Pense no seu pai. Você quer o ver feliz, certo?
Agora pense na sua amiga. Você dividiu lagrimas e sorrisos com ela, certo?
Agora pense nessas duas pessoas juntas. Numa cama. Sem roupas. Num quarto ao lado do seu. Mentido para você sobre uma amizade que existe apenas na sua frente, porque no momento em que virar de costas, essas duas pessoas vão ficar aos amassos.
Meu pai e Danna. Quando comecei a suspeitar, quase bati em mim mesma. Não, pensei, eles teria me dito ao menos que se sentiam atraídos. Não me falaram nada. Eu não precisava saber de detalhes, mas porque me tratar como uma criancinha que não sabe o que é atração sexual? Meu pai era um homem bonito e Danna era uma mulher linda, não foi difícil suspeitar dos olhares. Só achei que eles tinham mais confiança em mim para falar sobre o que sentiam.
Suspirei e joguei o celular do lado.
– Andy está vindo buscar você? – Danna perguntou ao meu lado.
Assenti. Isabella estava em seu colo, ressoando baixinho.
– Ainda está com raiva de mim?
– Um pouco – murmurei baixinho. – Eu preciso apenas de um tempo para me acostumar com o que aconteceu entre vocês e... Quero falar sobre isso com alguém que não seja você.
– Julliet, foi só sexo sem compromisso, não significou nada – ela tentou se justificar diminuindo o que tinha acontecido com meu pai.
Fixei meus olhos nela por algum tempo. Me veio a mente a conversa que tive com papai, quando ele disse que talvez estivesse finalmente querendo amar alguém que não era a mamãe. Ouvir essas palavras de Danna me machucou, porque eu pensava no meu pai e, seja lá o que tenha realmente acontecido entre eles, significou muito para ele. Como não via isso?
– Significa algo – falei mais por ele do que por mim mesma.
Alguém bateu à porta. Já sabia que era Andrew. Mandei uma mensagem para ele pedindo que fosse me buscar, sabia que era tarde, mas precisava conversar. Me levantei e Danna também, acomodando Isabella melhor nos braços para me acompanhar até a porta. Ela trazia um olhar arrependido que queria pedir para ela tirar. Estava arrependida de não me contar ou de ter se relacionado com meu pai?
Abri a porta encontrando meu namorado e a olhei outra fez. Torci para que o sorriso que tivesse colocado no rosto pudesse lhe parecer natural.
– Não odeio você, Danna, de verdade – dei de ombros. – Só quero pensar.
– Vai passar a noite em casa, não é?
Balancei a cabeça em afirmativa e lhe dei as costas. Andrew abriu a porta do passageiro para mim.
– Podemos só rodar e parar em uma lanchonete qualquer? – perguntei baixinho.
Suas sobrancelhas se franziram, mas ele deu de ombros. Ele entrou no carro logo depois e deu a partida.
– Você está bem? – perguntou cauteloso.
– Não sei...
– Hoje não ia ser a noite das garotas? – quis saber e olhou rapidamente para mim quando dei de ombros. – Brigou com Danna?
– Um pouco.
– Quer falar sobre isso?
– Eles estão transando – despejei.
Mas é claro que, para assuntos de urgência, Andrew era lento para entender as coisas. Então apenas ergueu uma sobrancelha, pensativo.
– Eles, quem?
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Cinco segundos para amar [Completo]
Romansa[Série Segundos - Livro I] Samantha Holt, cidadã americana da cidade de Nova York, casada há doze anos e mãe de uma menina de dez anos, descobriu o câncer de mama no estagio IV aos 38 anos de idade. Faleceu sete meses depois deixando a filha e o mar...