Capítulo 25 - Nada Realmente Importa

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Não conseguia acreditar que aquilo realmente tinha acontecido. Gray respirava sozinho. Ele continuava em coma, mas conseguia respirar sozinho. Era como se o corpo dele tivesse descansado todo esse tempo e quando os aparelhos foram desligados o corpo deu o impulso que precisava para seguir sozinho. Era inacreditável. Desliguei o amor da minha vida, mas ele não morreu. Ele não morreu e isso era incrível.

Estava parado do lado de fora do quarto de Gray olhando através do vidro. Faz mais ou menos duas horas desde que ele começou a respirar sozinho e eu não consegui tirar os olhos dele. Me sentia culpado por ter perdido a esperança e agora ele estava respirando sozinho. Ele estava lutado para ficar vivo e eu não fui capaz de lutar por ele.

Depois de algum tempo vi Scott parar ao meu lado.

– Você sabe o quão incrível é isso? – Perguntou Scott.

– Ele voltar a respirar?

– Sim – falou Scott maravilhado – é incrível e até agora eu não acredito que isso aconteceu. Se você soubesse o quão raro isso acontece você também estaria fascinado. Abe quantas pessoas acordam de um coma?

– Não faço ideia.

– Com as lesões que Gray sofreu apenas uma em cem milhões – falou Scott rindo – você tem noção do que isso significa? Cem milhões de pessoas precisam entrar em coma para que uma delas acorde. O caso de Gray devia entrar para os livros de medicina.

– Só que tem um problema...

– Qual? – Perguntou Scott olhando para mim.

– Ele continua em coma – falei olhando de volta ara Gray – Ele está respirando sozinho, mas continua em coma.

– O cérebro dele quase não tinha atividade cerebral. Era quase zero e agora ele respira sozinho e a atividade cerebral está de volta.

– Você está tentando me deprimir?

– Não – falou Scott – estou dizendo que não deve perder as esperanças.

– Eu não posso. Não posso simplesmente ficar esperando ele acordar. Isso me mataria. Ele não está mais em coma, mas está em estado vegetativo. Não sei se isso é melhor ou pior.

– É melhor – falou Scott parando para o um momento – eu posso tentar acordá-lo.

– Você acha que consegue?

– Não posso prometer, mas eu posso tentar. Eu sou um dos melhores neurocirurgiões desse país. Se tem alguém que consegue fazer isso sou eu.

– E como você faria?

– Eu posso fazer uma cânula no aqueduto cerebral.

– O que é isso? – Perguntei curioso.

– É um tubo para drenar o acúmulo de líquido. Eu vou inserir um tubo para tentar drenar o liquido que se acumulou no aqueduto cerebral. Eu fiz alguns exames nele depois que ele voltou a respirar e o seu líquor mostra uma desaceleração, mas não é uma obstrução completa. Poderia funcionar.

– Já foi feito antes?

– É um procedimento experimental pouco satisfatório. Os casos em que deu certo são raríssimos. Tão raros quanto alguém que não tem atividade cerebral voltar a respirar sozinho.

– Você acha que vale a pena tentar?

– Claro. Devo isso a meu amigo.

– Então eu não devo ficar muito esperançoso?

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora