Capítulo 7 - Imprevisível

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Se tem uma coisa que não podemos mudar é o passado. É uma das coisas ao qual nós não temos controle então na minha opinião não há o porquê de ficar discutindo o passado ou ficar pensando em como as coisas poderiam ter sido ou como deveriam ter sido. É perda de tempo. Aquilo tudo ainda estava em minha cabeça e tudo o que eu precisava era de trabalho. Me afogar no trabalho era a maneira que eu tinha para voltar ao que eu era.

No fim das contas acabei ficando o fim de semana todo no apartamento de Morgan. Ela me conhecia o suficiente para saber que a última coisa que eu queria era falar de mim então o fim de semana foi todo sobre ela. Sobre o encontro que ela teve com Jake.

Acordei cedo e ainda nu, eu parei de de frente a parede com visão panorâmica do meu apartamento que não era nenhum pouco modesto. Abri as cortinas e tive uma bela visão da cidade de Los Angeles. Nem todos podem dizer que tem essa visão. Se eu me encontrasse com o eu de anos atrás ele não acreditaria no tipo de vida que tenho agora. A cama bagunçada atrás de mim tinha lençóis caros, o closet tinha mais roupas do que eu poderia usar um dia. Meu apartamento tinha custado caro e eu pude pagá-lo sem o menor problema. Não vou mentir, tenho uma vida ótima. Fruto de todo o meu trabalho.

Quando criança eu passei por dificuldades. Minha família passou por dificuldades financeiras. Quando minha mãe descobriu que estava grávida de mim ela tinha dezesseis anos e meu pai tinha dezessete. Meu pai tentou induzir a minha mãe a fazer um aborto, mas ela não quis e quando ele percebeu que ela me teria ele teve que virar homem mais cedo. Ele não chegou nem a concluir o colegial porque teve que arranjar um emprego para cuidar do filho que ele nem queria, mas ele humano e homem o suficiente para assumir suas responsabilidades. As famílias não os apoiaram. Pelo contrário, eles fizeram de tudo para dificultar.

Quando fiquei mais velho eu não conhecia meus avós. Meu pai e minha mãe construíram tudo o que tinha com muito suor e mesmo assim não era muito, mas era o suficiente para viver. Agora eu tinha relógios de ouro, correntes de ouro e mais dinheiro do que eu poderia gastar. Eu nunca tive ninguém para sustentar então eu sempre guardei minhas economias para alguma eventualidade.

Deixei aquela linda vista para trás e fui para o banheiro tomar um banho para me preparar para mais um dia. Era segunda-feira de manhã é mais uma semana começava. Os cabelos de Morgan voavam em seu conversível. O sol brilhava no alto como qualquer outro dia, mas o de hoje estava mais forte do que de costume.

O prédio da Pegasus apareceu logo à frente e ao saímos do carro o manobrista o levou até a garagem. Morgan e eu caminhamos como de costume até o carrinho de café expresso.

- Jake me ligou hoje de manhã - falou Morgan enquanto esperávamos o nosso café.

- Sério?

- Sim. Ele me convidou para um almoço e eu disse sim - falou ela sorrindo.

- Você está se jogando de cabeça mesmo hein? - Falei feliz por Morgan.

- Estou mesmo - falou Morgan - eu estou me permitindo ser feliz e pela primeira vez na vida eu estou fazendo coisas que não faria, dizendo sim as coisas que eu normalmente diria não. É imprevisível, mas está sendo uma ótima experiência - falou Morgan pegando o copo dela - você devia tentar Griff.

- Eu não consigo - falei pegando como copo de café e dando um gole - eu gosto de rotina Morgan. Eu sou o tipo de cara que lê o último capítulo de um livro antes de começa-lo porque eu gosto de saber o que está por vir. Eu não gosto de surpresas. Na verdade, eu odeio surpresas porque eu sou uma pessoa previsível. Eu gosto de ser previsível - falei vendo Morgan procurando a carteira para pagar pelo café.

- Deixa comigo - falei pegando a carteira no meu bolso, mas antes de pudesse pegar o dinheiro alguém esbarrou em mim fazendo minha carteira cair no chão.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora