27. Danna

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Chegamos em casa, finalmente. Isabella estava bem, Roger, o pediatra de plantão naquela madrugada foi atencioso e gentil com a minha menininha e me tranquilizou. Não era nada grave, seu resfriado não tinha se agravado em nada. A febre, segundo ele, podia ter sido causada por motivos até mesmo externos a sua saúde.

Deitei-a na minha cama e beijei todo o seu rostinho, fazendo-a rir. Ah, esse som era o melhor do mundo. Com o enfado do hospital, minha filha dormiu na minha cama depois de algum tempo e eu acabei fazendo o mesmo com o cansaço absurdo por ter passado duas noites mal dormidas. Quando acordei, perto da hora do almoço, preparei algo leve e bem nutritivo para ela. Assistimos um pouco de televisão no sofá, mas logo caímos no sono outra vez, abraçadas.

A próxima vez que acordei Isabella não estava mais nos meus braços e senti um frio percorrer da base da coluna até a nuca. Sentei no sofá rapidamente, encontrando logo a minha frente uma cena que nunca imaginei. Isabella estava bem, sentada no chão da sala, brincando de encaixe com Julliet. Minha menina estava tranquilamente escorada em um corpo masculino deitado no chão, relaxado, assistindo o noticiário na televisão.

Repentinamente, como se sentisse que eu o olhava, William Holt virou a cabeça na minha direção e abriu um pequeno sorriso.

– Boa noite, Danna.

– Há quanto tempo estão aqui?

William pegou o celular jogado ao lado, acho que para verificar as horas.

– Faz uma hora e meia, mais ou menos – respondeu. – Está com fome? Trouxe comida e Julliet já preparou a janta de Isabella.

Apenas assenti sem saber ao certo o que deveria dizer em cima disso. Apenas me levantei e fui até a cozinha. Havia comida italiana e comi até ter uma sensação leve de dormência. Suspirei e lavei o que sujei. Quando me virei, vi William parado, impedindo a passagem, com os braços cruzados e o mesmo sorriso pequeno ali.

– O que você veio fazer aqui, Holt? – perguntei finalmente.

Ele apenas deu de ombros.

– Eu disse que viria visitar vocês para saber de Isabella hoje – se justificou. – Por que, não queria que tivesse vindo?

– Não sei – respondi com sinceridade. – Você me deixa confusa, William Holt.

– É, você também me deixa bem confuso – ele soltou um riso pequeno e se aproximou alguns passos, parando outra vez. – Ora você diz que me quer e no segundo seguinte se distancia.

Eu apenas o observava. E ele a mim, como se medisse minhas reações. Não sei o que encontra em minha expressão, mas dá três passos para mais perto de mim, antes de parar outra vez. Dos meus olhos, seu olhar se desvia para minha boca. William parecia estar com vontade de me beijar. Umedeci meus lábios, era reciproco.

Ele se moveu para mais perto até que apenas cinco centímetros nos separavam. Não era muita coisa, mas pela forma como ele permaneceu olhando para minha boca e então seu rosto se abaixou em direção ao meu, entendi o que aconteceria.

– Não, William – eu o parei no ato.

Sua testa se colou a minha e ficamos nos olhando assim, perto demais.

– Danna... – meu nome sussurrado em sua voz grave me arrepia.

– Não estamos colocando só nossos corações idiotas no meio disso – lembro-o.

Tenho Isabella e ele tem Julliet. E se nada der certo e Isabella se afeiçoar demais a ele? Vai ser um baque para ela.

– Eu só preciso de mais um beijo – ele continua sussurrando.

Cinco segundos para amar [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora