Capítulo 30 - Garoto Puro

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Assim que sai do apartamento peguei um Uber voltando para o meu apartamento. Estava cansado porque na noite passada não dormi bem. Era ruim estar deitado do lado de um homem que te odeia. Eu não o culpo ele estava certo. Gray podia se ferrar bonito com a ideia maravilhosa que eu tive de falsificar a receita. De onde eu tiro essas ideias maravilhosas? As vezes até eu me espanto com algumas decisões que eu tomo.

De volta ao apartamento eu vi que minha teoria estava certa. Os filhos de Gray já tinham ido embora. O céu estava escuro e o apartamento também. A única luz vinha de dentro do meu quarto. A porta estava entreaberta e a televisão parecia estar ligada. Entrei no quarto e vi Gray olhando para a televisão. Ele estava deitado na cama assistindo a algo na TV.

– Eu te liguei e você não atendeu – falou Gray colocando a televisão no mudo – onde você estava?

– No cinema. Eu fui para assistir um filme e acabei dormindo o filme todo – falei me sentando na beirada da cama.

– OK – falou Gray colocando som na televisão de novo.

– Posso assistir TV com você?

– Você que sabe – falou Gray indiferente.

– Eu não aguento mais isso – falei me levantando – porque nós estamos fazendo isso Gray? Porque estamos ignorando um ao outro?

Gray colocou a televisão no mudo novamente e se sentou na cama se escorando na cabeceira.

– Me diz você Griffin – falou Gray colocando o controle na perna – me diz porque estamos nos ignorando?

– O que quer dizer com isso?

– Você não quis me dizer o porquê de ter roubado o meu receituário para se automedicar. Eu só quero saber o porquê de você ter traído minha confiança. Você não seguiu meus conselhos desde o começo e olha no que deu? Eu disse que não devíamos esconder nosso relacionamento da Morgan e ela nunca vai te perdoar e você perdeu o emprego. Eu disse que sempre que fosse tomar uma decisão que fosse estúpida você viesse correndo até mim e me contasse, mas você faz o contrário e corre no sentido oposto. Não sei mais o que fazer com você se sempre que eu abro os braços você sempre corre para o outro lado.

– O que você quer que eu diga Gray? Porque precisa de um motivo? Quer que eu diga que corri da casa da minha família assim que pude porque não consegui lidar com as lembranças? Da minha mãe que me assombra, embora ela já tenha partido? Do meu irmão morto nunca dorme? Ou quer que eu diga que corri do barulho silencioso dos meus pensamentos?

– Diga qualquer coisa – falou Gray olhando para baixo pensativo.

– Quer saber mesmo porque eu comprei aqueles remédios?

– Quero – falou Gray olhando para mim.

– Porque eu tenho vergonha do meu corpo. Porque toda vez que olho para você eu me sinto mal por não ter um corpo tão perfeito quanto o seu. Você é dezesseis anos mais velho do que eu e eu tenho medo de que a idade seja um problema. Eu estou inseguro quanto ao meu corpo porque tenho medo de não ser na cama o homem que você espera que eu seja porque eu nunca fiz sexo antes. Eu só queria emagrecer um pouco.

– Isso é idiotice – falou Gray começando a rir.

– Pare de rir e me leve a sério Gray.

– Eu te levo a sério é só que é engraçado ouvir você dizer que eu vou te deixar porque você não é bom de cama. Ser experiente não é sinônimo de ser bom. Se eu te deixasse por um motivo tão fútil é porque eu seria um homem fútil.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora