31. William

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Minha casa estava apinhada dos meus amigos e colegas, todos nós com um copo de cerveja na mão balançando ao som da música que vibrava ou gritava para se fazer ouvir. Isso tudo graças ao meu aniversário. Mamãe tinha convencido meu pai a ceder a casa nesse fim de semana para que pudesse comemorar meu aniversário com amigos, bebida e garotas.

Todas essas garotas que passaram pela minha frente, pelo menos imagino que devem ter passado, não eram atraentes. Nenhum pouco. Certo, talvez devesse ser mais claro: eu não queria nenhuma delas. Estava esperando por uma, especificamente. Mas ela parecia não dar o ar da graça nunca! Então comecei a me perguntar se viria mesmo aqui.

Olhei para a cerveja no meu copo, desanimado, ao passo em que um dos meus colegas falava da conquista na noite passada em uma balada. Nem estava realmente escutando-o. Ergui a cabeça outra vez como tinha feito desde o inicio da festa, mas dessa vez encontrei quem procurava.

Consegui finalmente abrir um sorriso sincero, e não apenas um de educação. Bati no ombro no meu amigo que ainda falava, interrompendo-o, mas sem conseguir tirar os olhos dela que já estavam fixos no meu.

– Depois a gente se fala, cara.

Me afastei sem ouvir o que ele respondeu e caminhei até ela, atrás da minha irmã que trazia um sorriso convencido.

– Samantha – falei quase ao pé de seu ouvido para que pudesse me ouvir mesmo com a música. – Você veio.

– Bem, você me convidou – argumentou com um sorriso tímido que passava pela indecisão. – Não foi?

Assenti.

– Estou feliz que veio – precisava que soubesse.

– Agradeça à Ariana que pôde ir me buscar em casa – ela riu e era tão suave...

Desviei os olhos para minha irmã.

– Obrigado – disse realmente agradecido.

Ariana me ofereceu uma piscadela e apontou para mim e Samantha.

– Comportem-se, crianças – disse antes de se afastar.

Ri acompanhado pela garota a minha frente. Samantha estava linda com um vestido simples e leve, saltos não muito altos e uma maquiagem que a fazia parecer ainda mais com uma linda boneca delicada. A boca contornada por um batom pink quase vermelho me levou a recordações das vezes que nos beijamos no corredor daquela casa em uma das vezes em que ela veio visitar Ariana.

– Quer ir ao quintal para conversarmos? – Perguntei. – Está menos lotado.

– Sério?

– A bebida está toda aqui, então quase ninguém está saindo de perto dela.

Samantha sorriu e segurou minha mão deixando-se ser guiada. Levei-a entre as pessoas, cumprimentando rapidamente as que vinham falar comigo, até que cheguei ao quintal. Estava mesmo bem mais calmo como imaginava. Só algumas pessoas dançando e bebendo, rindo de alguma palhaçada idiota que algum outro fazia.

Olhei para Samantha e seus cabelos castanho muito escuros que estavam presos em um rabo de cavalo. Me aproximei dela, que recuou até bater com as costas na parede. Deixei meus lábios apenas encostarem nos seus até que recuou abaixando a cabeça. Era hora da pergunta que não saia da minha cabeça há uma semana. Uma semana inteira, porra!

– Então? – comecei. – Você pensou?

Samantha balançou a cabeça em afirmativa e estendeu o braço entre nós. O medo da rejeição apertou meu coração até perceber que ela tentava me entregar uma caixinha. Meu presente de aniversário. Peguei de suas mãos.

Cinco segundos para amar [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora