Nascimento

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Pov Ethan:

                Eu estava a caminho do hospital, não poderia negar, estava nervoso por fora e ainda mais nervoso por dentro, eu estava tentando me controlar ao máximo para não passar nenhum tipo de nervosismo para Dakota, eu já havia ligado para Amélia, pedindo que a mesma me encontrasse no hospital com as coisas da Dakota e do neném, depois liguei para Logan, que esperaria notícias em casa com Vanessa, até porque eles tinham o Miguel e Vanessa estava entrando na reta final de sua gravidez, um hospital e toda a tensão de um nascimento não seriam as coisas mais apropriadas para ela no momento.

                Sem que eu pudesse perceber estava fazendo respiração estilo cachorrinho, tudo graças as aulas de grávida que a Dakota me forçava a ir sempre, quando percebi o gemido de dor de Dakota parou dando lugar a risadas meio sofridas.

-Ethan, por favor se acalme, quem vai ter o filho sou eu não você, relaxa- Dakota disse rindo e eu suavizei minha expressão.

-Errado meu amor, quem vai ter o filho somos nós, a sua dor é a minha também.- Eu falei e quando dei por mim, já estávamos na porta do hospital, mal saí do carro um enfermeiro já veio e colocou Dakota em uma cadeira de rodas.

-Vamos preparar ela para o parto, o senhor preenche a ficha na recepção e depois alguém irá buscar você, para que se prepare- O enfermeiro disse e eu assenti, estava tão nervoso que bati a porta do carro e segui para o hospital, ignorando o segurança que dizia que eu seria multado, dinheiro nunca foi o problema e não seria no nascimento do meu filho que ele viria a ser.

                Fui para a recepção já estava quase na metade da ficha, com as mãos trêmulas, tudo o que eu queria agora era estar com a Dakota, poder tirar toda a dor dela, mas ao contrário disso estava preenchendo essa maldita ficha, que só fazia com que eu me sentisse mais impotente, senti mãos carinhosas tocando meu ombro, e sorri vendo Carmem me olhar com aqueles olhos calmos que transbordavam carinho e cuidado.

-Dakota já foi levada para a sala de parto?- Ela perguntou de forma calma, mas ao mesmo tempo ansiosa.

-Sim, estou terminando essa maldita ficha e irei para lá- Eu respondi enquanto terminava de colocar os dados naquele maldito papel.

-Fique calmo Ethan, você precisa passar tranqüilidade para ela-  Ela falou tentando me acalmar.

-Como consegue estar tão calma?- Eu perguntei sem entender.

-Acha que estou calma, acha que não estou nervosa e apreensiva por não ter notícias da minha filha? Por não poder estar com ela? Pois saiba que eu estou, mas eu sei que Dakota é forte, até porque basta olhar para tudo que ela passou nos últimos tempos, eu sei que a Dakota que está naquela sala de parto, preste a dar a luz ao meu neto, não é aquela garotinha, que tinha medo do escuro e quando tinha pesadelos se enfiava em minha cama, a Dakota que está lá é a Dakota mulher, a Dakota mãe, e eu fico muito feliz de saber que ela passou por todas essas mudanças na sua mão, foi você que a tornou o que ela é, e é por isso que eu sei que tudo vai dar certo, principalmente se você estiver com ela, então fique calmo, e outra ter filho não é mais um bicho de sete cabeças, agora vai com aquele enfermeiro, e só volta aqui para me dizer que minha filha e meu neto passam bem- Ela disse e mesmo em seu tom carinhoso eu senti que aquilo também era uma ordem, assenti sem ter como contra argumentar, Carmem estava certa, eu transformei a Dakota em mãe, eu transformei a Dakota em mulher, e era eu quem tinha que ficar ao seu lado sempre.

Segui com o enfermeiro, que me levou a uma sala onde passei por um processo de esterelização, coloquei roupas próprias e fui para a sala do parto, o enfermeiro abriu a porta me dando a visão, da minha mulher da minha Dakota, com as pernas abertas enquanto a médica a examinava, ela estava suando, já tinha alguns poucos cabelos negros que eu tanto amava grudados na testa, mas mesmo com dor, mesmo naquela situação assim que Dakota me viu abriu um sorriso lindo, me aproximei dela e segurei sua mão, abaixei até próximo a cabeça dela, tinha um outro enfermeiro que filmava tudo, era um serviço que o hospital oferecia para que tivéssemos lembranças daquele momento, um serviço caro, mas que eu não abriria mão de pagar para ter.

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