Já se tinha passado um mês desde a chegada do André, raramente conseguíamos estar todos juntos. O André andava em entrevista, reuniões pelo clube e treinos, o Afonso arranjou uma 'companheira de estudo', o Álvaro como sempre faz de tripas coração para que a empresa leve um bom rumo, a Anabela anda sempre casa-trabalho-casa-zumba-casa e e eu tenho as actuações preparadas para o evento do fcp. Tem sido a loucura!
Ando nervosa, hoje é a gala e eu tive de mentir à família para não ir com eles. Contei ao Álvaro, mas custa me ter de esconder isto tudo. De qualquer das maneiras preparei as coreografias de maneira a aparecer pouco e quando apareço não ter a cara visível.
A gala já ia a meio e estava a correr tudo bem, consegui ver que os quatro estavam juntos, como havia uma pequena televisão lá dentro, por detrás do palco decidi ir ver o André a receber o prémio. De certa forma sentia tanto orgulho.
Assim que acabou de falar, eu fui ter com as minhas colegas para me certificar que estavam a aquecer.
Acabei de dar de caras com o André, claro... já tinham passados tantos jogadores por aqui como é que eu não me lembrei que ele também passaria.Agarrou me no braço e puxou me para um canto.
- O que é que estas aqui a fazer? - perguntou admirado.
- Joana, vamos entrar em dois minutos. - gritou a Tatiana.
Coloquei a mão no seu peito e ele colocou a sua mão em cima da minha.
- Podemos falar em casa por favor?
- Podemos, mas eu quero que me contes tudo.
- Eu vou contar, só não digas nada ao Afonso e à tua mãe. Assim que eu chegar a casa vou ter contigo.
O rapaz assentiu e saiu.
Depois daquele momento o meu foco mudou, já não era as actuações mas sim o André. Ao inicio ele detestou a minha ida lá para casa, imaginem agora quando ele descobrir o porque de eu nunca ter contado.
Desejava chegar a casa, depois das actuações todas só queria tomar um duche e dormir, mas sabia que a noite ainda ia ser longa.
Assim que cheguei a casa, tentei não fazer barulho e ao entrar no meu quarto assustei me.
- Calma, sou eu. - disse o André tentando me tranquilizar.
- Deixa me tomar um duche, conto te tudo depois.
- Espero no meu quarto então.
- Combinado.
Depois de tomar o meu tão desejado duche, vesti o pijama e um robe e fui ter com o moreno. Bati ao de leve.
- Posso? - sussurrei.
- Sim. - depois de dada a permissão, sentei me ao lado do rapaz. - agora conta me.
- André, eu quando vim para o Porto não tinha ninguém, não conhecia nada.
- Essa parte eu sei. - interrompeu me o rapaz.
- Eu vim para cá atrás de um sonho, e com o apoio do teu pai realizei-o, abri uma academia de dança. Só o teu pai é que sabe.
- Porque?
- Porque sempre foi o sonho da tua mãe, porque o teu pai nunca a encorajou, nunca lhe deu o apoio que me deu a mim. E quando ele me deu a mão eu não passava de uma estranha.
- Não acho justo eles não saberem, especialmente o Afonso! - disse levantando-se e indo até à janela.
Fui ao pé do rapaz e coloquei a minha mão nas suas costas baixando a cabeça.
- Acredita que me custa horrores, mas o teu pai pediu e para não contar.
O rapaz desta vez virou se para mim e abraçou me.
Senti me tão bem naquele momento, senti me protegida e senti que ele me perdoou.
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Marcas | AS
أدب الهواةEmbirram um com o outro, todos os dia há uma nova discussão, mas mesmo assim o sorriso e o que sentem um pelo o outro vence tudo! Ou não...