Quem o via e convivia superficialmente com ele diria que parecia um bondoso e muito distinto avô apesar dele nunca ter tido filhos, quanto mais netos. Usava óculos redondos e uma barba branca bem aparada, a cabeça apesar de não ser calva era redonda e já estava com os cabelos branquinhos os quais ele usava bem baixo. Suas roupas eram impecáveis, usava aqueles relógios de bolso que lhe conferiam um ar do velho mundo. Ninguém jamais diria que ele seria capaz de fazer mal a uma mosca e olha que moscas na maioria das vezes são seres muito irritantes.
Ele sempre tinha um sorriso gentil para os casais que lhe buscavam em seu consultório com seus sonhos de ter uma grande família e geralmente ele conseguia ajudá-los a realizar esses sonhos.
Quando mais jovem, durante sua residência médica, conheceu um outro médico que estava um pouco a sua frente em relação ao tempo de residência, e também em dedicação, numa área distinta a sua. No início, o médico em questão não pareceu reconhecê-lo como igual e sempre parecia estar presente em todos os seus deslizes. Seu rival não declarado era resiliente, estava sempre nas boas graças de seus coordenadores, ao contrário dele. Foi então que decidiu deixar um pouco de lado seus interesses particulares e mundanos e dar tudo de si em seus estudos. Isso lhe foi muito custoso. Sentiu-se como um drogado em abstinência. Mas a melhora em sua prática lhe rendeu muito elogios e ganhos pessoais, e acima de tudo lhe fez realmente ser visto por seu rival.
Em um plantão, quando estava em um raro momento de descanso seu rival sentou-se ao seu lado, cruzou as pernas na altura do tornozelo e iniciou o que parecia ser uma reflexão que não lhe fez o menor sentido no momento. O monólogo girou em torno de propriedades distantes e sem vizinhança por perto. Quando pareceu satisfeito seu rival levantou e o deixou ali sem entender o que foi tudo aquilo.
Alguns dias depois um convite foi deixado em seu armário pessoal no hospital. O convite tinha um designer arrojado e meio misterioso. Junto havia instruções de como chegar ao local do que parecia ser um evento vip. Ele foi. E ali sob a tutela de Anton Carlyle ele aprendeu que seus interesses particulares eram nada comparados ao que Anton tinha para lhe ensinar, e numa reviravolta o rival não declarado passou a ser seu mestre nas artes da depravação. Ele que já era fascinado por Carlyle passou ao nível de adoração.
A relação entre eles nunca foi revelada. Para outros eles eram apenas dois residentes que as vezes se esbarravam pelos corredores do hospital. Quando Carlyle se juntou a companhia farmacêutica Mercile, foi natural que seu tutelado também lhe seguisse. Carlyle, no entanto era esperto e o convenceu a atuar assim como ele, anonimamente. Ele não tinha interesse nas pesquisas feitas ali e logo tornou-se apenas um dos colaboradores financeiros.
Por vários anos contribuiu financeiramente para as pesquisas de Carlyle e isso lhe rendeu uma de suas cobaias de presente. Ele não tinha interesse na pequena besta que ganhou nem nas pesquisas, mas em sua veneração a Carlyle jamais recusaria um presente de quem lhe mostrou como obter mais e mais prazer e também como encobrir os rastros de sua depravação.
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FEHÉR
FanfictionFanfic baseada na serie Novas Especies de Laurann Dohnner. Fehér foi dada a um assassino em serie ainda criança. Mantida em cativeiro todo o tempo, sua sanidade só foi permaneceu intacta por ter sido entesourada por uma das vitimas de seu carcerei...