O Dono Da Maré

7

(...)

Eu pensei umas 450 vezes, rodei o quarto inteiro pensando se ia dar problema, eu não tinha rolo nenhum por lá, eu ia mesmo para me divertir, mas confesso que a ideia do galego tá lá me pegou...russo? Esse nome não era estranho, de onde eu conhecia ele? Não importa. Ele me deixava interessada...curiosa. Eu deveria ficar em casa, evitar problema, lá se sabe o que esse maluco podia fazer...mas e se...foda-se, eu vou, só se vive uma vez. já vivi dezessete anos e não morri ainda, então tá tudo certo.

Mensagem On

Gabi:Vai logo Lorena, eu e Gio tá arrumada a séculos.

Lô:To descendo já Caraí.

Gabi:Sei bem esse teu descendo, tá entrando no banho agora.

Lô: Tô descendo é sério.

Mensagem On

Assim que desço as escadas com salto alto meu pai tá entrando pela porta, fodeu, ele tinha deixado mais cedo, mas quando ele me ver montada fica todo ciumento dando piti.

—Vai para onde dona bonita?—perguntou meu pai de braços cruzados.

—Nem vem, pedir a você para ir hoje de tarde—avisei logo para ele não cismar.

—Tu toma cuidado hein Lorena, não vai pegar um bucho aí afora, não me mata de desgosto.—ele resmungou me dando um abraço e um beijo no meu cabelo, largando meu pai desci em direção a casa das minhas meninas, elas já me esperava na frente de casa quando me viu descendo já começou descendo também.

—Demora da porra—resmungou Gabi.

—Cala a boca que eu vivo te esperando—resmunguei de volta

—Queria que o Alex fosse—resmungou Geovana meio caída

—Para quê?—perguntei com a sobrancelha erguida.

—Pra nós ficar de novo, ué—disse como se fosse óbvio.

—E porque ele não vai?—perguntei verificando o celular e vendo quantos minutos faltavam pro Uber.

—Teu pai encheu ele de trabalho—falou Gio revirando os olhos.

—Algo me diz, que esse baile vai render—disse Gabi e eu entrei no Uber, era o primeiro baile dela solteira, se eu bem conheço as origens da Gabriela, João implorará pra não passar nem perto desse lugar.

—Boa noite—cumprimentou o moço.

—Boa noite—falamos em uníssono.

—Hoje eu vou dançar para tirar toda amargura do coração—falou Gabi jogando a cabeça para trás e sorrindo.

(...)

—A gente brigou, eu mandei ela embora—cantarolou Gabi ouvindo o som enquanto caminhávamos em direção à grande quadra.

—Os primeiro dia que são foda que bate saudade e a gente só chora—cantarolei com ela

—Mas me esbarrei com amigo dele, então pense em um macho gostoso, ele disse que eles também brigou e ele vai se vingar agora, então joga—cantarolou parando para rebolar junto com a música.

—Então joga o pópó na piroca, então joga, então joga, vai Mozão, joga Pópó na piroca—cantarolei e esperei a Gabriela ir à barraca do canto para comprar água, também vi a mesma aproveitando e pegando um lança, eu imaginava que ela iria ficar louca, mas não esperava que fosse tanto.

Entramos no baile e ele estava lotado, tanta gente que mal conseguimos nos mover, eu fiquei sabendo que o dj de hoje era um famosinha, então normal lotar nesse nível.

—Vai e brota aqui na base, que eu vou fazer sacanagem—cantarolei começando a dança no meio da pista.

–Vou buscar bebida, cês querem?—perguntou Gio

—cervejas beats—pedi

—Duas da vermelha—pediu a Gabi também.

—Suave—falou ela e saiu se enfiando na multidão.

—Que desgraça—falou Gabi revirando os olhos.

—Que foi garota?—perguntei

—O embuste do João tá aqui—falou e começou amar amei, senti a indireta antes até da música tocar, só por Deus irmão.

—AMAR, AMEI, GOSTAR? GOSTEI, MAS AGORA EU NÃO QUERO NEM DE GRAÇA—cantarolou dançando e eu rir enquanto dançava, a música acabou enquanto o João encarava a Gabriela dançar a música do camarote, ele aparentemente tava sozinho, não tirava a visita dela com um olhar vazio, imundo, agora quer se fazer de coitado.

—Oh Tatiane, eu não quero que tu me ame, eu só quero que tu me babe—Giovana chegou pulando com as bebidas

—Toma—falou Gio me entregando e eu abri com o dente.

As horas se passaram mais rápido do que o previsto, Gabriela era a que mais tava curtindo tudo, já tinha pegado três cara e a Giovana também tava fazendo a sonsa, mais já tinha passado um, eu tava na minha, e também não tinha tombado com o dito cujo ainda.

—Vou lá no banheiro—falou Gabi

—Eu também, espera—falou Gio indo atrás dela e eu voltei a dançar sozinha no baile.

Estava ouvindo as músicas tocar após tanto dançar, e quando estou quietinha com minha bebida na mão, sinto uma mão rodando na minha cintura. Não precisei nem olhar pra ver quem era o audacioso.

—iai, ruivinha—sussurrou no meu ouvido, fazendo toda minha pele arrepiar com sua voz rouca e levemente embriagada.

—Que foi?—Me soltei de sua mão e já virei com os braços cruzados, mas para quer né. Os olhos deles estavam meio vermelho, ele estava fumando, sua camisa era de botões e alguns deles estavam abertos, seu cabelo estava uma bagunça, mas uma boa de se ver e seus lábios eram lindos e não estavam inchados, o que me pressionou. Duas horas de baile e ele não beijou ninguém? Hum...

—Ta a fim de ir ali fora comigo?—perguntou passando a mão pela minha cintura novamente.

—pra quê?—perguntei me fazendo de sonsa e ele abriu um sorriso. Ele após beber ficava mais solto do que eu costumava conhecer. Ele se aproximou do meu ouvido, colocando outra mão em minha nuca, com uma intimidade e segurança jamais vista por mim.

—Pra gente resolver nossos problemas da melhor maneira, se eu vou ter que bater em você, que seja nessa sua bunda gostosa e que de preferência, você implore por isso—seu nariz roçou meu nódulo e eu arfei.

EU ARFEI COM ELE APENAS METENDO PAPO EM MIM, SÉRIO ME ODEIO!!! FRACA, FRACA, FRACA.

—Desculpa frustrar seus planos, mas eu não sou de implorar—respondi agora encarando seus olhos.

—É com isso que eu tô contando, quanto mais você negar, mas eu vou te levar ao ponto que você implora.—disse segurando meu queixo—Sua marra é linda amor, só é mais gostoso ainda quando é embaixo de mim.— Mesmo com a calcinha molhada, mantive minha dignidade e gargalhei.

—Você tá contando muito com a sorte de me levar pra cama né—respondi. Eu era virgem, não por falta de oportunidade ou por achar que teria que ser especial, não, eu só nunca achei alguém que me deixasse tão aflorada a ponto de agir. E ele estava sonhando que iria conseguir.