Atravessei o cruzamento meio atordoada, e no momento em que alcancei à calçada, escutei o barulho de pneus derrapando no asfalto. Meu coração deu um salto, Shawn ainda estaria atrás de mim. Ao me virar tudo parecia estar em câmera lenta. Um carro cinza que vinha da rua esquerda do cruzamento estava derrapando, atingindo Shawn, que foi jogado para cima do capô, caindo do outro lado do carro. Minha primeira reação foi ficar paralisada, congelada no lugar, tentando captar aquelas imagens e digeri-las. Levou um pouco mais de três segundos, que mais pareceram horas, para associar na minha cabeça o que estava acontecendo, e gritar o quanto meus pulmões aguentassem.
Sem pensar, corri em direção a ele, Shawn estava caído no chão desacordado. Caí de joelhos ao seu lado e segurei seu rosto entre as minhas mãos.
— Shawn... Shawn, pelo amor de Deus... acorda.... fala comigo... – Minhas lágrimas caiam sobre ele. – Me desculpa, foi minha culpa! Me desculpa por ser tão infantil... Mas, por favor, acorda! – As palavras saiam desesperadamente, uma atropelando as outras. O motorista do carro, que havia descido, estava vindo na nossa direção, desesperado gritando alguma coisa, mas eu não conseguia olhá-lo, muito menos ouvi-lo.
Shawn tinha sangue por várias partes do corpo, e havia rasgos na sua camiseta branca e no lado esquerdo da sua calça jeans. E eu sentia meu peito doer um pouco mais cada vez que o olhava naquele estado.
— Me deixa verificar o pulso dele. – Disse o motorista.
— Você é médico? – Eu não queria me afastar de Shawn.
— Não, mas me deixa apenas ver se ele está vivo. – Meu coração congelou ao ouvir aquela frase.
— É claro que ele está vivo... Ele não seria nem doido de ter ... – Não consegui dizer a última palavra, não queria nem pensar nessa possibilidade que já sentia cada pequena parte de mim se desesperando por completo. Enquanto o motorista do carro se abaixava e pegava o pulso de Shawn, eu encostei a cabeça no seu peito, e as batidas do seu coração deram novamente vida ao meu, e aquela dor cortante que eu estava sentindo foi amenizada.
— Precisamos pedir ajuda. – Disse o motorista. Nesse momento lembrei que Shawn era uma pessoa pública, e pela primeira vez olhei para aquele homem. Ele era jovem, tinha o rosto bonito e estava vestindo roupas esportivas. Ele evidentemente não havia reconhecido Shawn, mas seu semblante era de grande preocupação.
— Chama só uma ambulância, tudo bem? – Ele concordou e rapidamente pegou o celular, pedindo ajuda.
Fiquei debruçada sobre Shawn, com a cabeça encostada em seu peito, até que a ambulância chegasse, aquelas batidas eram música para meus ouvidos, a prova de que Shawn ainda estava ali, e eu poderia contar cada uma delas. Minhas lágrimas molhavam sua camiseta branca e o buraco no meu peito parecia poder me devorar. Eu não podia ter feito isso com o meu menino, não podia.
Demorou um pouco mais de dez minutos para a ambulância chegar, que mais pareceram uma eternidade. E eu não tirei o ouvido do coração de Shawn por um só segundo, ele ainda estava desacordado, e isso me preocupava. Rapidamente os paramédicos desceram da ambulância, e me afastaram bruscamente do corpo de Shawn no chão, mas eu não protestei. Foi quando percebi que havia várias pessoas à nossa volta olhando a cena, observando colocarem Shawn na maca. Esperei eles entrarem na ambulância, e já estava me preparando para ir junto quando fui barrada por um paramédico.
— Não! Por favor, eu preciso ir com ele! – Entrei em desespero, não era possível que aquele homem ia me deixar ali.
— Sinto muito, só a vítima. – Ele disse rispidamente.
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Diário de uma fã
FanficEla era uma garota comum, ele um ídolo internacional. Ela o amava mais que qualquer coisa, ele não sabia da sua existência. O universo conspirou a favor dos dois, eles se conheceram. Ela realizou seu sonho, ele descobriu o amor. Ela se tornou o s...