11. William

271 47 193
                                    



Pais conversam com os futuros namorados de suas filhas? Alguém me diga que não. Alguém me diga que posso apenas chegar no garoto, fazer minha melhor cara de carrasco e ele vai se resolver com minha filha. Puta merda vezes três.

Danna tinha me dado algumas dicas do que não falar e até do que procurar falar para que o garoto se acertasse com Julliet, tudo isso em uma frase. Sim, em uma única frase. Não acreditam?

Fale com ele, mas não foda com tudo ou eu vou matar você.

Esta, senhoras e senhores, é o exemplo de uma frase persuasiva, principalmente quando sai da boca de uma mulher que está fazendo o jantar e tem uma faca na mão - e não importa também que ela esteja sorrindo lindamente para você. É, Danna era persuasiva a esse ponto e eu não estava nem um pouco inclinado a testar até que ponto ela estava apenas brincando.

O telefone em minha mesa tocou e tive que parar de ler os relatórios mostrando se valia a pena fazer um investimento que eu e outros acionistas estivemos pensando na reunião da semana passada.

– Holt – atendi.

– A senhora Danna Green está aqui para falar com o senhor – informou.

– Danna? – perguntei já me levantando da cadeira e desliguei o telefone.

Era uma puta falta de educação desligar na cara da minha secretária, eu sei, mas Danna nunca tinha vindo na Holt Costrutora. Se ela veio, podia ser algo sério acontecendo com a filha dela ou com a minha... Não vou nem pensar nisso, minha mãe sempre dizia que o que você pensa se bom, acontece, assim como o que você pensa de ruim. Se algo acontecesse com Julliet eu não iria ver nada a que me prender a vida.

– Cuido de toda a vida do Sr. Holt – ouvi Jennifer, minha secretaria, falando.

– Deve ser bem entediante – Danna disse entediada e soltou um muxoxo. – Aquele homem quase nunca se diverte.

– Por que ele é responsável demais – Jennifer retrucou.

Ah, porra, elas estava mesmo discutindo a minha "diversão"?

– Vamos lá, ele é um ser humano – desdenhou Danna. – Tem suas necessidades.

Bom, pelo jeito como ela falava, eu podia perceber que nada sério havia acontecido para ela estar aqui. Meu coração quase começou a bater no ritmo normal, mas claro que eu ainda precisava ouvir ela mesma falando que estava tudo o.k. Assim que cheguei à pequena sala de espera em que elas estavam pude ver Danna bem relaxada, de costas para mim, apoiada na mesa de Jennifer que a olhava irritada e nenhuma delas parecia ter percebido minha presença.

– O que a senhora sabe sobre as necessidades dele? – ouvi minha secretaria perguntar fuzilando com os olhos a mulher à sua frente.

– O que eu sei? Bom, William gosta de ser acordado as seis da manhã com um bom boquete. Ele é um homem matinal, você sabe.

Arregalei os olhos. Danna realmente disse o que escutei? Certo, hora de intervir.

– Danna – chamei antes que ela tivesse a chance de abrir a boca e falar mais alguma outra coisa como aquela.

Ela se virou lentamente para mim com um sorriso de quem sabia exatamente o que tinha dito e estava pouco se importado com quem quer que tenha escutado.

– Aí está você – ela me deu uma piscadela.

– Está tudo bem com...? – perguntei receoso em falar o nome de Julliet e meu mundo ruir.

Cinco segundos para amar [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora