37. Julliet

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Olhei para meu pai com medo. Merda, ele ia querer me matar como tia Ariana quis matar Arthur. William Holt não gostava dessas coisas. Podia ser liberal em muitas coisas desde que eu não tentasse entrar nesse campo, então nada era liberado. Sempre achei isso bem injusto. Respirei fundo para ouvir um monte quando ele abriu a boca.

– Você realmente gostou disso? – questionou sério.

Apenas balancei a cabeça em um sim silencioso. Seu suspiro cansado e vencido me pegou de surpresa. Mas meu pai apenas deu de ombros e sentou no sofá. Impressionada, sentei ao seu lado.

– Não está com raiva?

– Bem, dizer que gostei, eu não vou dizer – seus olhos se reviraram. Droga, sempre quis ter herdado os olhos dele, eram bonitos. – Mas não posso fazer nada, você gostou. É algo sobre você e Arthur, uma marca de vocês.

– Como uma marca que você fez para a mamãe.

– Aquele quarto? – balançou a cabeça em negativa. – Eu estava cego de dor, Jully. A minha marca com Samantha é você. Só não enxerguei isso antes.

Abaixei a cabeça e sorri minimamente. Quando me contou que estava fazendo terapia, confesso que fiquei com medo de não surtir efeito já que fazia tanto tempo que meu pai tinha sido quebrado, então como saber se dava para ser concertado? Mas então fui entendendo, de acordo com o que dizia que sua psicóloga falava, que as pessoas não são como máquinas que, uma vez paradas há muito tempo, podem ter danos irreparáveis. Bem, a parte boa é que pude ver a verdade nisso no decorrer de todos os meses longe de Danna e agora ao lado dela, tudo ao passo em que continuava com a terapia.

– E essa coisa... Essa... O que é isso? – ele franziu o cenho.

– Uma mandala, pai – disse no meio de uma risada.

– Que seja. Essa coisa é até bonita...

– Bonita? Jully é muto bonita – Isabella nos interrompeu batendo palmas e sorrindo de orelha a orelha.

– Você também acha, Bella? – meu pai brincou com ela, colocando-a sentada sobre uma das pernas.

Isabella balançou a cabeça em afirmação. Meu pai abriu a boca, mas foi interrompido quando a porta de casa se abriu e Danna entrou cansada. Danna e Isabella estavam morando conosco. Ela e meu pai ainda estavam caminhando a passos lentos na relação apesar da decisão de morarem juntos o que, pelo menos ao meu ver, era um puta grande passo. Mas estava feliz pelos dois, finalmente tinham se acertado.

– Sobre o que estavam falando? – perguntou.

Danna beijou a bochecha gordinha de Isabella, logo depois os lábios do meu pai e, por fim, o topo da minha cabeça.

– Isabella estava dizendo que sou muito bonita – respondi.

– Ela não está errada – respondeu Danna.

Meu pai me analisou bem e depois fez o mesmo com Isabella.

– Sabe, Danna, nós trabalhamos bem – ele murmurou dando uma piscadela.

Revirei os olhos enquanto ela ria alto.

– Vamos falar sobre algo mais agradável do que como vocês... Argh. Quando vamos ao aeroporto?

Meu pai olhou no relógio.

– Ainda falta uma hora e meia. Podemos jantar e depois vamos.

. . .

As férias de verão sempre me deixavam animada. Era a época em que Arthur vinha e passava mais tempo aqui, quase um mês inteiro. Andrew me levou ao aeroporto em seu carro, seguindo o de meu pai que levava Danna e Isabella.

Cinco segundos para amar [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora