Tensão

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Pov Narrador:
O corpo de Liam estava sendo incendiado, era a ordem que foi dada por Ethan para se livrarem do corpo e não terem como provar, que realmente ocorreu um assassinato com o mesmo, enquanto a labareda do corpo subia sendo consumido rapidamente, Carmem chorava desconsolada, não teria palavras suficientes naquele momento que a faria se sentir melhor, mesmo seu genro tendo dito que ela foi corajosa, que salvou a filha e os netos, ela não se via como uma heroína, ela se sentia um monstro, uma assassina, enquanto dobrava suas roupas e colocava em uma mala mediana, chorava, ela precisava de um tempo sozinha, se acostumar com o fardo que agora carregava, um segredo, uma morte, a dor da culpa, teria que se acostumar com seu novo estilo, suspirou profundamente quando o zíper da mala foi fechado e colocado sobre o chão, ela teria duas coisas para resolver antes de viajar pra um lugar calmo, onde ela poderia pensar e não ter nenhum tipo de incomodo, tudo o que ela precisava era silêncio e paz, o primeiro desejo era fácil obter silêncio, mas quanto a paz seria por um milagre divino que ela conquistaria, ela teria que ter paz consigo mesma, mas como ela teria paz interior quando tinha assassinado uma pessoa? Não sabia, talvez só o tempo lhe diria, por isso nada melhor que um Spar-retiro, portanto tinha um, porém, a faculdade lhe ceder sua aposentadoria mais cedo, e fazer com que sua filha entenda que ela queria umas "Férias", como se Dakota fosse idiota ou burra, sua filha é uma advogada criminalista mesmo não exercendo a função ela tinha faro para perceber que a mãe estava nervosa e tensa, e como uma mãe que recuperou a filha a poucos anos viajava assim? E demais na idade que estava agora, já não era uma jovenzinha, já tinha netos e logo teria bisnetos, ao se lembrar que seu menino iria ser pai chorou copiosamente, mas ela voltaria logo, ela iria ver seus bisnetos nascendo que ela tinha certeza ser um casal, pegou sua mala, pedindo o porteiro do prédio que morava para chamar um taxista e assim foi feito, enquanto estava alheia o que acontecia a sua volta cenas da noite passada vinha em sua mente lhe causando uma insônia.
"-Me matou para proteger Dakota?-Ele perguntou caindo e ela olhava horroriza o sangue expelindo de seu corpo.
-Te matei para te proteger do monstro que você virou, talvez eu tenha sido a única pessoa no mundo que te amou e a que mais sofreu, com suas monstruosidades, eu tinha que te libertar do monstro que você virou eu tinha que me libertar, e tinha que libertar a Dakota.- dizia e se aproximou do corpo quase sem vida de Liam.
-Eu te amei do meu jeito mas te amei-Liam falou com dificuldade, foram suas últimas palavras antes de morrer, com os olhos abertos.
-Acredite, eu te matei, porque eu te amei.- a mulher apenas disse isso fechando os olhos dele com calma"
Aquela cena com aquelas palavras ficaria para sempre em sua mente, sentiu sua bochecha molhar e a limpou imediatamente

-Senhora chegamos
Carmem foi desperta com a voz do taxista que a olhava pelo pequeno retrovisor sem entender o motivo da senhora no banco de trás com sua tristeza que era palpável
-Obrigada meu jovem
Carmem olhou no taxímetro vendo quanto que tinha dado a corrida até ali, vendo seu carro encostado no estacionamento do mesmo jeito que havia deixado, jogou o valor no rapaz juntamente com uma gorjeta e saiu do veículo puxando sua malinha de rodinhas e colocando no porta malas entrando na faculdade pedindo para conversar com a diretora e administração do loca que foi atendida prontamente, entrando na grande sala e percebendo os senhores a olharem por coima dos óculos.
- O que deve o pedido de reunião assim em cima da hora professora Stoel? – A diretora perguntou com calma.
- Bem, gostaria de olhar com os senhores, se poderiam antecipar minha aposentadoria, estou me sentindo cansada, são anos lecionando aqui e agradeço por isso sempre, mas chega um certo momento de nossas vidas que queremos apenas sentar em uma bela cadeira de balanço e apenas fazer vários crochês para os netos ou bisnetos no meu caso que estão para vir ao mundo
-Ou jogar xadrez- Um senhor de uns sessenta anos falou e todos riram em uma risada realmente divertida, todos já eram velhos o suficiente para desejar a tão sonhada aposentadoria mesmo sendo hiperativos e com mais disposição que muitos jovens que cursavam ali.
-Visto seu histórico de trabalho, tem até horas não abonadas ainda em seu quadro de horas trabalhadas creio que não será um problema professora, e acho que os administradores da Faculdade de Orlando não irão se opor não é mesmo senhores- A diretora olhou para os três homens a sua frente
-Por mim pode descansar senhora Stoel, não vejo motivos para lhe prendermos aqui, visto que falta somente dois meses reais para seu afastamento definitivo do nosso quadro de funcionários- Os outros dois senhores que tinha a mesma carranca de sério concordavam com tudo que o benfeitor mais velho tinha decidido, mas aqueles três homens eram bons, mas sempre davam medo quando alguns alunos esbarravam com eles no corredor, eram sempre sérios, com expressões fechadas, sempre com pilhas e pilhas de papeis nos braços e sempre andavam em trio.
- É uma pena que iremos perder uma grande educadora, senhora Stoel, saiba que se um dia cansar de tricotar e paparicar seus netinhos, temos uma vaga pra você aqui, pois eu não aguento a jovialidade dos meus netos, prefiro ficar sentado em uma mesa, abarrotado de papéis e aconselhar esses jovens do que corre pelo quintal com minha netinha, ela e uma espoletinha, mas, a amo demais- Eles riram, todos sabiam do que o senhor estava falando, com os netos até conseguiam, mas quando chegavam na terceira geração que era os bisnetos, era uma missão impossível ter aquela disposição.
-Agradeço a vocês
Eles conversaram mais um pouco, tomaram um café preto como de costume na faculdade, juntos, e aquele seria o último para Carmem.
Ela saiu com a papelada em mãos, a pior parte viria agora, explicar a família que iria se ausentar por pelo menos dois meses, deu partida no carro e foi para casa de sua filha, era nítido em seus olhos azuis a tristeza, ela não estava arrependida, mas era difícil lidar com uma carga tão pesada como aquela, tudo bem que Ethan e Logan sabiam, mas aquela vontade de poder gritar, expor seu medo, sua insegurança, era forte, era questão de tempo para ela aprender a conviver com aquilo, pois aceitar jamais.
Umas das qualidades da senhora Stoel era sua determinação, sua altivez, o que Dakota herdara consecutivamente, mas naquele momento que estacionou o carro em frente ao portão branco da mansão Fontaine, se sentia uma menina, uma criança implorando por colo, não parecia ser aquela mulher beirando seus sessenta anos, engoliu a seco e desceu sendo imediatamente bem recebida pelos seguranças do local, avisando que a família Fontaine estavam no jardim tomando o café da manhã em família, ela sorriu em agradecimento, e seguiu pra o fundo da casa, e constatou apenas Sophie, Ethan e Dakota tomando café, era entranho lembra que seu neto já era um homem casado e não vê-lo ali na mesa, mas esse era o ciclo da vida, os filhos foram feitos para baterem asas e voar.
-Bom dia – Ela disse e todos a olhado e sorrindo, Dakota limpou o canto da boca com o guardanapo que estava em seu colo e foi até sua mãe a abraçando
-Tome café conosco mamãe, o dia levantou tão agradável que quisemos desfrutar desse dia maravilhoso aqui fora, em um café delicioso
-Não, tomei na faculdade, mas os acompanho.
Elas se sentaram à mesa e Carmem ficava paparicado sua netinha, enquanto via Spike correr por todo o jardim, ela estava avoada em seus pensamentos e Dakota percebia isso.
-Pode falar senhora Stoel, o que está acontecendo?
-Nada meu anjo
Dakota suspirou, sua mãe era muito transparente, não sabia esconder que estava com algo a atormentando, Ethan que tomava seu café preto olhando o jornal de economia olhou de soslaio para Carmem, ele sabia muito bem o que Carmem iria dizer ali, e sabia que Dakota não iria aceitar bem a decisão da mãe.
-Mãe, sabe que sei quando está inquieta, fala logo
-OK Dakota, só vim dizer que estou saindo de viagem nesse exato momento
Dakota que levava um pedaço de manga a boca o deixou cair sobre seu colo, e nem piscava olhando para sua mãe.
-Como? - Ela piscou repetida vezes- Mãe a senhora enlouqueceu?
-Respeito Dakota-Carmem usou aquele tom que só os pais têm quando reprendem os filhos e Dakota simplesmente encolheu um pouco
-Desculpe, mas é que não entendo, a senhora ainda está trabalhando, sei que sua aposentadoria está por vir, mas não tinha nada em mente para sair da cidade, e da noite para o dia muda assim de opinião.
-Sobre a aposentadoria já a tenho, e sim, decidi de última hora, não é como se estivesse te pedindo autorização filha, só estou lhe comunicando, preciso de um tempo, estou cansada, preciso descansar, e prometo voltar antes do nascimento dos gêmeos, os meus lindos bisnetos.
Dakota não conseguia aceitar aquela desculpa, para ela soava muito esfarrapada, como se quisesse esconder algo, e também seu lado egoísta gritava dentro de si, ela não queria ficar longe de sua mãe, depois de tantos anos sem saber que ela estava viva
-Não quero que vai mamãe, te recuperei a tão pouco tempo, fica aqui conosco
Carmem suspirou, para ela doía deixar sua menina, não tão mais menina assim, porém todos os pais são iguais, não importa a idade de seus filhos, sempre serão os seus bebês, mas ela precisa de um tempo, e as circunstâncias exigia isso, Ethan vendo a cena, percebeu que teria que ajudar a mulher em sua frente, ele teria uma dívida eterna com a mulher, nada do que ele fizesse seria o suficiente.
-Dakota querida, deixe sua mãe, ela só quer curtir um pouco sua aposentadoria, logo depois nossos netos nascem e ela vai dedicar a eles como fez com Benjamin e Sophie, então a deixe
Dakota olhou marido, e sabia que ele tinha razão, ela não podia proibir sua mãe, de descansar, curtir um silêncio, o que a casa não tinha, desde que teve crianças e agora adolescentes, e agora o ciclo iria iniciar novamente.
-Faça uma boa viagem mamãe, vou sentir muitas saudades
Dakota abraçou a mãe e Carmem olhou agradecida para Ethan que fez um leve aceno de entendimento com a cabeça, e assim Carmem foi para seu retiro afim de dar um pouco de paz ao seu espirito.
No pequeno apartamento, mas extremamente confortável e luxuoso estavam os recém-casados, Benjamin e Tamires, ela estava somente com uma blusa do esposo e pés no chão enquanto preparava um café da manhã para seu esposo, ela tinha a empregada que lhe ajudava com os afazeres da casa, mas o café de seu marido ela fazia questão de cuidar todas as manhãs, a barriga arredondada se fazia bem visível, cinco meses e gêmeos era de se esperar por aquilo, ela cantava enquanto mexia os ovos na frigideira e rebolava seu quadril sensualmente e Benjamin observava risonho a cena mais linda que poderia ter um homem pela manhã.
-Bom dia minha morena
Tami se virou rapidamente para ele e sorriu, o sorriso que sempre aquecia seu coração, selaram os lábios somente em um selinho e ele se sentou a mesa, tinha herdado do pai a mania de sempre tomar um café preto antes de qualquer dejejum, Tami que tinha acabado de jogar o bacon em outra frigideira enjoou de imediato e correu para o banheiro se ajoelhando em frente ao vaso, colocando absolutamente nada para fora, somente ânsia
-Você não precisa ver isso Ben!
-Não se preocupe com isso amor, estamos nessa juntos, sou o pai e quero pelo mesmo ser sua base, seu alicerce,
Tami se levantou, indo até a pia, abrindo e jogando uma agua fria em seu rosto, e escovando os dentes rapidamente, Benjamin a olhava admirado, era primeira vez que via uma mulher grávida, ele presenciou a gravidez de sua mãe, da sua irmã, mas era novo para entender muitas coisas, e agora ele percebia, ele apesar de ser estourado, mas era observador, então percebia como Tamires mudava a cada dia, a cada fase gestacional mensal, sua esposa, havia engordado um pouco, as vezes os pés inchavam, os seios estavam ficando maiores, o apetite sexual dela tinha triplicado, o que ele gostava e aceitava de bom grado ser seu "bombeiro" e apagar o fogo avassalador que a consumia , chorava por nada e ria de tudo o que o deixava louco, e sempre contava até dez mentalmente, para não brigar, ela queria carinho e na mesma hora se zangava por ele não está fazendo onde e como ela queria, e mesmo com essa mudanças loucas de humor, não a via reclamar, pelo ao contrario sempre conversava com a barriga e foi numa dessas vezes que os gêmeos mexeram perceptivelmente e a viu chorar por dias, por ter essa emoção.
-Benjamin Fontaine estou falando com você
-Oi? - Ele falou ainda desnorteado, não tinha ouvido uma palavra que sua esposa falou, ele a abraçou e ela aceitou de bom grado.
