16. Danna

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Olhei, mas olhei bem. O olhar, o sorriso e as feições leves. William não abria sorrisos completos com muita facilidade, eles eram como um risco desenhado numa escultura simplista e sexy. Perdição, teu nome é William Holt.

– Danna? – a voz de Julliet chamou minha atenção.

– Foto bonita – apontei para o celular que tinha a foto de William sorrindo ao lado da filha, que parecia um tanto tímida.

Julliet sorriu.

– Fomos ao cinema ontem. Papai ia assistir um filme e era o mesmo que Andrew queria ir ver – deu de ombros e revirou os olhos. – Fomos os três assistir um filme de tiros, bombas, gritos e sangue por toda parte.

Soltei uma risada baixa.

– Estão saindo em família assim? – brinquei.

– Não me encha o saco, Danna – bufou e riu. – Acho que eles estão se entendendo.

– Já não era sem tempo.

Coloquei Isabella no chão e me levantei do sofá. Peguei as canecas de café vazias e levei para a cozinha, com a garota logo atrás de mim.

– Ele disse? – perguntou, de repente, animada.

– Quem disse o que?

– Papai – ela arregalou os olhos, incrédula, como a pergunta tivesse sido completamente desnecessária. – Papai disse para você?

Coloquei as canecas na pia e mordi o lábio aproveitando que estava de costas e ela não podia ver ou medir minhas ações.

– Não temos nos falado ultimamente.

– Não? – ela questionou parecendo desconfiada. – Por quê?

Apenas dei de ombros, como se não soubesse. Claro que eu sabia. William não tinha mais mandado nenhuma mensagem, não tinha tentado nenhuma ligação e nem mesmo descia do carro quando vinha buscar Julliet. Ou ele estava respeitando meu espaço ou pensava que a distancia era mesmo o melhor entre nós. Seja lá qual fosse a opção, senti falta das tentativas de aproximação.

– Acho que estamos ocupados demais nos últimos tempos – comentei me esquivando.

– Hmm – ela pareceu ponderar isso e então me virou abruptamente com um sorriso animado. – Meu primo está vindo, Danna.

Minha expressão deve ter refletido toda a minha confusão porque ela explicou:

– Arthur! Ele está vindo para os Estados Unidos porque a tia Ariana vai fazer exames e o medico dela é daqui, então...

– Finalmente vou conhecer o tal Arthur?

– Pelo menos os pedaços que restarem dele.

Franzi o cenho e Julliet riu.

– Arthur fez uma loucura e tia Ariana ficou possessa – ela arregalou os olhos, assustada, como se lembrasse de algo. – Você não quer ver tia Ariana com raiva, sério.

– E o que ele fez de tão sério para fazer a mãe pensar em mata-lo? – perguntei rindo da sua reação e me voltei para a pia outra vez, para lavar as canecas.

A garota escorou o quadril na pia, ao meu lado, e deu de ombros.

– Papai disse que também não sabe e perguntei para Arthur, mas ele só falou que eu ia ver – disse frustrada pela curiosidade não saciada. – Aposto cinquenta dólares que a merda que ele aprontou foi pedir uma garota em casamento.

Cinco segundos para amar [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora