.

Eu não queria que ela parasse, mas também não queria que só eu sentisse aquilo. A puxei pra cima e a coloquei também em cima da cama, e então fiz a proposta mais ousada e desenvergonhada da minha vida!

– Deixa eu te sentir enquanto tu também me sente, Ninha? – Ela me encarou incabulada toda, mas me beijou e se deitou comigo de lado oposto ao meu.

NOTAS

Não me deseje mal por parar aqui ...

Incerteza.Onde histórias criam vida. Descubra agora