Três dias depois.
- Filha.
Minha mãe me chama, e eu resmungo.
- é serio, acorda.
- O que?
Eu tiro a coberta da minha cabeça, e olho para ela.
- Eu to indo viajar - ela me cutuca - você se cuida em.
- Eu vou ficar bem - digo, para ela - e vou sobreviver.
- Tchau.
Aceno para ela que sai, e depois ela gritar um outro tchau, e volto a dormir, fico deitada por um bom tempo, levanto, e já estou acostumada com a minha perna. Eu só não estou acostumada, com a saudade que eu estou sentindo do Pietro.
Fora que eu estava tendo um probleminha com tontura e dor de cabeça, um coisa horrível, e agora estava me atacando.
- Não, não tem ninguém em casa para me socorrer.
Tomo o remédio que eu sempre tomava para cortar, e espero fazer efeito, ligo para a Alisha, que não atendia o celular, depois liguei para Fred, que também não atendeu,e a minha tontura em vez de melhor ficou cada vez mais forte.
- Droga, eles estão na consulta.
Respiro o fundo, e olho os contatos do meu celular, e resolvo liar para ele mesmo.
- Alô.
- Pietro, por favor - eu engulo em seco - me ajuda.
- O que aconteceu?
Eu demoro um tempo para responder, eu respiro fundo
- Amisha.
- Vem logo, por favor.
- O que você tá sentindo?
- Eu - eu respiro fundo de novo - estou com tontura.
- Você já tomou remédio?
Ele pergunta, e eu escuto que alguma coisa caiu no chão.
- Tomei, mas não faz efeito.
- Calma, eu to indo para ir.
Ele desligou, e eu fico no sofá esperando Pietro aparecer. Escuto batidinhas na porta, e em seguida ele chama o meu nome, eu levanto rápido do sofá, o que faz piorar minha tontura, abro a porta, e tropeço nos meus próprios pés.
Pietro me segura a tempo.
- Opa - ele me puxa para ele - que cheiro é esse?
- Sei lá.
Ele dá uma olhada na cozinha - aí meu deus.
Ele me apoia na parede, e corre para desligar o fogo.
- Você quer morrer?
- Não, eu esqueci de desligar.
Ele se aproxima de mim, e tira o cabelo do meu rosto.
- Vou te levar no hospital.
Eu nego, ele só revira os olhos, e me pega no colo, tranca a porta e me coloca no carro, ele me leva no hospital,e logo sou atendida.
- Não me deixa.
Eu choramingo para ele, ele aperta a minha mão.
- Vou ficar aqui com você, só descansa tá bom.
Faço que sim, e logo o remédio faz efeito e logo eu apago.
Acordo ouvindo vozes, que não consigo identificar.
- Não, tudo bem, vou ficar com ela hoje.
- Ela já está de alta, melhoras para ela.
O médico sai, e Pietro se aproxima de mim de novo.
- Ainda bem que você já acordou - ele beija carinhosamente minha testa - você me deixou preocupado.
- Desculpa.
- Desculpa, pelo o que, princesa?
- Por ter te ligado, eu não devia.
- Devia sim - ela passa a mão em meu rosto - vou cuidar de você.
Dou um sorrisinho - o que eu tenho?
- O médico disse que pode ser labirintite, ou estresse, mas não é nada grave.
- Ainda bem - sorrio para ele, e pego sua mão e entrelaço meus dedos no seu - quando vou sair daqui?
- Quando esse soro acabar.
Olho para cima, e vejo que já está no finzinho. Pietro não sai do meu lado, em nenhum momento, ele me abraça enquanto caminhamos até seu carro.
- Você pode me deixar em casa? Você não precisa se responsabilizar por mim.
Ele dá um sorriso de lado, e aperta a minha mão.
- Você me ligou, a partir desse momento você pediu para eu cuidar de você, não vou te deixar agora, vou cuidar de você até você ficar melhor - ele me encara - você não vai fugir de novo.
- Mas...
- Aquilo nós resolvemos depois, sua saúde em primeiro lugar.
Dou um sorriso de lado, e encosto minha cabeça no banco, ele passa na farmácia antes de irmos em casa, ele comprou meus remédios, e depois fomos para o seu apartamento. Ele me ajuda a descer do carro, e caminhamos junto até o elevador, ele abre seu apartamento para mim, e me pede pra ficar a vontade, já está tarde quando saímos do hospital, então eu tomo um banho, e vou ficar com ele na sala, ele já está de banho tomado, me olhando.
- Você tá bem?
- Eu to melhor - me sento, ao seu lado no sofá, e decido que eu quero me aconchegar em seus braços, ele me abraça de volta, e ficamos assim, assistindo filme, quando anoiteceu ele me deus os remédios, e preparou a janta.
- Quer conhecer minha irmã?
Ele pergunta de repente, eu o encaro.
- Sua irmã?
- é, ela já deve estar voltando.
- Você nunca me disse que sua irmã morava com você.
- Ela não mora, eu fui buscar ela no aeroporto, quando eu fui ficar com você no médico.
Fico em silêncio, ele tinha que buscar a irmã, e eu fui logo bringando com ele.
- Desculpa.
- Pelo, o quê?
- Por aquele dia, eu não devia ter feito o que eu fiz.
- Já passou - ela dá um sorriso, e passa a mão em minhas costas - quer conhecer minha irmã?
- Acho que sim.
- Ou você quer conhecer ela amanhã?
Penso um pouco antes de responder.
- Eu quero conhecer sua irmã amanhã, pelo menos vou estar mais apresentável.
- Claro, então, acho melhor irmos para o quarto.
Ele me ajuda a me levantar, e vamos para o quarto, e eu deito na cama, quer algo para por no pé.
- Não, assim esta muito bom.
Logo, ele deita na cama ao meu lado, e começa a mexer no celular, eu me aproximo dele.
- Curiosa.
Ele diz brincando, e eu faço cara de convencida.
- Só to vendo a hora.
- Então, vamos dormir, que é muito melhor.
Pietro fica de frente para mim me encarando, e eu me arrumo de novo, ele dá um sorriso, ficamos em um silêncio confortável, até nós pegarmos no sono.
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Amor á segunda vista
ChickLit#15 - saudade Somente aquele que é o outro, nos mostra como verdadeiramente somos. - Amor à Segunda Vista