Acordo com meu celular tocando, me viro para a cama, para ver de onde tá vindo o som, e aos pouquinhos vou me levantando.
- Alô.
- Amisha, onde você está?
Minha mãe liga perguntando.
- Oi pra você também mãe - digo, resmungando, e me arrastando de volta para debaixo das cobertas, e para o lado de um Pietro quentinho - to na casa de uma amiga.
Minha mãe dá risada - que amiga?
Droga! - mãe, a gente por se falar outra hora.
-Amisha, eu vou voltar semana que vem tá.
- Tá bom, mãe - falo - mas, que dia?
- Sem previsão, só sei que é semana que vem.
Reviro os olhos - vou te esperar, então.
- Amisha, desliga esse telefone - Pietro pede, enquanto vira para o outro lado.
Minha mãe tosse do outro lado da linha, e eu solto um suspiro.
- Tchau, mãe.
- Você não me escapa, quando eu chegar em casa, beijos amor, estou com saudades.
Ela desliga.
- Porque você falou? Devia ter ficado quieto - digo, e bato em seu ombro.
- Porque eu estou dormindo, e você falando alto - ele virou o pescoço, só para me olhar - e porque você me chamou de menina.
- Você fez de proposito - falou boquiaberta - porque em?
- Porque você estava mentindo - ele diz, e se vira na cama de novo - agora, quietinha que eu quero dormir.
- Já tá na sua hora de levantar - ele abre um olho, e fecha o de novo, fingindo que não ouviu - não faz assim.
- Como eu faço para você parar em - ele resmunga, e se senta na cama.
Ele abre os braços, e se estica inteiro, me fazendo prender o olhar nele. Eu me sento em seu colo, enlaçando meus pés em sua cintura.
- O que você vai fazer hoje? - ele pergunta, e passa as mãos em minhas coxas.
- Trabalhar, e trabalhar.
Ele deixou escapar uma risada, e dá beijos demorados em meu pescoço.
- Você está atrasado, professor.
Digo baixinho, para ele. Ele dá um sorriso de lado, e sela seus lábios no meu devagar.
- Alisha - digo entrando em sua sala - cadê você?
- Oi.
Ela grita, to aqui na salinha.
- Sai daí meu - eu digo, puxando-a - tá cheio de pó isso aqui.
- Eu sei, mas precisei pegar um negocio aqui urgente.
- Mamãe, te ligou? - ela assente - e disse que está voltando.
- Sim, ligou muito cedo - ela me olhou - na verdade, ela só me ligou porque não consegui te achar.
Eu suspirei - é, eu fiquei sabendo.
Alisha me encarava com um cara confusa - ela me ligou, eu estava com o Pietro, aí eu menti falando que estava com uma amiga, aí o Pietro abriu a matraca.
- E ela deixou barato assim?
- Só no dia que chover canivete - Alisha sai da sala, e se senta em uma cadeira - ela disse que fala comigo, quando ela voltar
- Ela vai esquecer.
Falamos juntas, e damos risada.
- Agora, me conta como foi o jantar?
- Foi romântico, foi lindo, fora que ele cozinha super bem.
- E que conclusão você chegou? - ela pergunta
- Ai, quer mesmo que eu responda.
Ali, faz que sim com a cabeça.
- nem eu sei.
Alisha dá risada - cópia, cópia.
Ela ia dizer alguma coisa, mas o telefone toca, e ela diz que depois ela me fala, eu me levanto e volto para a minha sala.
Sento na frente do computador, e abro um arquivo, mas não consigo me concentrar.
- porque você foi aparecer? - resmungo para mim mesma.
Não sabia o que fazer, eu nunca namorei, e também não mantinha casinhos, sempre era por uma noite ou até menos que isso, simplesmente por que eu tinha medo de me machucar, e sofrer depois. Mas, com Pietro tá sendo diferente, acho que deve ser por ele estar presente no meu vinculo de amigos e família, dou um suspiro, e pego meu telefone, procuro a foto de Pietro, e fico olhando a mesma, e tento tomar uma decisão do que vou fazer.
Decido ligar para a minha amiga.
- Amora.
- Oi - ela diz - faz tempo que a gente não se fala.
- Topa ir em um barzinho comigo hoje.
- Claro, se vemos mais tarde então, naquele de sempre.
Combinamos tudo certinho, e eu volto para o trabalho, ou pelos menos tento.
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Amor á segunda vista
ChickLit#15 - saudade Somente aquele que é o outro, nos mostra como verdadeiramente somos. - Amor à Segunda Vista