Capítulo 26 - Corra na minha direção

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Era Quarta-feira de manhã. Todos esses dias eu fiquei no hospital ao lado de Gray. As poucas vezes que voltei para casa foi para tomar banho e em seguida eu voltava para ficar ao lado dele. Ele recebeu várias visitas todos esses dias, especialmente visitas de Morgan e os filhos Vincent e Stephanie. Por enquanto eu não estava trabalhando. Não tinha certeza se queria voltar a trabalhar com Morgan mesmo depois de tudo ter aparentemente se resolvido. A nossa amizade se desgastou muito todo esse tempo e agora que Gray estava acordado eu queria ser o mais verdadeiro o possível. Queria contar a verdade sobre o meu passado e eu o faria assim que estivéssemos em casa.

Durante esses cinco dias Scott prometeu que daria alta a Gray, mas todos os dias ele dizia a mesma coisa – ele está bem, mas eu gostaria de mantê-lo sob observação só mais um dia – todas as vezes que ele dizia isso eu tinha vontade de socá-lo.

Percebi que não era só eu. Gray também queria muito ir para a casa e percebi que ele ficava frustrado toda vez que Scott não o liberava. Ele estava melhor. Já conseguia ficar de pé e andar. Devagar, mas com o apoio de uma pessoa ele conseguia ir a uma longa distância sem precisar se sentar. Ele tinha feito exames todos os dias e procurava fazer exercícios afinal ficou deitado para o uma semana sem se move. Era uma bela recuperação considerando o lugar onde esteve.

Nas duas primeiras noites eu passei quase que em claro. Por mais que a poltrona fosse acolchoada era terrível de dormir nela então nas noites seguintes Gray disse que eu poderia dormir nos quartos de plantão que os médicos usavam. Todas as noites por volta da meia noite eu ia para o quarto e dormia e geralmente por volta das seis da manhã eu acordava e voltava a ficar com Gray que na maioria das vezes também estava acordado. Cada noite que passava ele parecia dormir menos e parecia mais irritado e frustrado por não poder ir para casa.

Como sempre acordei naquela manhã de quarta-feira e fui até o quarto de Gray. Pela primeira vez eu cheguei e ele ainda estava dormindo. Abri a porta e caminhando no escuro fui até a poltrona e me sentei silenciosamente.

– Bom dia – falou Gray me dando um susto.

– Bom dia – falei me levantando e acendendo a luz do quarto – eu te acordei?

– Estou acordado faz horas – falou ele pensativo – meu corpo dói de ficar deitado nessa cama e eu não sinto um pingo de sono.

– Eu sei que é ruim ficar aqui – falei me aproximando dele e ficando de pé ao lado de sua cama eu coloquei uma das minhas mãos na barriga dele fazendo carinho – em breve você vai poder ir para sua casa.

– Para 'sua casa' – falou Gray me corrigindo.

– A minha?

– Claro. Eu não posso ir para a casa sozinho. Vou precisar estar com alguém que me ajude. Scott nunca vai em dar alta se souber que vou ficar em casa sozinho.

Não queria que Gray fosse para meu apartamento porque talvez eu não tivesse uma casa por muito tempo. As contas só aumentavam. Luz, água, taxa de condomínio, seguro, segurança... as contas não tinham fim e eu teria que vender esse apartamento e comprar algo menor.

– Tem algum problema? Você não quer cuidar de mim? – Perguntou Gray olhando para mim.

– Claro. Não tem problema nenhum – como eu posso dizer não?

– Perfeito. Quando Scott vier você diz para ele que eu não vou estar sozinho.

– Combinado – falei respirando fundo.

– Algum problema? – Perguntou Gray percebendo minha reação.

– Nenhum – falei forçando um sorriso e aproximando rosto do dele dando um beijo em sua boca. Dois selinhos de bom dia.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora