― Você achou mesmo que eu estaria blefando? Tão burrinha! Passei anos presa naquele lugar infernal só pensando em como me vingaria de você. Não ia sair de lá sem um bom plano orquestrado. Eu posso até voltar pra lá, mas você vai sofrer muito mais aqui fora. Sua melhor opção é ir embora de uma vez.
― Não, eu não posso, não posso deixar Ed ou a minha filha.
― Minha filha! - Joana gritou. - Ela não é sua, nunca foi e jamais será. Vou te dar um tempo, dois dias, eu acho que será suficiente. É tudo que tem para ir embora, sumir para sempre, eu estarei observando, se em dois dias você não tiver sumido eu matarei os dois. E farei você assistir.
Joana não estava brincando, blefando ou qualquer coisa que fosse, ela se levantou deixando Carol atônita, Carolina queria sair dali, mas suas pernas não tinham forças, ela queria gritar, contudo sua voz não saía, sentiu seu corpo inteiro tremer, sua cabeça girava, ela pensou em Mel e correu daquele restaurante, se esqueceu do pedido que havia feito, do trabalho, de reuniões, esqueceu-se de tudo. Foi até a escola da filha e a tirou de lá.
― Mamãe, a aula ainda não acabou.
― Eu sei minha filha, mas a mamãe precisa conversar com você, tudo bem?
― Tá bem, mamãe.
Carol levou Melina para casa, sentou com a menina no sofá da sala e começou a falar bastante emocionada.
― Mel, a mamãe vai precisar sair de casa por uns tempos.
― Oba, quero ir.
― Não, você não pode ir. Você tem que ficar e cuidar do papai. Você promete pra mim que vai cuidar dele e não vai deixar que ele fique triste? - Carol pedia enxugando as lágrimas. - Mel se aproximou e acariciou o rosto de sua mãe.
― Eu prometo sim, mas não chora mamãe. Você volta logo, não volta?
― Não sei filha, acho que vou demorar um pouco mais do que pensa.
― Mas eu não quero. Quero que fique aqui ou me leve com você. - Mel fazia expressão de choro.
― Não chore, preciso que seja forte para manter seu pai bem e feliz. Você prometeu. Quero que saiba que independente do que aconteça eu sou sim a sua mãe e eu te amo mais que tudo no mundo, eu dou a minha vida por você, eu dou a minha felicidade pela sua, minha princesinha, mas a mamãe vai precisar partir. Ficaremos um bom tempo sem nos ver, mas quero que saiba que estará sempre em meu coração e eu estarei no seu. Eu te amo muito, muito, muitão.
― Eu também te amo mamãe. Muito, muito, muitão. - Carol abraçou a filha.
― Hoje vou te levar para brincar com seu tio Ben.
― Tá bem mamãe.
Carol arrumou uma pequena bolsa com as coisas de Mel, levou a menina e sem transparecer preocupação, medo ou dor, deixou-a na casa dos avós paternos, agradeceu por Carmem e Ronald não estarem em casa, beijou e abraçou seu afilhado que brincava no quintal com Dulce e por fim se despediu de Melina.
― Eu te amo, se comporte e não esquece o que me prometeu.
― Não vou esquecer.
― Agora quero um abraço bem forte e um beijo bem gostoso.
Mel abraçou a mãe e Carol a segurou pela última vez e a beijou, ficaram juntas por um longo momento. Dulce recebeu a menina e Carol voltou para casa, arrumou todas as coisas em sua mala e esperou Ed chegar, pediu um táxi e deixou todas as suas coisas já no carro a aguardando enquanto ela teria a conversa mais triste de sua vida com seu amado.
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Em um segundo
RomanceO amor às vezes pode chegar de repente, quando nem ao menos se espera por ele e para Carolina foi assim. Em uma viagem pela Europa ela conhece, Edward, aquele que se transforma de mais um passageiro nesse passeio para ser o amor de sua vida. Os doi...