Capítulo 16 - A Cliente

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Estar um passo à frente do vigarista que me roubou tudo era uma vantagem, mas não era isso o que eu queria. Queria que o mundo fosse um lugar perfeito onde os caras maus fossem para a cadeia e os bonzinhos apreciassem um final feliz, mas tenho percebido que o mundo não e só preto e branco. Não existem vilões e mocinhos. Me considerava o mochinho até perceber que estavam mentindo para Morgan á mais de três semanas. Eve já sabia sobre Gray e eu. Para minha sorte ela tinha ficado de boca fechada e não contado para mais ninguém. Ela acabou se tornando uma amiga mais próxima do que Morgan que eu tentava evitar a todo custo.

Gray por outro lado continuava sendo o mesmo príncipe encantando, mas isso não significa que vivamos um conto de fadas. Ele não tinha gostado muito de eu ter mentido e omitido algumas coisas dele relacionado à Rupert e Hugo que agora é Roger. Ele tinha me proibido de procurar qualquer coisa sobre Roger e proibiu Eve, Morgan e qualquer um me contar algo relacionado a isso. Eu só saberia de algo quando fosse relevante. É um pequeno preço a se pagar pela burrada que eu fiz indo aquele restaurante sozinho. Se não fosse Eve não sei o que seria de mim naquela noite.

Gray e eu estávamos em uma lanchonete próxima do meu apartamento. Ele tinha me pego em meu apartamento e me levado para comer algo. Ele sempre fazia isso quando passava a noite de plantão no hospital ou quando passava a noite na casa dele o que era muito ultimamente. Percebi que de uma semana para cá ele quase não passa mais a noite comigo. Eu meio que me acostumei a dormir do lado de alguém. Nós sempre assistíamos TV, conversávamos sobre os nossos dias. Riamos das coisas juntos... eu sentia falta disso nas última semana.

Nas últimas semanas também diminuí o consumo de café porque tinha sentindo arritmia. Sentia meu coração acelerar de forma anormal mesmo quando estava parado. Gray disse que eu deveria diminuir o café e eu sentiria a melhora. E não é que deu certo? Uma das vantagens de se namorar um cardiologista.

Estávamos sentados em uma mesa próximo ao vidro. Podíamos ver o sol brilhando lá fora enquanto carros e pessoas passavam apressados.

– E então... – falei tomando um gole do meu copo de suco de laranja – como estão indo no caso do Roger? – perguntei como quem não quer nada.

– O que a gente combinou? – perguntou Gray tomando um gole de seu copo.

– Eu sei, mas faz mais de três semanas que você me fez prometer não perguntar nada e vocês não me disseram nada.

– Porque não temos nada a dizer. Se tivéssemos você saberia.

– Vocês não podem me boicotar do meu próprio caso – falei mordendo um pedaço do pão doce que eu comia.

– Você perdeu a credibilidade quando foi atrás de um estranho em um bar com um plano sem lógica. É sério Griffin estou até hoje tentando entender qual era seu objetivo com aquilo.

– Eu já disse. Morgan mentiu pra esposa de Rupert e eu só queria convencê-lo a sair do armário.

– Pare pra pensar um pouco. Rupert te beijou, mas não te conhece. Julie acha que o marido não a trai. Mesmo que ela descubra uma traição não significa que nós mentimos.

– Mas nós mentimos – falei provocando.

– Mas Julie não sabe disso. E ela saberia se te pegasse naquele bar. Imagina se Rupert descobre que você trabalha em uma empresa de investigação. Ele ia ligar os pontos.

– Falando assim você faz parecer que era o plano mais idiota da terra – falei lembrando daquele dia no bar.

– Exato – falou Gray rindo e tomando outro gole de seu copo.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora