Carol deixava o hospital depois de três dias internada, seus pais saíram com algumas prescrições de medicamento e a Psicóloga indicou um amigo que poderia cuidar do caso da menina. Ela continuaria tomando o calmante e iria reduzindo o uso aos poucos. Maria continuava bastante preocupada, mas já sabia como tratar a filha. Carol chegou em casa e se jogou na cama, pegou o porta retrato que estava sobre sua cômoda e olhou fixamente para a foto que trazia lembranças tão bonitas e ela se perguntava o que ele deveria estar fazendo. Ligou seu computador e foi falar com Gabriele. Enviou um e-mail explicando toda a sua situação e queria saber se ela tinha alguma novidade sobre Ed. Sua mãe entrou em seu quarto no momento em que ela apertava a tecla de envio.
― Filha, vem almoçar.
― Já vou mãe.
― Não querida, você virá almoçar comigo e agora. Desculpe filha, fui muito compreensiva com você nesses dois anos, mas não aguento mais te ver sofrendo desse jeito, pensa na sua vida, pensa em mim e no seu pai, estamos vendo você definhar a cada dia que passa e viver de uma memória, ficar procurando alguém que parece não existir, por favor Carolina, acorda! Você vai morrer se continuar assim filha e o que eu vou fazer? Eu te amo, seu pai te ama, pense um pouco em nós. Maldita hora que mandamos você para aquela viagem!
― Não mamãe! Maldita hora que você me fez ir do aeroporto buscar uma droga de encomenda do papai! Eu não vou almoçar, não quero. Perdi a fome e, por favor, saia.
Maria saiu com lágrimas nos olhos.
― Eu disse para você não falar nada.
― Osvaldo, eu vou ficar calada vendo minha filha ficar cada dia mais louca!
― Vamos comer, dá tempo ao tempo, tudo vai se resolver.
Carol aguardava impacientemente uma resposta de sua amiga, somente na manhã seguinte ela respondeu informando que ainda não tinha encontrado nada, mas a menina não perdia as esperanças.
A semana recomeçava e Carol retornava às aulas e também começaria a fazer terapia com o psicólogo indicado no hospital em que internou-se. Estava na sala de espera, pois seria seu primeiro momento com o Psicólogo, a porta se abriu e ela ouviu seu nome ser chamado.― Boa tarde. – Ela disse ao entrar.
― Boa tarde Carolina, eu me chamo José. Pode sentar-se ali, por favor. – José apontava para uma poltrona que parecia ser bastante confortável que ficava de frente para onde ele estava sentado, dali Carol teve visão plena da janela do consultório, a vista era linda, ela podia ver o mar e alguns morros ao longe.
― Gostei da vista. – Ela informou.
― Que bom, fico feliz em saber, é algo que te relaxa?
― Sim, é sempre bom ver belas paisagens, eu gosto de contemplar a natureza.
― Ah isso é muito importante, você procura fazer isso frequentemente?
― Não, faz tempo que não me pego observando alguma coisa, ou mesmo sando ao ar livre. – A menina disse e deu de ombros.
― Entendo, mas se você gosta disso, por que deixou de fazer?
― Não tenho mais ânimo, não vejo mais o porquê de apreciar as coisas, pra mim nada mais faz sentido.
― E você poderia me explicar isso melhor? Sabe em que momento as coisas deixaram de fazer sentido para você. – José perguntou e Carol só segurava a corrente de couro preta em seu pulso com metade do trevo pendurada.
― Tudo deixou de fazer sentido quando eu perdi alguém.
― Hum, e quem você perdeu?
― Perdi a pessoa que fazia dar sentido as coisas na minha vida.
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Em um segundo
RomanceO amor às vezes pode chegar de repente, quando nem ao menos se espera por ele e para Carolina foi assim. Em uma viagem pela Europa ela conhece, Edward, aquele que se transforma de mais um passageiro nesse passeio para ser o amor de sua vida. Os doi...