O Dono Da Maré

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(...)

1 semana depois.

Pra quem não queria nada comigo, russo estava insistindo demais, dia e noite me ligava, me manda mensagem, manda até vapor entregar dinheiro no meu colégio como se eu fosse puta dele, eu tava me segurando pra não explodir e bater naquele morro dele mandando ele socar o dinheiro dele no olho do cu.

O intervalo tocou e eu fiz súplicas e promessas para Deus caso o professor de matemática tenha sumido do mapa e não desse aula, era tudo que eu não precisava, tava de tpm é minha paciência tava um lixo.

—Iiiih, olha lá quem vem—cochichou Gio vendo o João vindo em nossa direção.

—Lorena,o patrão mandou pergunta se você tá bem e se você tá precisando de alguma coisa—falou e deu uma olhada rápida na Gabriela que nem tirou o olho do celular pra encarar ele, e eu revirei os olhos sem nenhuma paciência com aquele idiota.

—Diga que eu tô ótima, e que ele já pode SUMIR da minha vida—fui curta e grossa, era o que ambos mereciam.

—Lorena, ele tá preocupado contigo pô—me encarou em um tom que eu nem conhecia no João.

—Problema é dele, não tenho nada haver com ele e sua preocupação, manda ele ir seguir a vida—respondi e ele olhou pra Gabriela e passou alguns segundos cogitando falar ou não.

—Gabi, a gente pode conversar agora?—perguntou cuidadoso.

—É alzheimer, com certeza—falou ela olhando pea ele como se tivesse acabado de atestar sua pesquisa.

—Eu não tenho nada para conversa contigo, não João, nada—disse e voltou pro celular

-

—Eu tenho—falou sentando em um solavanco e eu revirei meus olhos pesadamente. Mereço, tudo que eu não queria era o embuste do João falando que tá arrependido uma hora dessa da manhã.

—Eu não quero que você me aceite de volta, só te peço desculpa. Pela minha falta de maturidade, pela minha molecagem, pelas merdas que eu te fiz passar, pelas humilhações, eu nunca te merecia Gabriela, e nunca irei, aceito isso de bom grado, quero te ver feliz...mesmo que seja com outra alguém, eu torço por você, porque você merece o melhor da vida—ele tentou pegar a mão dela e ela puxou, ela segurava as lágrimas com tanta força que só quis tirar toda essa dor dela.—Eu te amo Gabriela, pra sempre, espero que me perdoe um dia—disse a última parte em sussurros enquanto encarava os olhos dela, a cena era emocionalmente pesada até para quem tava de fora.

—Não João, eu nunca vou te perdoar, porque a porra das suas desculpas não apagará as humilhações que passei, nem as noites que chorei por ti, então lide com isso, fique acordado a noite pensando que você destruiu a única oportunidade de ser amado, seu nojento—ela cuspiu as palavras na cara dele, e seus olhos fecharam com o impacto daquela frase.

—Eu não destruir você, linda, é isso que realmente me importa—ele falou tão baixo que acredito que nem mesmo a Gabriela ouviu, só eu que estava do mesmo lado escutei e encarei seus olhos rapidamente, mas logo ele fugiu o mais rápido possível.

Emoções de mais para tão cedo, fugir para diretoria e fingir uma dor de cabeça insuportável e ela permitiu minha retirada, sai saltitante pensando que iria dormir até avistar o babaca encostado no muro da minha escola, revirei os olhos e seguir o caminho contrário, mas já era tarde demais, ele já correu em minha direção e alcançou meu braço.

— Sobe na moto—mandou impaciente

—Aí você acorda né—enfrentei

—Então vai, sobe lá para Vidigal, para ver se eu não invado aquela porra e te pego da mesma forma—falou sério, eu sabia que ele iria mesmo, o garoto era um dissimulado por controle. Então evitando estresse, peguei o capacete e coloquei e a moto deu partida em na velocidade pegando a avenida da minha escola, seguindo mais o menos 15km o russo para na fachada de uma casa, Casa essa que por sinal, era linda.

—Abre a garagem para mim—pediu e eu desci da moto bufando e abri, entrei para dentro pela garagem mesmo, sem nem esperar por ele.

—O que você quer?—perguntei sentada no sofá, russo baixou no meu campo de visão e disse:

—Você—minha pele arrepiou no mesmo segundo, o impacto da sua confissão.

—Você é bipolar? Idiota? Você disse que não queria um relacionamento, que não queria nada comigo, foi você quem disse, acorda.—negando toda agitação dos meus hormônios eu atirei as palavras contra ele.

—Você está ficando com alguém?—peguntou sério

—E se eu tiver? Qual o problema? Não tenho nada com você, acorda.—ele puxou meu braço apertando até que um choraminguei

—Ta maluco—avancei nele puxando meus braços e distribuindo socos e tapas—Você. não. é. o meu. pai.—gritei socando ele sem parar

Quem esse desgraçado pensa que é? Filho da puta desgraçado se acha que eu sou essas mulher de morro, tá muito enganado.