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(...)

Dia do inferno, acordei com o despertador gritando no meu ouvido, minha mãe e meu padrasto estavam fora de casa e eu que me virasse para me acordar sozinha. Fiz minhas higienes, me arrumei e desci, hoje às duas quengas não vai, têm médico, mereço ficar sozinha lá naquele inferno. Desci e tava geral do lado de fora da escola, o sinal não tinha tocado ainda. Sentei no banquinho e coloquei o fone de ouvido, fiquei vendo as fotos do russo para matar a curiosidade, quando sinto meu fone ser puxado.

—Admirando minha beleza?—perguntou russo sorrindo e se jogando no meu colo, parecia que a gente se conhecia a séculos, folgado esse bofe né.

—Pura curiosidade.—disse enfiando minha cabeça no vão do seu pescoço que estava com a cabeça no meu ombro.

—você tá afim de morrer mesmo né?—perguntei olhando para o morro que era próximo daqui—principalmente se jogando no meu colo—disse

—Tenho medo de morrer não—abriu um sorriso me encarando

—Que bom—comecei a empurrar-lo do meu colo, mas ele segurou minhas mãos na sua cintura

— Vamos dar uma volta?—perguntou encarando meus olhos.

—Eu não—virei a cabeça olhando pro lado oposto da sua cara, eu sabia que ele queria me comer, não sou idiota, mas não é assim não meu gato.

—É sério, não vou te carregar pro motel não. Vamos em algum restaurante aqui do asfalto—encarei ele de novo cogitando a ideia.

—nada de tentar me arrastar para outro canto, ouviu?—ele revirou os olhos levantando do meu colo e me puxando

—Vai, toma—falou me estendendo o capacete e eu aceitei.

—Boa garota—falou subindo em sua moto e eu subi logo atrás.

—Se você tiver me sequestrando, eu vou fazer da sua vida um inferno—ameacei subindo na sua moto evidentemente de luxo, mas não entendia o suficiente para saber o modelo.

—Mais do que é?—perguntou me encarando pelo retrovisor.

—Mais do que é.—falei e ele começou acelerar, ganhando uma velocidade absurda e me obrigando a segurar na sua cintura, ele só parou quando chegamos no tal restaurante, que era muito bonito por sinal, ele estacionou a moto e eu fiquei esperando, assim que ele veio, seguirmos juntos para uma mesa do fundo.

Ele pegou o cardápio e ficou olhando enquanto eu só encarava meu celular.

—Escolheu o teu?—perguntou me encarando

—Eu não trouxe dinheiro.—soou mais marrenta do que eu queria.

—E eu tô pedindo teu dinheiro?

—Não—respondi

—Então pronto, escolhe logo esse caralho.— ele escolheu um risoto e eu uma parmegiana. O atendimento foi rápido, o movimento estava fraco, provavelmente pelo horário.

—tu come pra carai né garota? Pra onde vai isso?—perguntou e eu dou risada

—precisa de ajuda no seu?—perguntei rindo.

—Sai fora—falou comendo o dele sem me dar atenção.

—Agora eu sei porque a Vidigal não prospera, você comendo tudo—falou e eu rir

—Meu rosto é de princesa, meu bucho não—disse mexendo na barriga.

—Dá até para fingir que eu tô gestante—comentei passando a mão na barriga—Observa e aprende—falei e ele me olhou com as sobrancelhas erguidas.

—AAAAh—gritei fingindo dor e todo mundo me olhou assustado.

—Que foi isso caralho?—sussurrou me olhando e encarando as pessoas observando.

—AAAAAAH, VAI NASCER—gritei e ele arregalou os olhos e me xingou baixinho.—Aaaaaah—gritei mais alto uma moça que veio até nós, nervosa.

—Você quer ir de carro, eu levo você—falou

—Não precisa, levo ela de moto—antes que a moça falasse ele já tava me pegando no braço e me levando pra fora

—filha da puta—mordeu meu braço disfarçadamente

—Ai—choraminguei e ele me largou no chão.

—Sobe logo—falou e eu subi tendo crise de riso.

—Tu tem o que em caralho? Doença?—perguntou acelerando enquanto eu ria alto.

—Para onde eu vou agora?—perguntei vendo o caminho diferente da escola.

—Para praia, único lugar onde eu não vou te comer—falou e segurei o riso.

—Olha... muito bem—bati no ombro dele.

—Eu nunca vou te pressionar a dá para mim, quando você quiser, você mesma implorará para me ter te fodendo com força.

O Dono Da Maré Onde histórias criam vida. Descubra agora