• vinte e três •

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ruel sustentava um sorriso tímido nos lábios enquanto eu tentava digerir que ele estava ali. a luz solar tocava seus cabelos loiros fazendo eles transmitirem um tipo de brilho, brilhavam comos os primeiros raios de sol da manhã.

- você não foi embora. - eu disse.

- é, não fui. - ruel riu. - quer dizer, eu quase fui. mas uma senhora me disse que a garota de quem eu falei para ela estava me procurando feito uma maluca pelo aeroporto.

- eu tinha que retribuir seu grande feito.

- não respondeu minha pergunta. - se afastou do carro, dando e volta e vindo até mim.

- o que? - perguntei confusa.

- sobre gostar de mim. - explicou cara a cara comigo.

- eu fui e estou sendo sincera. - coloquei minhas mãos no seu rosto.

- eu quero tentar algo com você, fantasminha. - ruel disse colando nossas testas e fechando os olhos. - mas se você não está sendo sincera, se só está dizendo tudo isso para me fazer sentir o que você sentiu ou apenas está brincando, é melhor dizer agora. - começou a dizer com o nervosismo estampado em sua voz. - não quero me machucar, nem machucar você outra vez.

ruel abriu os olhos me olhou com expectativa.

- eu amo você, garoto astronauta. - respondi num fim de voz.

ruel sorriu abertamente.

- eu amo você, fantasminha.

- disse que quer que eu seja sincera e que não quer se machucar, mas e você? - questionei ironicamente. - voce não foi sincero ontem a noite, seu loiro desgraçado.

- sobre...? - disse fingindo não se lembrar.

- sobre tudo. - dei um soco fraco em seu peito. - podia ter me falado sobre charlotte, sobre tudo.

- e perder a oportunidade de escrever aquele texto de declaração? - colocou suas mãos ao redor do meu quadril. - acho que vou virar escritor também.

- não tem graça, ruel. - tentei reprimir um riso e continuar com a expressão brava no rosto.

- eu sei que você adorou me ver escrevendo sobre você, você gosta dessas coisas clichês. - começou a afundar seus dedos na minha barriga, me fazendo rir alto.

- desculpa atrapalhar o casal. - gabi disse se levantando. - mas está quase anoitecendo. - apontou para o céu.

- espera, o que? - olhei para o por do sol confusa. - mas não eram nem duas da tarde agora mesmo.

- você desmaiou, perdeu a noção do tempo. - deu de ombros. - entrem logo no carro.

- não, é sério. - insisti sentindo uma sensação estranha de nebulosidade. - tem alguma coisa de errado.

gabi, ruel e mike começaram a falar, mas não consegui entender muito bem. a voz deles parecia distante.

- você está se sentindo bem? - ruel segurou minha mão enquanto eu não conseguia ao menos raciocinar direito. - vem vamos entrar.

de repente tudo começou a ficar completamente distante e nebuloso. me sentei no chão ouvindo algumas risadas, mas não pareciam ser dali. olhei para frente e nenhum dos três estava mais ali. nem o carro. éramos apenas eu e o aeroporto.

abri meus olhos e demorei alguns segundos para os meus olhos se acostumarem a claridade. o sol já havia nascido e agora estava esquentando a minha pele através da janela, amava essa sensação. me levantei e saí do meu quarto dando de cara com o grupo de garotas espalhadas pelo meu apartamento. gabi e angie estavam no sofá trocando carícias enquanto conversavam sobre alguma coisa calorosamente. li e maria estavam no canto da sala falando alto sobre o show de alguma banda que haviam ido na noite anterior. cassie eu não precisava pensar muito para saber que estava no quarto fazendo algum penteado estranho no cabelo do no cabelo longo do namorado skatista. ana e juju estavam juntas na cozinha, podia sentir o cheiro forte de álcool e de panelas batendo de longe. lá fora, a cidade já estava agitada, já conseguia ouvir os carros em alta velocidade, as buzinas e as crianças brincando pelas ruas de sidney.

- o ruel já deu sinal de vida? - perguntei as assustando. - ontem a noite peguei no sono esperando alguma resposta dele.

- família, ela acordou. - lili disse se jogando no sofá entre gabi e angie que a olharam feio por terem que se separar. - namorem depois, queremos saber dos sonhos eróticos da bela adormecida.

[🚀] ecstatic shock | ruel van dijkOnde histórias criam vida. Descubra agora