O Dono Da Maré

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(...)

Finalmente as portas do inferno foram abertas e os capetas foram libertos, me sentia adorável quando o sinal dessa prisão tocava e eu podia sair.

— Vou indo para casa, to morrendo de dor de cabeça—disse Gabi atravessando e subindo o morro, ela tava triste, irritada, magoada. Se ela se isolar era o que ela precisava, tudo bem.

—Vai logo lá naquela loja Giovanna, não entrarei, se eu entra você passa 3 anos e Duas décadas-falei olhando ela—ficarei na pracinha, sentada no banquinho—falei e sentei no banquinho.

P.VO RUSSO

Eu tava puto da vida, precisei descer o morro pra pegar propina com o bosta do governador que se achava bom demais pra entregar dinheiro para meus soldados.

—Pode conferir—indicou, fechando os botões do terno.

—Claro que eu vou, desde quando confio no teu tipo.—perguntei sem esperar resposta, contando o dinheiro, dez mil reais.

—Gosto assim.—falei guardando e subindo na minha moto e colocando o capacete preto e fosco.

Do lugar onde eu tava, o melhor lugar pra passar sem chamar atenção com a quantidade de dinheiro que tô é a Vidigal, era uma merda, já que o nervoso e eu nunca nos batemos, mas ninguém me reconheceria.

Passando na avenida anterior ao morro, o sinal fecha, e esperando viro e aviso a ruiva desgraçada sentada no banquinho balançando as pernas, nem me dou tempo de calcular, encosto a moto de supetão e me aproximo dela que tava muito concentrada no celular. Sem pensar nos riscos, tomo a garota pelos braços recebendo seu olhar apavorado e então abro a viseira. Estranhamente, sinto seu corpo ficar menos tenso perto do meu. Ela nem me conhecia.

—Te achei de novo safada—disse baixo, pois não queria chamar atenção. Seus olhos nervosos encaravam a rua e percebendo que ninguém notava, seu nervosismo ficou aparente.

—Que pirralha? Tá com medo?—perguntei debochado

—Olha você me solta, que agora você tá na minha quebrada—falou tentando se soltar.

—Então você é do asfalto?—perguntei rindo—Bem que parecia Paty—falei

—Que mané Paty, nós aqui é Vidigal no sangue—falou puxando seu braço novamente, e mantive a resistência.

—Vai apanhar mais, só por ser da Vidigal—avisei rindo e ela deu uma mordida no meu braço.

—Caralho—falei segurando seu cabelo e puxando-o com força e um grito escapou da sua boca, e chamou atenção suficiente.

—Ta doendo? Farei pior—agarrei sua cintura e beijei seu ombro para chamar menos atenção, parecer que éramos namorados brincalhões.

—ME SOLTA—gritou e todo mundo começou a olhar e comentar, quando começaram a pegar seus celulares para gravar, larguei ela.

—SOLTA MINHA AMIGA—gritou alguém me empurrando, como se eu não tivesse soltado essa puta.

—A gente se bate por ai—disse subindo na moto e indo para maré.

(...)

—Encontrei com a mina que me bateu, sabe onde João? Perto do teu colégio—disse para o João que tava na boca arrumando algumas coisas, ele pediu a uma semana para entrar no tráfico, deixei, tá de vapor.

—Fala aí como ela é, devo conhecer.—ele se mostrou solícito

—É uma ruivinha, pequena, bonitinha, teimosa, desbocada—disse

—Vixi, tô nem vendo—resmungou tirando o celular do bolso como se já soubesse quem era.

—Essa aqui?—perguntou mostrando a foto da ruivinha, gata pra caralho a mina viu.

—Ih fi, essa aí mesmo—confirmei

—Lorena o nome dela, enteada do dono da Vidigal—falou me olhando.

—Que desgraça essa mina tava fazendo na minha comunidade?—falei mais pra mim do que pra ele

—Já até sei o que foi—falou

—Diz aí

—Minha mina, ex, na verdade, ela é amiga dela, ela veio me buscar aqui no dia do baile, eu tenho por me que a Lorena veio atrás dela—especulou me encarando.

—Olha só—falei pensando.

—Quer uma dica?—perguntou

—Não—cortei—Rala que teu serviço acabou—falei e ele obedeceu, conseguir ver o nome do facebook dela.

Lorena Mendes, entrei e procurei ela, vi tudo que era foto. Porra, a piveta era gostosa para caralho, bem que antes de dá um jeito nela, eu podia desenrolar algo melhor né

—Ih Lorena, nós se ver por ai—falei puxando meu baseado.