- não vai acreditar no que aconteceu.
- se você disser, talvez eu acredite. - disse me me encostando na cabeceira da cama.
por um segundo parei de prestar atenção no que ruel falava descontroladamente. sabia que era sobre o ultimo capítulo do livro que eu havia recomendado a ele. olhando mais de perto e com uma iluminação mais favorável pude analisar ruel com mais cuidado. foi naquele momento que eu percebi que, podia até me dar mal e não ter um final feliz, mas tentaria alguma coisa. no dia seguinte, ou no outro, contaria tudo para ele.
- ... e então, quando a protagonista está prestes a beijar seu grande amor, aquele pelo qual ela esperou o livro inteiro, ela percebe que, na verdade, ela não o ama.
- não brinca! - respondi com um pouco de ironia e começando a ficar completamente envolvida pelo seu entusiasmo e indignação.
- eu juro.
- mas quem é o grande amor dela, então?
- é o... - somos interrompidos por mike que está me mandando uma mensagem avisando que eu só tenho trinta minutos restantes.
- verdade ou desafio, fantasminha? - perguntou de repente.
- desafio. - respondi sorrindo.
- desafio você a passar um tempinho no céu comigo.
- você tem que especificar o tempo. - eu disse.
- não faço idéia de quanto tempo vamos demorar. - respondeu sem tirar seus olhos dos meus.
ele olhou nos meus olhos e sorriu. mas não foi um sorriso normal, ruel sorriu de uma maneira que por alguns segundos eu estranhei, era diferente.
ruel era portador de uma beleza hipnótica, era difícil não se perder no labirinto que ele era em todos os sentidos. sua mão direita foi direto para o meu rosto e começou a fazer carinho ali. seu rosto se aproximou do meu o bastante para que pudéssemos sentir a respiração uma da outra. seus lábios rosados estavam quase colados nos meus.
então ele me beijou. seu beijo era doce e tinha gosto de cereja. ruel passou a mão que estava no meu rosto para a minha nuca, me causando arrepios. sua mão esquerda segurava firme minha cintura enquanto eu me concentrava em não fazer nada de errado.
nossos lábios juntos numa bela sintonia e as mãos de ruel em meu pescoço só me faziam pedir com mais vontade que mike não me ligasse. suas mãos me puxavam para mais perto, quase fundindo nossos corpos enquanto ele me deitava na cama. suas mãos começam a passear por meu corpo até que chegam a barra da minha blusa.
meu celular tocou.
- toda vez... - reclamou com seu rosto no meu pescoço. - seus amigos não gostam de mim, não é?
- não é nada pessoal. - ri pegando meu celular e atendendo. - fala, mike.
- já estamos no carro, boo. - avisou.
- eu já vou. - respondi vendo o rosto de ruel um pouco vermelho. - só vou me despedir.
- tudo bem, tchau. - desligou.
- me diga o que você quer. - ruel disse quebrando o silêncio que havia se instalado depois do beijo. fiz uma expressão confusa sem entender o porquê da fala. depois de alguns minutos dele em silêncio, entendi onde ele queria chegar.
- vou te dizer o que eu gosto. - respondo sorrindo.
- não temos que falar. - disse colocando meu cabelo atrás da orelha e baixando o olhar.
- não temos que lutar. - completei vendo seu olhar fixo no meu braço. - o que foi?
- eu conheço ela. - disse se referindo a minha cicatriz no cotovelo.
a cicatriz de lúcifer.
- você conhece? - perguntei recolhendo meu braço.
- sim, uma garota me mostrou uma exatamente igual. - disse tentando tocar no meu braço, mas eu me afastei. - o que...
- eu... - hesitei. - nada. - me levantei. - esquece.
- não, eu não vou esquecer. - segurou meu pulso, fazendo com que eu me sentasse outra vez. - você não entende o quão estranho e frustrante isso é? parece que faz isso de propósito. você sumiu da face da terra, eu não achei você em lugar nenhum. eu não sei nada de você, boo, além do nome dos seus amigos que não me dizem nada concreto. agora você vai embora e eu nem sei quando vamos nos ver outra vez porque você não me diz nada. o que você quis dizer? - perguntou me olhando nos olhos. - quem é você?
ele me encarou e permaneceu em silêncio aguardando uma resposta. até que soltou um suspiro cansado e passou a mão na testa. ele se levantou e virou de costas para mim.
me aproximei e o virei de frente para mim. ele colocou meu cabelo atrás da orelha e depositou um beijo na minha bochecha, fazendo com que eu sentisse uma sensação quente ali. sua mão acariciou meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar. ele colou sua testa na minha e eu acabei soltando um suspiro nervoso enquanto fechava os olhos.
estávamos tão próximos... próximos o suficiente para que eu conseguisse admirar a beleza dele, próximo o suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração descompassada no meu pescoço. seu coração batia aceleradamente dentro do seu peito, seu lábios estavam entreabertos, como se ele estivesse tentando dizer algo.
- me desculpa... - suspirei. - eu preciso ir agora, eu tenho horario, me desculpa.
- tudo bem, eu entendo. - dia num tom cansado.
- sabe a lanchonete do otto? a que vive sempre vazia.
- o quê que tem?
- eu vou estar lá amanhã, eu sempre estou. - me afastei indo até a cama e pegando meu casaco.
- e se você não estiver lá? se eu não encontrar você? e se você não quiser ser encontrada e só estiver brincando comigo?
- eu vou estar. - fui até a porta. - não pode exigir muito de mim, ruel, mal me conhece. você não sabe nada de mim.
- é, pelo jeito eu vou saber amanhã.
- é, nos vemos lá.
VOCÊ ESTÁ LENDO
[🚀] ecstatic shock | ruel van dijk
Fanfic━━━━ #1 da série ❝ quando sapos viram principes. ❞ ➛ todos os direitos reservados. • concluído. ─ ━ ❝ o beijo no pescoço que me arrepiou até a alma e o olhar atento que me fez perder o ar. queria sentir outra vez. queria te sentir outra vez. ❞ "esta...