- e você? - perguntei. - alguém conseguiu roubar seu coraçãozinho?
- ainda não. é meio difícil pra mim achar uma garota que eu seja o tipo dela e que já não namore.
- e quando você acha, dá totalmente errado já de início. - disse.
- sim. - riu. - é tão complicado achar alguém hoje em dia, não é?
- é. - concordei. - a maioria das pessoas não vai te aceitar como você mesmo, então você fica se perguntando se alguém vai te amar mesmo você sendo você.
- elas não querem uma pessoa humana. querem um alguém sem sentimentos, sem emoções e sem defeitos. você não pode ficar triste. você não pode ficar mal humorado, nem estressado. você não pode querer passar o dia inteiro trancado dentro do seu próprio quarto. se, por algum acaso, você não suprir as expectativas da outra pessoa, você não é digno do amor dela.
- é, acho que o amor não é para todos. - disse me aproximando e dando impulso para me sentar na pia.
- acho que consigo conviver com isso. acabei de levar um baita de um fora de alguém que eu nem estava afim.
eu ri.
- sinto muito.
- tudo bem. - deu de ombros. - na próxima encarnação, quem sabe.
- essa garota deve ser uma idiota. - tentei ajudar. - aposto que o beijo dela nem é tão bom assim.
- não, na verdade ele é fenomenal. - ele disse rindo.
- naaah - disse fazendo uma careta. - eu duvido.
- é sério, ela já me beijou. - insistiu. - eu sei.
- eu nunca beijei ela, então não posso concordar com você.
- e você virou algum tipo de especialista no assunto? - me desafiou. - o que a srta. fantasminha sabe sobre beijos?
- bem... - me aproximei vendo meu reflexo no capacete. - sei muita coisa. - ele se sentou ao meu lado na pia. - e, se vocês já se beijaram e ela não demonstrou que não gostou, talvez seja porque o seu beijo é bom e não o dela.
- não pode dizer isso, nunca me beijou. - usou meu argumento.
- você tem cara de quem beija bem. - respondi. - mesmo que eu nunca tenha visto ela.
- e como é a cara de alguém que beija bem? - perguntou baixo.
- eu não sei. - ri fraco dando de ombros. - mas você deve ter essa cara.
ele olhou para trás e desligou a luz do banheiro. o garoto astronauta desceu da pia e, pelo que eu consegui decifrar pelos seus movimentos, tirou o capacete da fantasia e se aproximou. ele parou em frente as minhas pernas e pude sentir sua respiração no meu rosto.
- é. - concordou cara a cara comigo. - meu beijo deve ser ótimo.
- deve ser mesmo. - concordei.
- acho que agora você precisa me beijar pra saber, certo? - perguntou passando sua mão pelo meu pescoço.
- preciso. mas você não quer me beijar.
ele puxou meu rosto delicadamente em direção ao seu, fazendo nossas bocas se juntarem de uma vez só. sua boca encaixou perfeitamente com a minha, seus lábios macios e quentes me deram a sensação de estar no céu e seus dedos delicados já se encontravam enrolados nos meus cabelos.
parei o beijo para descer da pia e me encaixar em sua frente, entre entre seus braços, mas logo voltamos ao toque fatal das nossas línguas. apertei minhas mãos ao redor da sua nuca e escutei um gemido baixo em resposta.
ele entrelaçou seus braços ao redor do meu corpo, me aproximando ainda mais. meu celular começou a tocar no meu bolso, mas eu o ignorei. seja lá o que fosse, poderia esperar.
os lábios dele tinham um gosto estranho. o gosto de alguma bebida alcoólica forte e doce, mas era bom. suas mãos desceram do meu rosto. uma diretamente para o meu quadril, onde ela agarrou violentamente oo tecido do pobre vestido, enquanto a outra se encontrava no meu pescoço.
meu celular toca outra vez.
a mão que estava no meu pescoço, pousou diretamente na minha nuca. ele separou seus lábios dos meus e os direcionou ao meu pescoço nu, fazendo com que eu arfasse. minha pele se arrepiou quando senti seus dentes em contato com minha pele sensível, a sugando, deixando assim uma possível marca. sua mão que estava no meu quadril estava na minha cintura, a apertando e massageando quando o celular tocou pela terceira vez.
- acho melhor você atender. - avisou rindo. - pode ser importante.
- tudo bem. - respondi ainda com os olhos fechados. tirei o celular do bolso e olhei no visor escrito "gabi.♡" - alô?
- seja lá onde você estiver é melhor voltar, meus pais estão voltando pra casa. - a voz de gabi soou com urgência do outro lado da linha.
- espera, o que?
- meus pais, eles tiveram um imprevisto e estão voltando, devem chegar em, sei lá, uma hora.
- você só pode estar de sacanagem, gabriela! - disse descendo da pia e procurando o interruptor.
- não grita comigo, você quem sumiu de repente.
- onde você está? - perguntei desistindo da luz.
- na porta da frente, vem logo. - desligou.
- an, tudo bem? - perguntou preocupado.
- tudo. mas eu preciso ir embora, desculpa. - disse ainda olhando para o celular.
- tudo bem. - se aproximou. - posso te encontrar depois?
- claro, é só me procurar no colégio. - expliquei indo em direção a porta. - qualquer dia, eu nunca falto. até a próxima, garoto astronauta.
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[🚀] ecstatic shock | ruel van dijk
Fanfiction━━━━ #1 da série ❝ quando sapos viram principes. ❞ ➛ todos os direitos reservados. • concluído. ─ ━ ❝ o beijo no pescoço que me arrepiou até a alma e o olhar atento que me fez perder o ar. queria sentir outra vez. queria te sentir outra vez. ❞ "esta...