-Desculpe, estava pensando em você, como é linda uma gravidez em uma mulher e como você aceitou tudo isso de bom grado, você é e sempre será tudo o que importa para mim Tamires Lobo Fontaine
Ela o olhou e sorriu
-Como não iria aceitar Ben? Ser mãe é a maior dadiva na vida de uma mulher, gerar um serzinho, confesso tive medo no início, mas passou, sei que daremos conta, porque tenho você como meu marido, meu amigo, meu amante e acima de tudo você é o pai deles, não tem como ser mais perfeito, não tem como dar errado.
Falam que o primeiro ano de casados é o mais difícil, onde tem que aprender com manias de seu parceiro, dividir um teto, uma cama, uma mesa, todos os dias, mas para aqueles dois, desmentia essa afirmação, eles se sentiam realizados em ter a casinha deles, a vida deles, e agora esperava ansiosamente para ver os rostinhos do maior elo que os ligariam para sempre, a concretização do amor dele.
Benjamin acariciou a barriga de sua esposa
- Papai sempre vai amar vocês Henry e Emilly Lobo Fontaine, vou os proteger de tudo e prometo fazer de vocês dois e a mamãe o motivo de minha existência.
Tami já chorava e logo em seguida fez uma careta, Benjamin a olhou esperando o que seria agora, seus olhos brilharam e ela secou as lagrimas que escorreu pela sua bochecha, e olhou para o marido.
-Amor eu quero comer feijão com chantilly
Benjamin quebrou no mesmo momento o sorriso que estava no rosto e olhou incrédulo para a esposa que estava séria.
-Você está falando sério Tami? Feijão com Chantilly?
- Sim, eu quero
- Quero nem estar perto de você quando tiver dor de barriga
-Cadê o lance de, "estamos nessa juntos, quero ser seu alicerce"- Tamires falou engrossando a voz numa tentativa falha de o imitar e arrancando risada dos dois
-Ok, você me pegou- Ele fez sinal de redenção e foram para cozinha
Conversaram sobre como seria o quarto dos pequenos, no início ficou decidido que eles ficariam no mesmo quarto, pela facilidade para os dois e para não os separar assim de cara quando nascerem e conforme crescerem, Henry e Emilly por si só pediriam os quartos separados.
Ele olhava Tamires espremendo quantidades generosas de chantilly no prato de feijão e comendo como se aquilo fosse preparado pelo melhor chef do mundo.
-Está muito bom, quer provar amor? -Ela dizia já levando a colher cheia com o alimento em direção a Benjamin
-Não, agradeço, pode comer tudo baby, só estou me perguntando, quem que pediu feijão e quem pediu o chantilly
Ela deu de ombros
- Difícil de saber, mas acho que o feijão foi Henry, deve ser guloso igual o pai
Os dois riram
-Pode ser- Benjamin concordou, ele era bom de prato.
E assim se passou o dia na casa da nova família que surgia.
(...)
Alex estava no galpão que havia consumido o seu "amor" com sua doce Sophie, era o que sua mente doentia mandava para ele, ele lembrava de cada momento que passara ali com ela, foi maravilhoso, e queria mais daquilo, seu pênis chegava a latejar na cueca
-Calma amigão, em breve vamos ter nossa doce menina bem aberta para você
Ele sorriu perverso, ele sabia muito bem que um tal cobra estava atrás dele, mas ele era o escorpião, ardiloso, traiçoeiro, esperto, ele iria tirar aquele cara de sua cola e pegaria sua Sophie, ela era dele, somente dele, e não teria ninguém que iria o proibir de a ter novamente, estavam o atrasando, mas isso fazia com que as coisas ficassem mais interessantes, e quando a pegasse seria para sempre, ele a faria de sua mulher, ela seria dele, a teria todos os dias e seus desejos seriam todos atendidos por ela.
Ele já tinha um plano em mente, ele iria driblar o cobra, ele iria começar seguir as amigas de Sophie, elas iriam soltar em conversas onde Sophie poderia sair sozinha e ele escutaria e seria nesse momento que ele daria seu bote e a pegaria e iriam embora e seriam felizes juntos.
Não sabia ao certo como a mente de um doente, um maníaco funcionava, mas na mente dele ele a amava e isso que era o perigoso, pois ele desenvolveu uma obsessão pela menina dos olhos safiras, e não mediria esforços para ela ser dele somente dele, ele era impiedoso.
- Nos vemos em breve minha doce Sophie, em breve estará comigo e nunca mais ninguém irá nos separar.

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