Capítulo 32

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Emmett

Abri a porta da frente, sentindo paz por finalmente estar em casa. O cheiro gostoso do mar invadindo tudo e deixando uma sensação maravilhosa no lugar.

Segui até a porta de correr com vista para a areia e a abri, sorrindo sozinho, observando a extensão azul. Aquela era a melhor vista que se poderia ter, eu tive essa certeza assim que fui informado pelo corretor que algo do tipo estava disponível.

Pagara uma pequena fortuna, mas a paz e beleza da vista compensavam tudo e eu achava até que saíra barato afinal de contas.

- Está tudo bem, senhor? – Megan, a pessoa que cuidava da Sophie, perguntou assim que me viu parado.

- Sim. Sophie está no quarto?

Ela balançou a cabeça positivamente e eu desisti de olhar a água para subir e ver como minha filha estava.

Não costumava ficar muito tempo longe dela, a não ser quando saía em turnê e seria pouco dizer que meu coração ficava ali quando eu o fazia, porque a verdade é que tanto ele quanto meus pensamentos não se desgrudavam da mulher mais importante da minha vida.

Abri a porta do seu quarto e a observei lendo um livro qualquer, meu peito se enchendo de amor, completamente feliz por vê-la bem.

- Oi princesa! – Falei e ela se levantou calmamente, vindo até mim, me dando um abraço fraco e logo se desprendendo para voltar à sua leitura.

Sophie tinha um grau baixo de autismo e por isso, vivia fora da realidade, em um mundo apenas seu que eu aprendera a conviver e amar.

- Vamos passear hoje?

Na areia da praia poderíamos caminhar. Mas eu não arriscaria andar pela rua, ser reconhecido e automaticamente ligado à ela. Não seria saudável para a minha filha ter que conviver com o assédio. Ela já era suficientemente quieta sem isso e caso tudo viesse à tona, seria ainda pior.

Ela precisava viver e eu não deixaria que nada atrapalhasse.

- Pode ser na praia?

Perguntei e ela balançou a cabeça, em um aceno afirmativo.

Fui até onde estava e olhei as páginas do livro que ela lia tão concentrada. Era alguma obra italiana e saber que ela aprendia qualquer idioma que quisesse apenas lendo e assimilando, era incrível pra mim e me fazia explodir de orgulho por ela.

- Como estão as coisas no colégio?

- Bien. (Bem)

Ela sempre começava a falar francês quando alguma coisa a incomodava e eu automaticamente me via preocupado por não conseguir controlar tudo que a envolvesse.

Se eu pudesse a manteria sempre perto de mim, onde ninguém poderia fazer nenhum comentário maldoso ou causar qualquer tipo de mágoa nela.

- Es-tu sûr? (Você tem certeza?)

A mãe dela era francesa, a mulher mais envolvente e sedutora que eu já havia conhecido. Acabamos ficando juntos em uma noite maluca e Sophie era o resultado disso. Nunca me sentira tão bem por perder a linha como me sentira quando a peguei no colo quando nasceu. Era um presente que eu não agradeci como deveria à Aimee.

Na noite em que morreu, eu me vi sozinho, com uma criança que necessitava de cuidados especiais totalmente dependente de mim. Não era nem metade do homem que era agora e me lembrava como nunca do desespero ao saber a terrível notícia. E essa notícia culminara em uma sequência de acontecimentos ruins, como o que ocorrera com Miles e Kyle.

Louca por Emmett, Nas batidas do Amor, 1Onde histórias criam vida. Descubra agora