Capítulo 3

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Quando desci o André ainda não tinha chegado, fui até à sala, onde estava o Afonso a jogar FIFA e o Álvaro encostado à ombreira da porta.

 - Boa noite. - falei.

- Então minha linda, olha amanhã consegues passar no escritório cedo?

- Sim, claro. Vou pedir é que me deixe sair das quatro às seis... - falei mais baixo referindo me à dança.

- Claro, essas horas eu controlo não te preocupes.

 - Obrigada! - Agradeci sorrindo.

Ouviu se a campainha soar, fiquei ligeiramente apreensiva. A Anabela abriu a porta e pela alegria dela calculei que fosse o André. O Afonso desligou a TV e seguiu o pai, acompanhei-os ficando mais para trás. Depois do André cumprimentar todos, sendo acompanhado pela sua namora, veio até mim ao qual estendi a mão e apresentei me.

- Boa noite, sou a Joana.

- Eu sei quem és... Pensava que já tinham resolvido esta questão.

- André! - repreendeu o Álvaro - a Joana é da família.

- Pai...

- André, para nós a Joana é da família. - voltou a repetir.

Petrifiquei, apetecia me sair dali a correr, ele nem me conhece e já me trata como se fosse um ninguém.

- Bem vamos andando até à mesa, estou cheia de saudades tuas meu filho, de certeza que temos muito para falar.

- Nem imaginas as saudades que tinha de casa. - dava para ver a sua alegria.

- No caminho não falou de outra coisa. - apressou se a dizer a loira que o acompanhava.

Durante o jantar todos se divertiram a ouvir as suas histórias lá por Itália. Mas comecei me a aperceber de alguns olhares de morte que eram me lançados pelo jogador. Assim que a refeição terminou ofereci me para arrumar toda a cozinha e visto que a Anabela estava cansada e só queria se ir deitar não protestou.

Estava a por a loiça na máquina quando ouço uns paço mesmo atrás de mim. Virei me repentinamente. 

- Desculpa, não queria te assustar. - falou levantando as mãos. - Vim só buscar água.

- Não faz mal... - falei e virei as costas continuando a arrumar.

O rapaz interrompe alguns minutos de silencio.

- Porque é que não procuras uma casa, um quarto ou até uma pensão? Sabe te bem viver às custas dos outros?

- Desculpa? - voltei me indignada.

- Tu ouviste. - falou num tom frio.

- Tu não me conheces, nem queres conhecer... saberias que só não me vou embora porque como o teu pai disse eles já me consideram da família... e também não precisas de preocupar que eu pago sempre uma parte das despesas. - falei num tom agressivo. Dirijo me à porta da cozinha mas sinto o meu braço ser agarrado.

- Desculpa... fui longe demais. - disse mais calmo.

Soltei o braço e fui até ao meu quarto.

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