Pov. Narrador:
Benjamin estava deitado em sua cama, ele de fato relaxava, depois de longos três meses em um quarto todo branco, com uma pequena cama de solteiro, isolado do mundo e de tudo, sem celular, internet, ou mesmo um contato físico, um beijo na testa dos seus pais, aquele que só os pais sabem dar, para demonstrar tanto amor, um abraço da irmã, ou o toque da sua namorada, foram os três piores meses de sua vida, ele chorou, ele teve crise, ele gritou, ele queria morrer, mas acima de tudo ele queria voltar para sua família, era isso que não o fazia desistir de tudo e se entregar de cabeça as drogas, e agora ele estava limpo e sóbrio com sua família, não quebrou a tradição que sua irmã criou, como sempre ele pode apagar as velas de seu bolo, e eles ainda apagariam muitas, fechou os olhos e viu o olhar de Tamires sobre si, como ela tinha os olhos brilhando quando ele chegou, mas ele mal chegou perto dela, e ela respeitou achando que era um momento dele com os pais e irmã e só lhe deu um selinho e foi embora, ele viu decepção em seu olhar, mas ele fez aquilo propositalmente, ele queria algo só dos dois, mas não sabia por onde começar, lembrava como se fosse agora o momento que se entregaram um ao outro, eles se amavam por isso rolou, a necessidade um do outro falou mais alto, mas ele queria dar a sua morena uma noite especial, foi desperto dos seus pensamentos com seu pai dando duas batidas na porta e pondo a cabeça para dentro do quarto.
-Achei que já estava dormindo Ben.- O rapaz se sentou em sua cama dando permissão para o pai entrar, e foi o que Ethan fez, entrou se sentou e olhou o filho com uma expressão de cansado e riu.
- Você está horrível- Ele disse sarcástico
-Eu sei, estou morto pai, mas não consigo dormir- Ele se jogou na sua grande cama, pondo o braço em frente aos olhos.
- Por que não consegue dormi Benjamin? Por acaso você está com vontade...-
Ethan engoliu a seco e parou de falar, ele confiava na cura do filho, mas acima de tudo, ele era pai, e não queria passar por isso novamente ver seu filho se afastando cada vez mais daqueles que o amavam, Benjamim percebeu de imediato o porquê do silêncio do pai e o que o afligia.
-Não pai, não estou com vontade de me drogar, ou beber, nada do tipo, acredite, tenho até ânsia de vomito se ao menos inalar o cheiro de alguém próximo a mim com um simples cigarro em mãos.
E era a verdade, ele ficou três meses tomando comprimidos para desintoxicação, ansiedade, anti depressivos, tudo que o ligava a vontade de se drogar, ele seguia em horários rígidos, terapias, sessões de conversa, centro de apoio, onde todos contavam suas histórias e refletiam, e aos poucos ele foi tomando nojo, até um dia que o colega de quarto do centro de internação, conseguiu um baseado e ele sentiu o cheiro no banheiro, estava fraco o odor, mas na hora ele despejou todo seu café da manhã no vaso sanitário, ele estava imune a qualquer droga, não sentia mais vontade alguma e ainda delatou o colega, que o chamou de péssimo amigo, mas ele estava sendo o melhor amigo que ele poderia ter, ele sabia que mais tarde esse mesmo rapaz o agradeceria por ter sido o famoso X9.
-Fico feliz meu filho, tente descansar então meu pequeno.
Bem fez uma careta, de pequeno ela já não tinha mais nada, já tinha dezesseis anos, já era considerado maior, ele também desenvolveu muito nesses três meses que saiu de casa, ele estava mais homem, sua voz tinha pegado sonorização de adulto, era forte e determinada, seu físico parecia ser de um homem de quase vinte anos.
Mas um filho poder ter cinquenta anos, ser avô, que os pais ainda os considerariam pequenos.
-Pai me ajuda em uma coisa- Benjamin coçou a nuca
Ethan sorriu largamente, era tão perfeito quando os filhos confiavam nele para algo, mesmo quando esses, já achassem que poderiam fazer sozinhos qualquer coisa.

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Ruthless ✓
ActionO quão pode ser perigosa uma atração? Quantos segredos uma pessoa pode ter? Dakota conhece uma realidade, mas não imagina o quão obscura sua vida pode ser. O passado no presente, que deixam reflexos no futuro. Poderá ela compreender e aceitar o q...