Louca por Emmett, Nas batidas do Amor, 1

Capítulo 19

- Não foi no encontro com o número 1?

Olhei para o homem, franzindo as sobrancelhas, sem entender nada.

Era a vez dele, mas saber que tinham se auto numerado era engraçado.

- Foram numerados?

- Não. É uma piada interna para tornar tudo mais fácil pra você.

Pra mim, claro.

Até porque eu realmente não lembraria o nome de todos eles assim em tão pouco tempo.

- Então, já que estamos aqui, me conte mais sobre você.

A produção foi tão bem elaborada para nos aprisionar que até salas de jantar particulares foram decoradas e projetadas para nos deixar envolvidos apenas com o nosso par da vez.

Me sentia sufocada e não era pouco.

Praticamente um animal enjaulado.

- Eu sou um cara simples, fã da Psicotic e que tem um amor platônico por você, assim como metade da população masculina do planeta. É humilhante, eu sei, mas acaba sendo a verdade.

Fiquei sem saber o que dizer. Era meio rude, mas não insensível ao ponto de destratar um homem que dizia sentir por mim algo tão forte. Duvidava que fossem além do fascínio, mas não o desmentiria, porque cada um sabia o que sentia.

- Bom... Meu nome é Trinity Miles, tenho vinte e nove anos, sou temperamental ao extremo, mas consigo amolecer o coração quando quero. – Falei um pouco de mim, torcendo para que ele não quisesse saber mais nada.

Meus segredos eu preferia manter apenas para mim.

- Isso eu sei, Trinity. Quero descobrir qual sua cor preferida, o que gosta de comer, quais seus medos e sonhos... É o que realmente importa e as respostas podem me ajudar a desvendar esses seus mistérios que chamam tanto a minha atenção.

Engoli em seco.

Parecia que ele estava mesmo tentando desvendar meus desejos mais obscuros e tudo o que minha alma tentava esconder do mundo exterior.

Um mundo onde Trinity não passava de uma celebridade rancorosa.

Decidi dar algumas respostas para ele, mas nada que pudesse ser usado contra mim depois. Preferia me manter na sombra e permanecer protegida, do que sair ao sol e ser queimada.

Segurança era a minha melhor opção.

- Eu adoro batata frita, se pudesse comeria sempre. Minha cor preferida é preto, isso é perceptível... Mas não quero falar sobre meus medos e sonhos, são uma parte de mim que não irá desvendar hoje.

- Hoje... Quem sabe um outro dia.

Eu duvidava.

- Qual o seu nome?

Eu nem havia perguntado e ele não fez questão de falar.

- Bruce.

- Tipo o Batman?

- É. Todos falam isso. – Ele disse e gargalhou, me fazendo sorrir também.

- É legal, eu acho. Meu nome é Trinity e adoro Matrix. Mas como sabe, minha mãe com certeza não pegou a ideia do filme, já que nasci antes; na verdade, ela devia estar muito louca e deu qualquer nome que veio na sua cabeça. Se for pesar as possibilidades, Trinity nem é tão ruim assim.

Falei mais do que deveria e notei a mudança no seu semblante ao perceber o mesmo que eu... Bruce tinha me feito falar e olhando por esse ponto de vista, não pareceu tão ruim assim. Pareceu libertador...