O Dono Da Maré

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Cheguei no postinho e eles me colocaram na frente por ser mulher do patrão

–Eu vou espera no carro–falou João e eu concordei entrando na sala, ele começou a fazer um monte de bagulho, tirou sangue, pesou e outras várias coisas

(...)

Tava esperando só o resultado do exame, que por ser meu, sairia ainda hoje

O médico me entregou o papel e sorriu

–Parabéns–falou com um sorriso

–Olha doutor, eu até queria que fosse meu aniversário para ver se ganho algum presentinho, mas não é hoje–falei

–Então se alegre, ganhou um Agora–falou e sentou na sua cadeira, tu tá entendendo alguma coisa? pois bem, nem eu

–Perai, a senhora não tava desconfiada?–perguntou

–Desconfiada de quer moço, eu só lerda, explica pelo amor de nossa senhora–falei já nervosa

–Abra seu exame de sangue–falou e eu abri, rolei meus olhos pelo papel e por fim, um positivo, positivo de quer, não pera

–Isso significa?–perguntei tremendo do pé a cabeça

–Que a senhora espera o herdeiro desse morro–falou alegre, só fala assim porquê não conhece o Daniel eu levantei da cadeira desespera em encontro do João

–Que cara é essa?–perguntou

–Eu to com anemia–menti

–Caô, cê vive comendo, esse exame tá errado, deixa eu ver aqui–ele tomou da minha mão sem me dar tempo de toma dele e me olhou

–Anemia?–perguntou me olhando sério

–João, se você contar para alguém, eu mato você–falei tomando  o papel

–Quando você vai conta?–perguntou olhando a pista

–Não sei, não é tão fácil assim–falei nervosa

–Claro que é, é só falar,"Amor, tou grávida" e corre e se tranca no quarto–falou e eu olhei séria pra ele, não era uma má idéia

–Eu tô brincando tá Lorena–falou e eu revirei os olhos

–Eu não vou contar agora–falei

–E quando você vai conta mano, esconder vai ser pior–avisou

–Não quando se fala do Daniel, ele mesmo disse que não nasceu pra ser pai–falei tendo várias lembranças dele falando isso

–Ele também disse que não nasceu pra amar, e é só olhar pra ele quando você tá perto pra se ver que ele estava errado–falou

–Não sei João, deixa quieto, não vou mexer com isso agora, aquele rolo de Juliana e Boroni ainda tá no ar–falei

–To falando pra você, é melhor você falar logo–falou parando na frente da minha casa

–Valeu, tchau–falei descendo e entrando dentro de casa, tinha várias bolsa de dinheiro no sofá, me fazendo revira os olhos

–Muito idiota da sua parte, e assaltar um banco e não me falar–falei

–Lembro bem da última vez que eu te falei, no meio do assalto você ligou chorando mandando eu saí de lá–falou rindo

–Tira esse porcaria do sofá, que eu quero sentar–falei puta

–essa porcaria aqui é o que te sustenta–falou

–Não ligo–falei e ele tirou uma mala

–E aí, deu o que?–perguntou olhando o papel e eu segurei com força o mesmo para que se ele puxasse, não saísse da minha mão

–To com anemia–falei

–Mentira–falou me olhando

–Mentira mesmo, tô de boa, não tenho nada–falei e sai da sala voando, escondi o papel embaixo do colchão e desci

–Tu com essa cara aí por quê?-perguntou me olhando sério enquanto contava o dinheiro e separava

–Que cara?–perguntei nervosa

–Calma, tá devendo é?–perguntou e eu neguei respirando fundo e ele me olhou desconfiado