Capítulo 12

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Só estávamos os três, a Sara tinha ido a um evento. Agradeci baixinho por não a ter de encarar. Almoçamos os três, mas as conversas eram a dois, eu estava completamente desligada de tudo o que se passava. Só eu e os meus pensamentos.

- Só vais comer uma fatia? A pizza é enorme. - o Afonso ao perceber que estava no mundo da lua deu me um leve abanão. - Joana...

- Desculpa, estava distraída, diz.

- O Afonso estava a dizer para comeres outra fatia. - prosseguiu o André.

- Obrigada, mas já estou bem.

 Continuei a fazer companhia aos rapazes e o Afonso acabou por admitir que tinha um encontro esta tarde.
Eu e o André fizemos ele nos contar tudo. Quem era, onde iam, onde se tinha conhecido... O meu menino estava feliz e isso era o mais importante.

O meu telemóvel tocou, não conheço o numero, mas pode ser  da academia.

- Bom dia, estou a falar com a sra. Joana?

- Sim, é a própria.

- Aqui fala da direcção do clube futebol do Porto e eu gostava de agendar uma reunião consigo.

- E do que se trata?

- Nós sabemos que está à frente de uma academia de dança, vimos que estava a organizar um espectáculo para  angariar fundos para um novo espaço...

- Melhoria. - frisei

- Melhoria do espaço, nós talvez tenhamos uma boa proposta para si. Amanhã às 11h, no estádio.

- Lá estarei.

Eu não conseguia ter reacção, que tipo de proposta é que me querem fazer? 

- Tá tudo bem Joana? - perguntou o André.

- Sim, só não estava a espera deste telefonema. Se não se importam eu vou até ao meu quarto.

- E quem é que me leva? - perguntou o Afonso.

- Eu levo-te puto, não te preocupes.

À mais de uma hora que estava no quarto, deu me uma enorme vontade de comer panqueca. Antes de descer para a cozinha fui até ao quarto do André, ver se o rapaz já tinha chegado.

Bati à porta e entrei.
Ele olhou para mim, estava sentado no chão com montes de roupa à volta e uma mala vazia à sua frente.

- Desculpa a confusão.

- Não tens de pedir desculpa, o quarto é teu. 

- Vou amanhã para Itália, não me apetece nada voltar.

- Já falta pouco para estares de volta outra vez. - tentei anima-lo.- apetece me panquecas, estava a pensar ir fazer para o lanche. Queres?

- Dá me dois minutos e já vou ter contigo.

Assenti e sai do quarto do rapaz, estava com uma sensação estranha. Parecia que conseguia sentir a dor dele. Tinha o coração apertadinho.

Quando o rapaz veio ter comigo, fiz com que ele batesse a massa enquanto eu encontrava a frigideira.
Começamos a fazer o crepes, num instante  fizemos aquilo. Preparei a mesa com frutas e compotas e um sumo de laranja natural.

- Podes me contar o que se passa... - disse para o rapaz. - nem sempre nos damos bem, mas consigo ver que há qualquer coisa a chatear te.

- Desta vez vou sozinho para Itália.

- E a Sara?

- Vai uma semana depois, nós não temos andado bem e sinceramente tenho medo de não conseguir viver com ela.
Vamos ficar separados um ano, ela lá e eu cá. Como é que vai ser tudo? Eu não quero magoa-la. Mas ao mesmo tempo sinto que era melhor terminar já.

O rapaz não parecia confuso, parecia certo do que dizia.

- André, faz o que for melhor para ti. Fala com ela primeiro e depois toma uma decisão.

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