Capítulo 22

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Ela ficou ali esperando o bastardo voltar, passou mais de três semanas esperando e o ócio a fez mergulhar fundo no vicio. Sabia que não podia ter se deixado levar, mas não conseguiu se controlar. Estava curtindo um barato muito louco quando finalmente o sistema de aviso que implantou no apartamento de Coronaro captou movimento. Ela não esperou o barato passar, não... Tinha que terminar logo aquele serviço para ir até o caçador oferecer mais um lindo troféu para a sua coleção.

Arfando, Emeline, depois de finalmente ter conseguido uma brecha para escapar do brutamontes que vulgarmente confundiu com Coronaro, fecha a porta do apartamento e freneticamente pega a mochila que sempre deixava preparada se precisasse correr. Olhando pelo olho mágico da porta, observa que nenhum dos idiotas estava em seu encalço. Ela sai e pega o elevador de serviço. Logo chegaria até Marcus Cesari.

Já estava a tanto tempo só, queria continuar assim, não queria mais sentir nada. Não queria saber daquelas duas que seriam sacrificadas em nome daquela mente doentia, não agora que nem mesmo tinha a pequena boneca que sua Annuska lhe fez com tanto carinho, para se consolar.

Fingindo estar só e sem ouvir o choro da menina ela levanta começando sua rotina. Correndo, salta na parede, torcendo o corpo automaticamente para aterrissar com as mãos e pés no chão em uma posição de ataque. Uma de suas pernas caiu um pouco estirada devido ao tempo em que passou acorrentada. O movimento era complicado com as correntes, mas sem elas foi fácil rolar, tão fácil que rolou mais do que devia e suas costas rasparam na parede. Seu rosnado zangado soou alto e o choro da menina parou abruptamente abafado por suas mãos ao que parecia.

Fehér não da atenção e volta a posição inicial para praticar sem as correntes. Annuska sempre lhe disse para estar preparada. Em uma das vezes em que Annuska ficou muito machucada, Fehér para alegrá-la fez algumas cambalhotas e escalou a parede, por impulso, tocando o teto da cela e caindo como uma pequena bola bem perto dela. Annuska lhe olhou espantada e a chamou de pequena prodígio, depois disso quando ficou melhor ela lhe ensinou muitos exercícios que poderia fazer no espaço de sua cela. Eram bons para gastar a energia e para não enlouquecer ali dentro.

A menina volta achorar e Fehér grunhi, rosnando alto. Não conseguia ficar indiferente.     

FEHÉROnde histórias criam vida. Descubra agora