Capítulo 21

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Dia do jantar do clube

Esta casa está um pandemonio, a Anabela saiu com a Sara para irem ao salão, já estão atrasadas e os homens estão uma pilha.

Ajudei os homens cá de casa a ajustar as gravatas e a mim só faltava mesmo apertar o vestido

Vi uma sombra passar e chamei.

- Afonso? Ajuda me só a apertar o vestido por favor.

- Não é o Afonso mas eu ajudo. - Ambos soltamos um leve riso.

Quando me voltei para o moreno reparei no quanto gostava daqueles olhos, daquele cabelo...

- Tas muito bem. - elogiei.

- Eu não te disse naquele dia na loja, mas tu tas linda. Vais ser sem dúvida a mulher mais bonita da noite.

- André, deixa de ser parvo. - gargalhei. - se a Sara sonha mata me.

Descemos juntos e ao que parece a Sara e a Anabela já estavam lá em baixo. Estavam todos a nossa espera e quando descemos juntos o incontrolável sorriso rasgado da Anabela apareceu.

- Voces estão tão lindos meus amores.

Senti as minhas bochechas queimarem e apenas sorri olhando para o moreno.

Levamos dois carros, o Álvaro, a Anabela, eu e o Afonso fomos no deles e o André levou o meu onde ele e a Sara iam. Supostamente depois de jantar era mais seguro ser eu a trazer o carro.

Quando chegamos ao local houve um grande alarido para tirar fotografias, primeiro o jogador e os pais mais o Afonso e claro logo a seguir o jogador com a Sara. Reparei na cara dele aposto o que quiserem como o casal veio a discutir toda a viagem, oh não me chame eu Joana. Quando o casal tirou a ultima fotografia, o jogador chamou me a mim e ao Afonso para tirar uma com ele.

Quando eu pensava que os alaridos tinham acabado veio a parte dos jornalistas incontroláveis, onde o André só respondeu a uma ou duas e seguimos caminho.

Chegamos finalmente ao local onde se ia realizar então o jantar e tivemos sorte de ficar na mesa com o Telles e a sua mulher, assim como com o Otávio e a sua mulher também. Tenho de confessar que me estava a divertir muito com os brasileiros, tivemos uma refeição tranquila e agora seria a parte dos shows.

Começaram a tocar alguma músicas brasileiras, começamos logo a dançar e numa das voltas que estava a dar, olhei para a mesa e vi o André de cara trancada a ouvir a Sara. Sei que vou arranjar problemas mas decidi fazer o que o coração manda e fui até lá.

- Posso raptar te para dançar esta música?

O moreno sorriu para mim : - Claro que sim. Sara eu vou dançar um pouco!

Coloquei os meus braços à volta do pescoço do moreno e este agarrou me como num abraço.

- Com problemas no paraíso? - perguntei.

- Acho que o eden está quase destruído. São discussões atrás de discussões. Até do Afonso ela sente ciumes... E para ser sincero o sentimento já não é o mesmo.

- O que é que mudou?

- Tudo, a vinda para Portugal... não querer viver na mesma casa que ela agora... tu, o Afonso, os meus pais, novamente os meus colegas...

- Pode ser só uma fase, já pensaste nisso?

- Já, já pensei. Mas acho que vou ter de fazer escolhas...

Olhamos um para o outro e só me apetecia beija-lo, gostava que ele soubesse que gosto dele, que não o vejo como um irmão e que sofro por vê-lo assim.

- Segunda vens comigo ao treino? E depois vamos almoçar a Gaia.

Sorri para o rapaz.

- Então sendo assim ao final da tarde vais comigo para a academia.

- Só se formos depois jantar.

Caímos no riso e sem nos apercebermos éramos o foco da atenção dos jornalistas, dos jogadores e claro da rapariga.

Ao final da noite as musica estavam mais mexidas, funk a toda a hora!

Desta vez fui eu que conduzi o meu carro, o André não queria arriscar conduzir, não bebeu muito aliás não bebeu quase nada mas como o corpo não está habituado, não quis mesmo arriscar.

Entramos no carro e o André sentou se no lado do pendura.

- Ai tenho mesmo de me descalçar. -confessei.

- E vais conduzir descalça?

- André, acredita em mim dói me horrores.

- Podes me deixar logo em casa, por favor. -pediu a rapariga com a voz trémulo.

- Ah... - tentei perceber se o André ia dizer alguma coisa, mas visto que nem um piu saiu daquela boca, pedi: - podes me ir dando as indicações?

E assim foi, a rapariga quando chegou a casa, desceu do carro, foi ter com o André e deu lhe um beijo no rosto.

- Falamos amanhã?

- Eu ligo-te. 

Continuamos o nosso caminho e por muito que eu goste do André como gosto tive de lhe dizer:
- Resolve as coisas com a Sara, voces estão os dois a sofrer e a magoarem se um ao outro.

- Eu sei, preciso de dormir e amanhã tenho a certeza que resolvemos tudo.

Engoli em seco.

Chegamos a casa e para acordar o Afonso foi um castigo, leva lo para cima uma tortura e deita-lo um pesadelo. Este moço pesa mais que um rinoceronte. A sorte foi a força do André eu apenas fiz de apoio.

Saímos do quarto do Silva mais novo e dei um beijo no rosto do André.

-Dorme bem.

- Tu também caramela e obrigado por todos os conselhos.

Sorri e cada um entrou no seu quarto.

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