Diary - Imagine Jeon Jungkook

Nine

Sora's POV

Acordo com o som suave da porta se abrindo e vejo o médico entrando no quarto. Sento-me ainda meio grogue pelo sono. A claridade matinal entra pela janela, e ao ver Jungkook, sinto um arrepio ao me lembrar do que aconteceu ontem.

— Srta. Sora — começa o médico com uma expressão séria, mas tranquilizadora. — Os exames mostram que o paciente Jeon Jungkook está se recuperando bem da hipotermia. Sua temperatura corporal voltou ao normal, e seus batimentos estão estáveis, mas ainda precisamos ser cautelosos.

— Então ele pode ter alta? — Pergunto preocupada, e Jungkook dá um leve gemido na cama, parecendo estar dolorido.

— A recuperação dele é impressionante, considerando a queda de três andares. A neve fofa realmente amorteceu o impacto, mas ele sofreu uma torção no braço e está com alguns hematomas, além de ter passado por um quadro de hipotermia. Fisicamente, ele está estável, mas ainda requer cuidados — o médico explica com calma.

Eu fico pensativa e ao mesmo tempo preocupada.

— Entendi. Obrigada por tudo. — respondo, e o médico se retira.

Olho de relance para Jungkook, percebendo que ele está dormindo profundamente e decido ir rapidamente até a recepção para realizar o pagamento. O custo é alto, mas felizmente posso cobri-lo. Agradeço à recepcionista e volto para o quarto com pressa.

Jungkook ainda está dormindo, e ao me aproximar, sinto uma pontada de pena ao ver seu rosto sereno, mas marcado pelo cansaço, seu rosto um pouco vermelho e despelando. Seguro sua mão, apertando-a suavemente.

— Jungkook, é hora de acordar — digo baixinho, chacoalhando sua mão levemente até que ele abre os olhos, ainda sonolento.

Repito que é hora de acordar, e ele se senta de forma abrupta, como se estivesse assustado.

— O que... — ele ia me perguntar algo, mas parece ter caído a ficha.

Com um suspiro triste, ele se levantou evitando contato visual e pegou suas roupas no armário do quarto, suspirando novamente com os ombros caídos e indo para o banheiro.

Eu me senti mal em vê-lo assim, e tenho medo que ele tente fazer besteira de novo. Me sento na poltrona e fico me perguntando o que deve se passar na mente dele.

Passam-se cinco minutos, e ele abre a porta do banheiro com o uniforme mal abotoado, e eu me aproximo dele com cautela para não assustá-lo.

— Deixa eu ajeitar isso aqui. Você deixa? — pergunto hesitante, e fico impressionada que ele permitiu que eu o fizesse. Seu braço deve estar doendo muito, então ele provavelmente percebeu que não conseguiria sozinho.

Começo a abotoar os botões que faltavam, e ao chegar nas mangas, noto algumas marcas recentes em seu braço que me preocupam ainda mais. Termino de abotoar rapidamente, tentando disfarçar meu nervosismo.

Ah, Jeon.

Finalmente, ajeito sua gravata.

— Prontinho! — digo com um sorriso, mas percebo que seus olhos estão marejados. — O que foi, Jeon? Você está bem?

— Nada, nada não — responde, abaixando a cabeça e apertando os punhos.

Ele está estranho, mas evito fazer perguntas que possam ser invasivas. Ele realmente não deve estar bem para conversar agora.

— Temos que ir, ou vamos perder a primeira aula — digo.

— Eu não quero ir à escola — ele murmura, desanimado.