Capítulo 23 - Limões

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O mundo inteiro é um palco. E todos os homens e mulheres não passam de meros atores. Eles entram e saem de cena, cada um no seu tempo representa diversos papéis. Foi William Shakespeare quem escreveu essa frase. Você pensa que depois de todo esse tempo você acha que entende o porquê de algumas coisas acontecerem, mas no fim você parece que a vida é simplesmente uma peça de teatro que não nos permite ensaio.

Desastres acontecem e quando eles acontecem você gosta de pensar que está preparado. Nós gostamos de pensar que temos tudo o que precisamos quando o desastre iminente está prestes a acontecer, mas a verdade é que não existe uma lista. Não existem cinco ou seis passos a seguir. Nessa grande peça de teatro quando um desastre acontece só nos resta improvisar.

"PROMETO SOLENEMENTE CONSAGRAR A MINHA VIDA AO SERVIÇO DA HUMANIDADE"

Era sexta-feira de manhã. Mais uma vez trabalhei até tarde. Nesses últimos dias tenho feitos mais plantões no hospital. Griffin deve estar preocupado por eu não ter voltado para o apartamento dele... de novo. Já tinha virado rotina só vê-lo durante o dia e não passar mais a noite com ele. Acho que ele não se importa realmente com isso.

Está sendo difícil dormir com Griffin na mesma cama porque ele não parece querer mudar de ideia sobre o sexo. Prometi que não o pressionaria, mas eu tenho vontade de fazer amor com ele e além do mais tenho feito mais plantões e estou fazendo consultas particulares para ganhar um dinheiro extra. Griffin foi roubado e eu vi algumas contas dentro de uma gaveta no apartamento dele. Contas que estão vencendo e ele não terá como pagar e mesmo que ele tenha dito que não quer minha ajuda eu vou ajudá-lo. Acho que é meu dever como namorado ajudá-lo em um momento como esse. A geladeira dele está vazia e ele não parece se importar que as contas estejam juntando.

Ainda era cedo. Prometi me encontrar com Griffin em uma lanchonete e não posso me atrasar. Devo ter dormido umas quatro horas, mas tenho que estar disposto para outro dia. Levantei da minha cama só de cueca e fui direto para o banheiro. Depois de tomar um banho e vestir uma roupa confortável e mesmo assim elegante coloquei leite em uma xícara e fui até a porta pegar o jornal. Ao abrir a porta vi que o já estava jogado na minha varanda.

– Bom dia Dr. Gray – falou minha vizinha de frente chamada Kate.

– Bom dia Kate – falei pegando o meu jornal – pode me chamar só de Gray – falei sorrindo e entrando de volta em casa. Eu preciso parar com isso. Acho que Kate tem uma queda por mim.

Estou um pouco chateado com Griffin nessas últimas semanas. Ele andou investigando um cliente na empresa e quase se deu mal por causa disso. Às vezes acho que ele não pensa antes de tomar uma decisão e as vezes acho que ele pensa demais e toma a decisão errada. Ele devia ser mais espontâneo.

Joguei o jornal em cima da mesa e me celular tocou. Era Morgan.

– Bom dia Morgan? – Falei atendendo o celular enquanto caminhava para a garagem.

– Bom dia Gray – falou ela animada do outro lado da linha – eu queria conversar com você hoje.

– Sobre?

– Sobre nós – falou Morgan rapidamente.

– Como assim? – Falei entrando em meu carro e abrindo observando a porta da garagem de abrir lentamente.

– Vamos ser sinceros – falou Morgan respirando fundo – nós nunca assinamos os papéis do divórcio e eu acho que está na hora de falar sobre isso.

– Sobre assinar os papéis?

– Sobre dar uma chance a nós dois – falou Morgan me surpreendendo.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora